Querido estudante branco, de classe média, que faz cursinho pré-vestibular particular: eu sei que é difícil quando alguém nos faz enxergar nossos próprios privilégios, mas deixa eu tentar mais uma vez.
Eu (e mais uma penca de gente, me arrisco a dizer) não me importo com o quão “difícil” será para você entrar naquele curso de medicina mega concorrido com o qual você sonha, porque, simplesmente, esta conversa não é sobre você.
Eu sei que praticamente todas as conversas deste mundo são sobre você e você está acostumado com isso, então deve ser um baque não ser o centro das atenções. Mas, seja forte! É verdade: nós não estamos falando sobre você.
Quando você chora pelo sonho que agora parece mais distante de se realizar, suas lágrimas não me comovem. Porque o que me comove são as lágrimas daqueles que nascem e crescem sem qualquer perspectiva para alimentar o mesmo sonho que você. É sobre essas pessoas que estamos falando e não sobre você.
Quando você esperneia pelos mil reais gastos todos os meses com a mensalidade do seu cursinho e que agora se revelam “inúteis”, eu não me comovo. Porque o que me comove são as milhares de famílias inteiras que se sustentam durante um mês com metade da quantia gasta em uma dessas mensalidades. É sobre essas pessoas que estamos falando, não sobre você.
Quando você argumenta que, na verdade, seus pais só pagam seu cursinho porque trabalham muito ou porque você ganhou um desconto pelas boas notas que tira, eu não me comovo. Porque o que me comove são as pessoas realmente pobres, que mesmo trabalhando muito mais do que os seus pais, ainda assim não podem dispor de dinheiro nem para comprar material escolar para os filhos, quem dirá uma mensalidade escolar por mais barata que seja. É sobre essas pessoas que estamos falando, não sobre você.
Quando você muito benevolente até admite que alunos pobres tenham alguma vantagem, mas acredita ser racismo conceder cotas para negros ou outros grupos étnicos eusa até os dois negros que você conhecem que conseguiram entrar numa universidade pública sem as cotas, como exemplo de que a questão é puramente econômica e não racial, eu não me comovo. Na verdade, eu sinto uma leve vontade de desistir da raça humana, eu confesso, mas só para manter o estilo do texto eu preciso dizer que o que me comove é olhar para o restante da sala de aula onde esses dois negros que você citou estudam e ver que os outros 48 alunos são brancos. E olhar para as estatísticas que mostram a composição étnica da população brasileira e contatar a abissal diferença dos números. É sobre os negros que não estão nas universidades que estamos falando, não sobre você ou seus amigos.
Se a coisa está tão ruim, que tal propormos uma coisa: troque de lugar com algum aluno de escola pública. Já que não é possível trocar a cor da sua pele, pague, pelo menos, a mensalidade para que ele estude na sua escola e se mude para a dele. Ou, seja a cobaia da sua própria teoria. Já que você acredita que a única ação que deveria ser proposta é melhorar a educação básica: peça para o seu pai investir o dinheiro dele em alguma escola, entre nela gratuitamente junto com alguns outros alunos, estude nela durante 12 anos e então volte a tentar o vestibular. Ah, você não pode esperar tanto tempo? Então, porque os negros e pobres podem esperar até mais, já que todos sabemos que o problema da má qualidade da educação básica no Brasil não é algo que pode ser resolvido de ontem pra hoje?
Então, por favor, reconheça o seu privilégio branco e classe média e tire ele do caminho, porque essa conversa não é sobre você. Já existem espaços demais no mundo que têm a sua figura como estrela principal, já passou da hora de mais alguém nesse mundo brilhar.
Aldo Junior disse:
Eu prefiro a cota sócio-econômica à étnica, pois aquela abre menos espaço para desvios de função dentro desse movimento. Mas, ao contrário de muitos, não acho que seja um erro a cota étnica.
De qualquer forma, penso que, quaisquer que sejam as cotas, elas devem ser vistas como metódos paliativos e jamais como a solução para o problema do desnível educacional brasileiro.
Daniel Coelho disse:
Concordo. Penso que a cota socio-econômica, no contexto de um país de maioria negra, e maioria negra pobre, acaba contemplando realmente quem precisa. Mas claro, penso que a medida de cotas é inútil se a outra via, o investimento maciço na educação básica não for prioridade. O paliativo se tornará definitivo e mais um tapa buraco em nossa sociedade.
Alex Batista disse:
Não temos tempo.
Daniel Bzrnovic disse:
Se mudar o nome das cotas étnicas para cotas sócio-econômicas, de qualquer forma os negros seräo os maiores diferenciados. Näo é preciso ver nenhuma estatística do IBGE pra ver essa realidade. Basta andar nas ruas de qualquer cidade do Brasil (ou de qualquer ex-colönia escravocrata). A pobreza tem cor sim.
Victor Soares disse:
Mas isso, Daniel, faz toda a diferença. 🙂 Mudar o ponto de vista, mesmo que na prática não faça diferença, faz com que não reforcemos um outro que passou da validade.
Isabel Back disse:
Eu sou branca e de olhos azuis… estudei em escolas públicas. Me formei em uma universidade federal. E com o passar dos anos, lendo sobre o assunto, acabei formando uma opinião sobre o assunto bem sólida. A cor das pessoas, raça, não tem nenhuma ligação com a capacidade intelectua dela, ou seja, estudem! Foi assim que eu me formei, sem cursinhos pagos. Eu virei madrugadas estudando, pesquisando. E sinto um grande preconceito quanto a minha cor. Nunca ganhei nenhuma vantagem por ser branca, fiz vestibular e incrivelmente ninguem viu se eu era branca na hora de corrigir minha redação ou o gabarito. Vocês não estudam o suficiente e querem ganhar vantagens sobre os outros.
Quem realmete deseja algo, consegue. Basta se esforçar!
Zen disse:
NÃO. A POBREZA NÃO TEM COR. Muito menos no Brasil. Me diga Daniel, como vc mede e define um “negro”? Qual o limiar de todos os matizes da caótica “etnia” (rs) do brasileiro? hm? Em que ponto de toda variabilidade das peles, cabelos e traços vc “discrimina”: “Ah, esse aqui merece racialmente uma cota, esse outro não…” ??? Pobreza não tem raça, nas mais variadas sociedades e épocas. Pobre é pobre. Eu sou pobre, moro de aluguel até hj, estudei a vida inteira em escola pública, meu pai é frentista e negro. E eu Daniel, sou… branco! Quer dizer, tenho a pele clara(minhas irmãs nasceram um pouco mais moreninhas q eu). Sou o q eu chamo de “branco negro”. Eu carrego a maldição social dos meus antepassados. E aí? Olha, eu passei com a cota racial(me declarei negro) pelo Prouni numa faculdade particular, mas nem fiquei um mês(na matrícula tive que convencê-los da minha declaração e me disseram q qualquer coisa eu podia perder o direito). Prestei uma prova pra entrar no cursinho gratuito de uma faculdade estadual e passei e fiz. Pq eu queria entrar nessa mesma faculdade. Hj estou na estadual. Quando larguei a outra briguei com meu pai. Meu pai tb tinha ficado desempregado. Foi uma fase de muita pressão.
Cota racial é racismo sim, e discriminação. Mas, ora, se a maior parte da população desafortunada tem cor como dizem, então cotas relativas a questão socio-economica fazem perfeitamente justiça aos pretos do meu Brasil, não? E de quebra, faz justiças aos milhares de outros pobres tb(inclusive loiros de zóio azul), como eu, e minhas irmãs, q tem mais café no leite do q eu. Pq ce tah ligado né mano, pobre é o q mais tem. De todos os tipos.
Gerusa disse:
Concordo com o Victor… mudando o nome, mudaríamos também a postura diante do racismo, pois cotas racistas só reafirmam essa prática… Sou a favor das cotas sócio-econômicas e só.
Denise disse:
Sou descrente quanto à ajuda das cotas, como sou descrente quanto ao argumento que elas vão deixar “os piores” entrarem na Universidade. As cotas selecionam também os mais bem preparados, embora não os que consigam as notas mais altas. Em sua maioria, vão continuar entrando os melhores, os menos pobres, os que tem família para ajudar! Afinal, as cotas não são para burros! Onde trabalho, em muitos cursos, o vestibular para os cotistas é mais concorrido e a nota de corte é mais elevada, principalmente para os campus do interior do estado.
Carlos M. Alves disse:
Aldo, só esclarecendo. As cotas aprovadas, as que disponibilizam 50% são cotas sociais, pois atingem negros e brancos das escolas públicas. E o seu tempo de duração é de 10 anos. Entretanto é bom lembrar que leva no mínimo 3 ou 4 décadas pra melhorar o ensino público. Espero que aqueles que estão esperneando, por achar injusta essa decisão do governo, se junte àqueles que estão lutando por uma educação melhor. Afinal é direito de todos ter uma educação de qualidade, do básico ao superior…
Maxwell Santos disse:
Texto demolidor. Matou a questão a pau! Parabéns, Tâmara.
Alex Batista disse:
Concordo. Fantástico.
Marcos Antonio Silva disse:
Texto perfeito. Parabéns!
Sonado (@Sonado_HuanIP) disse:
Concordo com o Aldo e acredito que realmente cotas por faixa de renda são mais efetivas. Contudo elas vão ser vistas com os mesmos olhos por burgueses, justamente porque tira o status-quo que eles tão ferrenhamente lutam por manter.
O texto é magnifico, eu fiquei muito admirado. Parabéns, são poucas pessoas que conseguem “demolir” em argumentos como bem colocou Maxwell.
LIDIA CUNHA disse:
Só para esclarecer a questão de cotas raciais ou sociais. Primeiro, conforme a redação final do projeto de lei, o primeiro requisito para participar do 50% das vagas reservadas para cotas é ter estudado o Ensino Médio em escola pública (não importa a raça/cor/etnia).
Segundo, desses 50%, a metade das vagas está reservada para quem vem de escola pública e que, concomitantemente, tenha a renda mensal de até 1,5 salário mínimo per capita (por pessoa da família).
A outra metade vai ser dividida para quem, além de vir de escola pública, se autodeclare negro, pardo ou índio, sendo que o número dessas vagas será proporcional à quantidade de negro/pardo/índio no Estado em que a faculdade esteja instalada, conforme dados do IBGE.
Assim, em estados do Nordeste, onde há maioria negra, haverá mais vagas para os negros; e em estados como o Amazônia, onde há mais índios, haverá mais vagas para índios, dentro dos 25%. E as vagas remanescentes serão preenchidas para quem cumpra os 2 primeiros requisitos (escola pública e renda). Quem não se enquadrar nesses requisitos pode concorrer aos 50% restantes das vagas.
Acredito que na prática as cotas são mais sociais que raciais, pois de toda maneira o candidato tem que ter estudado em escola pública, seja índio, pardo, branco-pobre ou negro. E quem estuda em escola publica é pq não tem condições de pagar um curso particular. Eu só lamento pelos que estão na linha intermediaria, que com dificuldade conseguem pagar uma escola particular meia-boca e terão que concorrer com outros que estudaram em melhores escolas particulares.
http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=112667&tp=1
Aldo Junior disse:
Esclarecimentos providenciais… obrigado!
Esse é um projeto muito bom e reitero meu posicionamento favorável, enquanto uma medida paliativa e não definitiva.
Mas, quando fiz a distinção, não me referi ao citado projeto de lei, mas sim ao texto que foca principalmente na questão racial.
Ricardo disse:
Entao ser branco no sul ou sudeste do Brasil e pobre vai estar fora das cotas? Se o pai de um aluno e cobrador de onibus a renda familiar e superior a 1,5 salarios minimos. Se, por azar ele for branco, fica fora das cotas? Espero estar errado.
Sinceramente, acho que o criterio deveria ser unica e exclusivamente ter feito o ensino medio em escola publica.
Carolina S. disse:
Se por azar ele for branco? Por favor, as cotas tem o intuito de diminuir o preconceito em relação à cor da pele. Qual tipo de preconceito um branco suporta?? E, por favor, não venha me falar que o preconceito no Brasil é de cunho social, porque não é! Um branco e um negro, ambos pobres ou ricos, numa mesma classe, suportam diferentes tratamentos em virtude, unicamente, da cor da pele. Até onde eu sei, o Brasil é um país muito bom para brancos.
Kika disse:
Nao somos nos q temos q trocar q lugar c vcs “coitadinhos” da esc publica. O gov deve pagar p que vcs estudem nos cursinhos pagos, já q o ensino publico não vale nada, esta atestado! Q pague p vcs estudarem e concorrerem ou preferem entrar direto logo na faculdade? Se vcs não terminam o segundo grau preparados exijam estudar em escolas particulares. Igualdade é tdos fazerem o mesmo concurso!
Aldo Junior disse:
O significado jurídico da igualdade trazida pela nossa Contituição Federal pode ser resumido da seguinte forma: “Tratar de forma diferente os desiguais, na medida de suas desigualdades.”
Tratar a todos de forma igual, ignorando as diferenças é sinônimo de DESIGUALDADE.
Malp disse:
Aí matou a pau! Hahah! Apelação argumentativa só pra dar o grau nos neoliberalista. Acho é bom.
Arthur disse:
Isso está errado. O conceito que você acabou de descrever é o conceito de Equidade, e não de Igualdade.
Aldo Junior disse:
Arthur, nesse caso, os conceitos se confundem, pois o que buscamos é uma solução mais próxima da JUSTIÇA. E, apesar de saber que a diferença conceitual entre “igualdade” e “equidade” é indefinida, tendo em vista que existem teorias das mais diversas vertentes, eu opto pelo conceito defendido por Hobbes e Aristóteles:
“que as coisas que não podem ser divididas sejam gozadas em comum, se assim puder ser: e, se a quantidade da coisa o permitir, sem limite; caso contrário, proporcionalmente ao número daquele s a que a ela têm direito. Caso contrário a distribuição seria desigual, e contraria a equidade”.
Portanto, você não pode afirmar que estou errado. No máximo, pode afirmar que não partilho do mesmo conceito de igualdade que você.
Débora disse:
Ideia de justiça muito bem desenvolvida por Aristóteles.
Alex Batista disse:
É muito salutar a discussão, mas a grande verdade é que nas escolas particulares existe algo semelhante ao sugerido pela maior parte das pessoas, ou seja cotas calcadas na condição financeira, (prouni) o problema é que por alguma razão (racismo) elas não funcionam como deveriam, ainda estamos as margens dos bancos universitários, (relatório apresentado pelo MEC na audiência pública promovida pelo STF) e se não pelas cotas não vejo outra forma de entrarmos nas universidades públicas.
Matheus disse:
Concordo, de que adianta entrar na faculdade com um ensino médio precário? ocupar um espaço e dizer que “faz faculdade”? me desculpe mas se é isso que vc quer… vc num é menos “egoísta” que as pessoas que vc crítica em seu texto.
É fato que pessoas que estudam em escola particular têm vantagem em relação a pessoas que estudam em escolas públicas, mas existem inúmeros casos em que pessoas de escolas públicas se destacam, enquanto pessoas que estudam em escolas particulares fracassam.
A escola tem sua importância, mas o esforço de cada um é muito mais relevante que a escola em que se estuda… ou vc vai me dizer que por eu estar em uma escola particular eu ja vou estar automaticamente dentro da faculdade? não é bem assim que funciona…uma pessoa não entra na faculdade simplesmente por estudar em uma escola particular e nem deixar de entrar por estudar em uma escola pública.
Lucas Oliveira disse:
Que merda é essa que você escreveu, uma insignificante, que não pensa em nada para mudar a situação daqueles que não tem as mesmas oportunidades que você e seu bando de amiguinhos. Aposto que você fica mais preocupada com as viagens de formatura que vai fazer do que com a insanidade que acabei de ler…
Amabile Domingos disse:
Sou branca, nasci pobre, de família humilde, e tive que ralar muito para conseguir entrar numa universidade estadual. Sinto que você tem preconceito comigo por ser branca, por que apesar da minha cútis ser diferente da sua, ninguém veio me dando dinheiro, ou me oferecendo lugar de graça em uma universidade. Cota, não. Melhorar o sistema público de ensino sim. Seu texto é preconceituoso, e honestamente, sua lágrima por ter nascido negra não me comove. Minha melhor amiga da universidade é negra, sua mãe é dona de uma escola de línguas, e ela tem direito a cota por que? Pela melanina da pele? Isso é um absurdo. Não é por que as pessoas são negras, que elas são mais burras, ou necessariamente mais pobres. Novamente, texto racista de gente preguiçosa, na minha humilde opinião de pessoa branca, que não nasceu em berço de ouro.
Aldo Junior disse:
Amabile, você está se dirigindo a uma pessoa (a autora do texto, Tâmara) branca, que também não vem de família abastada e que “ralou” muito para ser a pessoa que é hoje.
E você, aparentemente, não entendeu o cerne da questão ou faz questão de fechar os olhos. Esses exemplos que você cita são as exceções. O branco pobre e o negro rico são a “imensa” minoria ou “esmagada” minoria, porque de “esmagadora” não tem nada.
As exceções que você cita são alguns dos motivos pelo qual eu prefiro uma cota sócio-econômica à étnica, porém não podemos ignorar que a pobreza tem uma cor predominante. Essas cotas étnicas trazem muito mais benefícios do que malefícios para a SOCIEDADE, enquanto tratadas como métodos paliativos, que fique claro isso.
P.S.: Não acho que isso seja relevante, mas eu me considero uma pessoa branca, de classe média, caso você queira saber.
Amabile Domingos disse:
Desculpas então, a autora se ela não é negra.
A questão continua a mesma, cota não é a solução.
Votar corretamente e ir atrás dos direitos básicos de educação para todos sim. Eu não vejo negros e brancos indo protestar por melhor educação pública, onde estão esses alunos que querem tanto melhorias no sistema de ensino, e não serem tratados como diferentes, por serem pobres? Qual o próximo passo do governo? Criar cotas para o mercado de trabalho também?
Inclusão social não tem haver com tratar de maneira especial o menos favorecido economicamente, e principalmente, como a autora faz no texto, classifica-lo necessariamente como negro. Tem haver com exigir que os impostos que pagamos sejam direcionados para os lugares certos, e dar as mesmas oportunidades para todos. Porque para mim, aceitar essa proposta ridícula do governo, é ir contrariamente ao que é certo.
E já que estamos aqui, tão corretamente defendendo o pobre negro, quem vai defender a minoria da minoria, o pobre branco?
Por ser pobre, ‘e azar duas vezes’, branco, tem menos chance ainda?
Sou e vou continuar sendo contra cotas, e vou continuar lutando dentro da minha universidade, pelo o que é certo.
Aldo Junior disse:
Entendo sua posição, apesar de discordar.
Ao meu ver a visão das pessoas que são absolutamente contra as cotas é a seguinte: “Se o governo não estruturou bem a o sistema educacional até hoje, não tenho nada a ver com isso! Deixem a bomba explodir para o lado do mais fraco (mesmo que eu seja o mais fraco) e a vida segue.”
Se, como você mesma disse, o povo TEM que eleger e exigir de seus governantes as boas estruturas dos serviços públicos, (os essenciais principalmente) como que podemos nos esquivar da responsabilidade agora, quando vemos claramente que esse trabalho não está sendo bem feito?!
NÓS TAMBÉM SOMOS RESPONSÁVEIS PELO INSUCESSO DO GOVERNO!!!
Devemos, todos, fazer algo para MINIMIZAR o prejuízo (como é o caso das cotas) e, CONCOMITANTEMENTE, intensificar nossa quase inexistente fiscalização sobre o trabalho governamental, para que se comece, o quanto antes, a serem feitos os projetos e investimentos necessários para todas as áreas, em particular a educação.
A partir do momento em que a estrutura dos serviços públicos estiverem melhor, os metódos paliativos, como são as COTAS, deverão ser abandonados.
INJUSTO é dar como “um caso perdido” essa imensidão de pessoas prejudicadas pelo mal funcionamento do sistema educacional brasileiro. Vamos pensar apenas no futuro e as pessoas que já foram prejudicadas, devem suportar o ônus por si mesmas.
É muito egoísmo ou ignorância de quem não foi atingido por esse erro, achar que não existe razão para colaborar com a remediação do problema. E é muita inocência, das pessoas que sofrem por causa desse erro histórico, acharem que os governantes são os únicos culpados, e que a sociedade (incluindo-se os brancos, pardos, negros, pobres ou não) é uma VÍTIMA.
Sol disse:
Concordo com você Amabile, não sou ‘branca’ e nem ‘negra’! Sou mestiça brasileira e acredito que 99% dos brasileiros sejam mestiços. Cor de pele é um detalhe insignificante neste milênio (talvez fizesse diferença há mais de 100 anos, no período declarado da escravidão). A própria ciência JÁ COMPROVOU NÃO EXISTIR RAÇA. Há vários genes de ‘brancos’ no mais negro africano e genes de ‘negros’ no mais ‘puro’ e branco europeu. Se a população lesse mais, se informasse em fontes confiáveis, inclusive lesse pesquisas científicas saberiam. Após algumas décadas talvez essas informações esclarecedoras cheguem ao senso comum. Sinto tristeza em ouvir coisas escritas assim, em um texto preconceituoso como você mesma disse, porque existem ‘brancos’ pobres e então, merecedores de políticas de cotas. Tenho 50 anos e lutei, lutei muito para estudar, pois trabalhava concomitantemente aos estudos. Não reclamo de nada, só agradeço ao meu bondoso Pai Jesus que tudo proveu em minha vida e me abençoou ao dormir durante minha juventude estudantil à 24:00h e acordar as 06:00 da manhã para trabalhar. Fazer as coisas certas, seguir orientações de meus pais, professores e até do ‘chefe’ que tive em um dos meus trabalhos. Nunca desanimei diante das dificuldades que não foram poucas. Quem se acha ‘negro’ e por isso chora, reclamando que não teve oportunidades, desculpe, também sua lágrima não me comove.
Bino disse:
Certa vez, ouvi a seguinte comparação sobre cotas: “se uma pessoa se acidenta no trânsito, ninguém nega a ela o direito de ser atendida prontamente por uma ambulância, mesmo sabendo que o trânsito precisa melhorar, nós não vamos cruzar os braços, deixar uma pessoa agonizando, e dizer a ela e a todos que a melhor medida é a educação no trânsito …” ..foi mais ou menos assim, e acho que a questão das cotas evoca a mesma linha de comparação: pq vamos negar o direito de a pessoa ter acesso ao ensino superior e dizer a elas que esperem o ensino fundamental e médio (públicos) melhorar…o que levaria décadas?
Aldo Junior disse:
Eu fiquei um bom tempo procurando por uma boa analogia, essa é ótima, Bino!
Denise disse:
A maioria dos pobres são brancos, embora a maioria dos negros sejam pobres. Outro dado importante é que as regiões mais ricas, Sul e Sudeste, possuem a população majoritariamente branca, os negros estão concentrados principalmente nas regiões mais pobres, como o Nordeste e o Centro-Oeste. Qual a influência regional e qual a racial?
Para se calcular o número das cotas, vai ser utilizado o número de negros, que é a soma dos pretos e pardos. Para efetivamente dar as cotas, serão beneficiados apenas os pretos e os pardos mais escuros. Isso é tortura de dados… Fora que teremos um “tribunal da raça pura” para julgar isso. Triste!
E, só para constar, é engraçado, mas nas escolas que estudei, todas particulares, era raro ver outro branco. Quase todo mundo é pardo… Pessoas parecidas com o Aldo, que é bastante escuro e preto em todo lugar do mundo, mas no Brasil pode se considerar branco.
Carlos M. Alves disse:
Bom, diante do excelente texto e comentários sobre ele, eu só tenho a dizer que me comove, sim, ver que algumas pessoas, como a senhora Sol, afirmar que a cor da pele é um “detalhe insignificante”. Ora, vai dizer isso pra polícia, que, quando tem como “critério” de suspeitas: a cor do indivíduo. Me comovo por ver um discurso que tenta abrandar a realidade do racismo no país. E o mais interessante: dizer que o texto acima e mesmo as cotas são preconceituosas. Acabo me comovendo ao perceber que esqueceram de ver que no Brasil existe, o que Oracy Nogueira constatou, o “preconceito de marca”. Ou seja, não se preocupam com o gene, mas a aparência. Se a ciência provou que não existe raça (termo mal compreendido pelo senso comum), essa mesma ciência, nas especialidades de antropologia e sociologia, demonstra o quanto ainda o indivíduo é discriminado e limitado em seus direitos pelo fato de ter uma pele mais escura, um cabelo que não é liso, um nariz que não é afinado. Mas enfim, isso é “detalhe insignificante”. Certamente as pessoas não vão se comover mesmo, pois isso não lhes diz respeito
Alex Batista disse:
Me desculpem, mas cotas são realmente necessárias, e concordo que não deve ser para sempre, na verdade eu queria mesmo era que não precisassemos de cotas. ESSE É MEU SONHO.
Aldo Junior disse:
Denise, eu sou um moreno bem claro e tenho olhos verdes. Essa foto não faz justiça a minha real etnia, foi tirada no final do verão, quando eu estava muito bronzeado e num ambiente muito escuro, com uma camisa branca fazendo contraste. Não se deixe enganar, eu posso me considerar branco, apesar de não ser loiro com olhos azuis.
Mas o mais importante é que eu concordo que o mensuramento para determinar a etnia de cada pessoa é algo muito sensível e difícil. Porém, ao mesmo passo, não podemos desistir de uma idéia por causa da dificuldade de sua execução ou por causa dos riscos de ela não ser efetiva. Devemos planejar e fazer o melhor possível para que tudo corra bem. Desistir antes de tentar é a pior derrota.
Brunet disse:
Brasileiro tem mania de reclamar sem nem pensar antes… Vocês já pararam para pesquisar quanto o brasil investiu em educação nos últimos 10 anos? As coisas não acontecem da noite para o dia…
Anna disse:
Amabile, você está super enganada querida, negro rico não tem cota! Eu sou negra, estudei sempre em escola particular, não sou rica, sou da classe média mesmo, e eu não tenho cota e eu super apoio as cotas, precisamos tirar esse estigma da classe branca elitizada e preconceituosa!!!!!!
Amabile Domingos disse:
Querida, você é preconceituosa ao dizer que a classe branca tira o direito do negro de estudar. Se informe primeiro, a cota proposta pelo governo É RACIAL. No Brasil, conceito de raça é tão válido quanto acreditar que o governo vai dar melhor condições dos POBRES EM GERAL, mesmo os branquelos, estudarem após aceitarmos a cota. Isso só vai ajudar a produzir exatamente o que eles querem, gente mal preparada, mal informada e alienada. Fácil de manipular.
Aldo Junior, em que momento você entendeu que eu acredito que isso não é problema meu. Se eu acreditasse nisso, não seria eu uma das organizadoras do protesto previsto para o dia 06 de setembro, dos estudantes em TODO o Brasil, daqueles que REALMENTE FAZEM algo para mudar esse quadro, que cansaram de esperar que isso acontece, e cansaram de aceitar as migalhas que o governo nos propõe. No caso, cota é migalha, porque vai oferecer sempre o MÍNIMO para o negro, pobre. E para o branco pobre NADA.
Vívian disse:
Amabile, você sabia que em países como o Uruguai e a Argentina tem vagas pra todo mundo? É só querer estudar. Quem sabe o protesto que vocês vão fazer não pode ser “a favor de vagas para todos” em vez de “contra as cotas”? Quem sabe lutar por todos?
Nathalia disse:
Concordo!
Acredito que essas cotas farão com que a cobrança diminua,já que os estudantes não terão tanta base assim e o número de desistência vai aumentar ainda mais!
Não é preconceito isso e sim a realidade!
Tenho em minha turma muitas pessoas q vieram de ensino publico e os mesmos acham essas cotas um absurdo.Sem contar que com isso o governo começara a se preocupar ainda menos com a melhoria no ensino de base,e fará com que as federais caiam na qualidade de ensino ficando igual ao resto do ensino no país!!
Amabile Domingos disse:
Exatamente isso Nathalia, o aluno que passar por cota vai estar muito atrás do entendimento que a sala tem de diversas matérias. Mesmo que ele “sobreviva” a universidade, o que vai fazer quando chegar despreparado no mercado de trabalho?
Chorar para o governo criar cotas nas empresas e concursos públicos também?
Cecília disse:
Amabile, que comentário mais nojento, escroto e preconceituoso. Ainda bem que o texto não é sobre você, né. Apesar de ter dito ser branca e nascida em família humilde, você faz comentários duros e sem humildade alguma. Pode ter certeza que o negro que entrar na Universidade vai ter tanto orgulho por, possivelmente, ser o primeiro de sua família toda a pisar em uma faculdade que vai se esforçar ao máximo. Pode apostar, bonequinha, que ninguém vai precisar chorar por cotas no mercado de trabalho. Historicamente falando, os negros trabalharam muito por esse país (vai dar uma estudada, bonequinha) e nunca precisaram chorar para colocar a mão em uma enxada ou aceitar qualquer serviço por alguns trocados. Nunca. Ninguém vai precisar chorar não, querida.
Gustavo Sabbag disse:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,desempenho-de-cotistas-fica-acima-da-media,582324,0.htm
Vejam este link. Este é um bom momento pra refletirmos como discursos que aparentemente são coisas óbvias e “realidade” como dito acima, podem ser, como diria Foucault, transpassados por determinadas relações de poder. Os desempenhos de quem vem de escola pública são melhores dos de quem vem de ensino particular. O aumento destes estudantes não “farão com que a cobrança diminua,já que os estudantes não terão tanta base assim e o número de desistência vai aumentar ainda mais”. É mais provável que, já que tiveram contato com uma realidade mais dura e intragável, tenham mais vigor ao indicar as diferenças e desigualdades.
Lenna disse:
Amabile, existem 2 tipos de cotas, pra 2 tipos de problema. As cotas raciais são medidas para o problema racismo, e não para o sócio-econômico.
Fernanda disse:
Lenna, desde quando cota racial é medida pra acabar com o preconceito que existe na sociedade? Inserir alguém no mercado de trabalho, ainda que ele tenha qualificação, não significa que todas as portas irão se abrir. E isso independe de cor! O que vocês precisam entender é que quantidade de melanina não tem relação alguma com quantidade de neurônios..e se o passado histórico fez com que a maioria da população negra seja pobre, hoje, a Constituição já garante direitos para que eles possam ascender socialmente! O que existe são camadas sociais, não raciais. Isso sim é preconceito, achar que alguém é mais ou menos burro pela cor da pele. Quem é negro deveria ter vergonha dessa proposta!
eula disse:
Quem ai acha que a Amabile é branca levanta a mao \o/
Érica Marin Do Ó disse:
Um texto sentimentalista, meio maniqueísta. este dela, não? Um texto que apela para o mais simples, para a análise mais rasa, para a “vitória do bem contra o mal”, fava contada.
Nem sei se a autora é negra, não faz diferença isso… mas que ela está enganada nesta sua fé está….
Amabile Domingos disse:
Ps: minha sala possui aproximadamente 15 alunos entre negros e pardos. Somos em trinta.
SiRvana disse:
Parabens, Amábile por teres claro o conceito de “certo”, no entanto, vives no mundo errado.
Eu sou negra, cotista e uma aluna referencia do meu curso (TEATRO). Trabalho muito, ganho pouco, fiz 4 vestibulares, tenho pouco tempo para estudar, não falo ingles, meu primeiro computador fui ter depois de 3 anos de faculdade e apesar disso participo ATIVAMENTE da luta pela educação.
Sou educadora popular e espero que um dia o Brasil, que tanto usa a sua miscigenação como atrativo lá fora, esteja preparado para dar as mesmas condições à todos. Ninguém quer ser super herói, eu por exemplo sou chamada muitas vezes de batalhadora e sabe porque, porque pra toda negra pobre o sonho nunca pode ser muito grande. E nenhum negro é coitadinho e as cotas não são um atestado de burrice como foi dito mais acima. Ou tu já pensou em apostar uma corrida a pé com alguém de Ferrari? Saca?
Tu és uma menina inteligente e vejo que se esforça nos teus argumentos, mas a questão é tão outra, tão além do concordo e discordo. Mas boa sorte na sua vida, um dia (I have a dream) tu entenderás.
Alex Batista disse:
SIRvana, Fantástico. Você é fantástica. Parabéns!!!! É como vc disse, com muito respeito a Amábile, mesmo sendo tão inteligente, ela jamais entenderá, ela foi programada para não entender. Eu queria muito que pessoas como a Amábile vivesse na realidade o que Joel Zito retrata em seu filve “Vista Minha Pele” http://youtu.be/LWBodKwuHCM .
Raíssa Carmo disse:
Pois é , a minha tem 5 ou 6 alunos negros em cerca de 160.
Silvana Rodrigues disse:
Sobre o “pensar certo” ainda, te trago Paulo Freire para que não fique só nas minhas palavras e no meu apelo sentimental. E digo SENTIMENTAL com muita sinceridade porque é algo que eu sinto, na pele, diariamente.
http://cmapspublic.ihmc.us/rid=1142116397907_898064225_1441/Pensar%20certo.cmap
André disse:
Concordo plenamente com seu comentário acima. Só um país com cabeça medieval pode dar cotas baseado na melanina da pele !
Silvana Rodrigues disse:
Só um pensamento medieval nega que exista preconceito aos negros neste país. É uma questão de acesso. Eu sou militante de mil causas que “aparentemente” não são minhas, mas é necessários que os maiores interessados sejam os agentes da mudança da sua história. Se o negro pobre não estiver na universidade (sim, fiz vestibular e estudei muito pra passar e não sou menos cobrada), para futuramente estar inserido nos espaços decisivos, quem vai estar?
Bruna disse:
Amabile, veja os números, cotistas têm rendimento acima da média. E acho que é justamente para calar a boca de pessoas como você. Você fala que precisamos de pessoas que fiscalizem as ações governamentais, mas isso requer educação e conscientização. Essas duas coisas não são proporcionadas pela atual escola pública, então precisamos que essas pessoas entrem em Universidades, e de preferência Universidades Públicas, que ainda são os espaços onde há preocupação com a educação enquanto desenvolvimento humano, além de preparo para o mercado de trabalho.
slavenko disse:
carvalhooo! que texto soda!! absolutamente preciso. Se quem escreveu foi a Tâmara, me passe seu endereço que vou pedi-la em casamento pessoalmente. Obrigado pela precisão cirurgica num assunto tão mal compreendido quanto mal intencionadamente manipulado.
V disse:
Eu sou Homem e Branco e não sou pobre o suficiente para ser discriminado por isso, talvez o que você chama de classe-média. Então, se você me disser que eu não entendo preconceito, eu até concordo, estou em um grupo étnico e sócio econômico muito favorecido em detrimento dos outros.
No entanto, eu contribuo com os meus impostos então porque diabos eu não tenho direito de dar minha opinião sobre como os recursos públicos são gastos ? De como os departamentos públicos são geridos ?
Eu não acho que os negros jovens tem que estar fora da universidade. Mas você acha mesmo (seguindo sua linha de ataque pessoal) que se você tivesse passado o ano inteiro estudando e tendo a mesma nota que um aluno com cota ele passasse e você não, você ia achar justo ? E se você diz que a cota não é pra ser justa (porque a sociedade não é justa pra começo de conversa), então porque se preocupar com uma prova ? Porque não fazemos um sorteio ?
Não é sobre o jovem negro fora da universidade. É sobre o jovem branco que merece tanto quanto ele! Como é que pode você falar com desdém, sobre a vida de uma pessoa que é tão humana quanto todo mundo, que não é vilão de nada., que aconteceu de nascer branco.
Esse argumento ridículo de trocar de lugar. Ninguém aqui é instituição de caridade, citando os impostos novamente, todos nós pagamos 40% do nosso suor para ter as estruturas públicas. E depois, mais suor para por sua cria em uma instituição de ensino com o mínimo de qualidade. Eu acho que você tá confundindo classe média com alta, porque tudo isso é um stress econômico inacreditável. A vida não é fácil pra ninguém, nem pra você nem pra mim, pra ninguém.
Eu acho que existem sistemas de cotas mais justos que outros. Eu acho que quando você reserva uma cota para um negros e índios, você tá sim tirando uma vaga de um branco, e não ele não vai poder pagar um faculdade boa, assim como o negro não pode. Eu acho que se as universidades tivessem vagas ilimitadas ia ser bem melhor. Eu até acho que um sistema em que a nota de um cotista recebe um aumento é bem melhor.
Mas eu não acho que esse texto seja certo.
Malp disse:
Você pode dar sua opinião mas a mensagem do texto é que no primeiro golpe contra o “branco-classe média” ele já esperneia enquanto os que sofrem preconceito muitas vezes não tem nem acesso a educação/cultura/comida para poder espernear, ou lutar. E não tente comparar o sofrimento da classe média com o da classe baixa. O negro tem menos acesso a informação e a apoio. Há um rio de diferença entre um pobre negro e um pobre branco.
PS: Sua noção de justiça é muito errada.
veronica disse:
Sinceramente, a classe media baixa, que deveria ser estimulada, as pessoas filhas de familia pobre que conseguiram juntar alguma coisa, sao as que mais sofrem com esse sistema completamente abusivo de cotas. Primeiro, cotas por cor sao extremamente discriminatorias, e esse argumento furado de que tem mais negros pobres, bem, entao estatisticamente mais negros vao ser agraciados pelas cotas socio economicas. Questao de porcentagem, nao e? Agora, aqui em porto alegre, colegio militar, o melhor da cidade, e publico, entao tem direito a cota. Meu amigo, de familia carente, estudou a 5 serie num coleginho particular fuleiro, porque ele tinha dificuldades de aprendizado. Nao tem direito a cota, nem ao pro-uni, ja que a renda familiar dele ultrapassa em 200 reais o valor maximo. Mas nao da pra pagar uma universidade. Gente que vive em condicoes piores, pelo menos aqui em porto alegre, tem direito a creche gratuita, aulas de esportes e instrumentos, cursos tecnicos gratuitos com direito a bolsa alimentacao e transporte, e, alem das cotas, ao pro uni. Agora, a classe media baixa fica no limbo, nao tem dinheiro pra pagar particular nem e pobre o suficiente pra receber de graca. E essas pessoas, como ficam?
André disse:
“Há um rio de diferença entre um pobre negro e um pobre branco”, só se for na sua cabeça preconceituosa.
Lilian disse:
Achei curioso sua posição V. Diz sobre justiça. De acordo com você, não é justo que um jovem branco fique fora da universidade se tirou uma nota igual ou maior de um jovem negro. Será então que foi justo retirar jovens negros de sua terra natal, onde eram soberanos, para serem escravizados em uma terra simplesmente pela cor de sua pele? Foi justo manter um sistema em que um ser humano era dono de outro e forçá-lo a todo tipo de situações? Foi justo submeter pessoas a um padrão de vida tão precário, em que a expectativa de vida não ultrapassava os 30 anos de idade? E o que aconteceu quando decidiram acabar com essa situação? Simplesmente expulsaram negros e suas famílias das únicas casas em que conheceram, forcando-os a ficar à margem da sociedade. E isso ainda se reflete ainda hoje. Devido a isso, não acho que qualquer branco pode argumentar sobre justiça das cotas étnicas.
Lucas disse:
Então você está propondo “consertar” uma injustiça do passado, com uma nova injustiça???? Que bela maneira de pensar! Vamos muito longe assim.
Paula disse:
Lilian me deparei agora com seu comentário indignado, que gerou em mim indignação maior ainda, historicamente os negros soberanos não foram arrancados de suas tribos simplesmente por homens brancos do mal, é importante entender que por disputas tribais e territoriais muitos africanos foram vendidos por outras tribos para os europeus, claro que isso não muda o fato do que decorreu com todos esses imigrantes e seus descendentes, mas muda sim o ódio direcionado aos brancos, outro conjunto de fatos historicamente importante vai de encontro ao fim do seu texto “Devido a isso, não acho que qualquer branco pode argumentar sobre justiça das cotas étnicas.”, te pergunto, para abolição da escravatura foram apenas os homens negros que lutaram para essa liberdade? Qualquer um deve discutir noções de justiça sim! Cotas por raças são preconceituosas, a classe econômica é que deve determinar o uso de vagas se assim for, independente da minha cor eu não posso mudar o que passou, podemos mudar o futuro destruindo barreiras, devemos buscar a igualdade comum independente de qualquer argumento, não é excluindo brancos de baixa renda que vamos penalizar os brancos que erraram, vamos apenas estar cometendo o mesmo erro, mas agora com outro alvo.
Marcelo disse:
Esse argumento é muito comum entre os negros defensores dessa política. Eu o chamo de “Teoria da Vingança”. O branco deve pagar um preço mais alto hoje em dia, porque o negro um dia foi escravizado pelo branco. É como se dissessem:.. “O que é ter menos chances para entrar na universidade perto de ser escravizado?” O escravismo no Brasil não foi e nunca será algo bom. As pessoas estão confundindo as coisas. O branco de hoje não tem que pagar o preço, simplesmente porque nasceu branco. Ninguém tem que pagar.Agora se nasci branco, nasci com privilégio? Quem disse? Você sabe sobre a minha vida por acaso? Desde cedo, minha família sabendo da situação de nossa educação pública, destinava 70% do orçamento para o ensino particular, porque de outra forma não conseguiria entrar na universidade pública. Veja, eu não conseguiria entrar porque nasci negro e pobre mas simplesmente porque o ensino básico não tem qualidade.
B disse:
“Devido a isso, não acho que qualquer branco pode argumentar sobre justiça das cotas étnicas.” ??????????????????????? Acho que vou usar a premissa dos impostos para poder argumentar. Me desculpe, mas achei seu comentário muito dramático. Você deveria falar do problema atual de discriminação e preconceito com os negros de hoje, não com seus tataravós e bisavós, porque é mesmo lamentável, mas não se pode voltar no tempo. A discussão, mesmo nas reitorias ou no STF, se volta para o problema atual e no que pode ser feito ATUALMENTE para mudá-lo. Porque é mesmo triste, mas não posso mais condenar o traficante de escravos do século XVI, melhor seria inventar uma máquina do tempo.
Me desculpe, mas nunca ouvi dados a respeito de quantos negros com renda abaixo do teto cotista entram nas universidades, logo, só posso falar do que eu vejo na universidade federal que estudo. Sinceramente, não vejo muitos negros pobres e desfavorecidos entrarem na UnB (primeira federal a instituir o sistema de cotas no Brasil). Mas não vou negar que existam, só acho que é um sistema que favorece o negro de classe-média ou alta com tantas oportunidades quanto um branco. Falo por experiência de muitos contatos com cotistas que confesso e falo com propriedade, tiveram mais oportunidades que eu.
Quando falam que os negros com boa qualidade de vida são uma minoria quase inexistente na sociedade brasileira, não tenho do que discordar, mas acho que é essa minoria que o sistema de cotas agracia. O negro pobre competindo com essa minoria, ainda sai perdendo.
Mas se você for argumentar a respeito do problema sócio-econômico que é herança da escravidão, daí eu realmente não tenho o que discutir, sou muito a favor de cotas SOCIAIS.
Érica Marin Do Ó disse:
Concordo com seu ponto de vista, algo lúcido.
Sarah Carrijo disse:
Eu ia comentar, mas li o comentário do V e não posso dizer que discordo de ponto algum. É isso mesmo, se cotas não são criadas em favor da justiça, por que não um sorteio? E sim, pela quantidade de impostos que pagamos, as universidades deveriam ter vagas para todos. Cotas não têm a finalidade de ser justas, mas a educação pública sim.
agenciasocial.org.br disse:
estamos falando da realidade, não do que “eu acho”, cotas é só um dos instrumentos para fazermos justiça
Eliane disse:
Que rapaz inteligente! Chamou a garota à realidade. Amei seu comentário e ele deveria estar no lugar deste texto preconceituoso. Pra esta garota só existe classe media alta e alta! Aproveitando os pedidos de casamento feitos nos comentários aproveito para fazer o meu a vc V
Erika disse:
Concordo com a mensagem que o texto quer passar, mas acho que simplesmente construir um discurso de ódio a brancos supostamente mimadinhos é um pouco perigoso. A coisa sai sutilmente do campo da luta por inclusão e se torna também uma forma de violência discursiva que estereotipa os brasileiros não negros. Estereótipos, os negros deveriam saber bem, são a mais cruel forma de violência porque permitem a sustenção de outras práticas de violência que superam a esfera do simbólico. Defender, nas entrelinhas, que a população branca é, em peso, uma corja de privilegiados mauricinhos que não lutam por nada na vida e conseguem tudo de mãos beijadas é tão violento quando defender que os negros que lutam por cotas e outras políticas inclusivas não passam de oportunistas querendo vida fácil. O preconceito ultimamente parece estar vindo dos dois lados…
Malp disse:
Não vi o ódio. Eu só vi desdém velado para neoliberalistas parasitas. Muito classudo da autora se limitar a só isso.
Marcelo disse:
Concordo com tudo que você disse. E realmente também senti o preconceito vindo do autor do texto. Eu também me senti ofendido pela forma como foi abordado. Realmente um estereótipo contra o branco. O branco que por ter nascido branco…segundo o texto se encontra em uma posição de privilégio. Por que? O branco que nasceu pobre é privilegiado porque? O engraçado é que o texto se omite sobre essa “classe” da nossa sociedade. Só existe “negro pobre e coitado” e “branco que faz cursinho.” Coitado do branco que é pobre nos dias de hoje e sorte do negro que é rico e teve acesso.
Bruno Rincoski disse:
Tâmara freire, assim como muitos discutem a questão fora do foco. O governo deveria oferecer educação escolar de qualidade para todos. Pobres, ricos, negros, brancos, índios, etc. Se a educação fosse de qualidade e deixasse todos aptos aí as universidades mantidas pelo governo poderia ser até exclusiva para aqueles que não tem condições de pagar, como muitas comunity colleges nos EUA e Europa. Aí a educação superior poderia ser feita em universidades particulares, que se estruturariam e poderia aceitar os alunos mais preparados, o que elevaria seu conceito perante a outras, e não somente aceitar qualquer um que possa pagar a mensalidade o que, infelizmente, baixa o nível e a qualidade das aulas e consequentemente dos futuros profissionais.
Mas até agora o governo só usa de paliativos. Injeta muito dinheiro no pro uni, pq dar bolsas que se transformam em benefícios fiscais é bem mais barato do que abrir novas universidades. E agora cria cotas para que metade das vagas federais sejam ocupadas por cotistas, dando “oportunidade” para os menos favorecidos.
Só a cota não adianta, se não cuidar da educação de base! Se já somos deficitários em relação a outros jovens ingressastes nas universidades mundiais, que dirá de alunos que tem enormes lacunas de matemática e português básicos, pouca capacidades interpretação textual e consequentemente interpretação do meio ao seu redor, devido a péssima educação que forma submetidos por anos??
#sócotanãobasta
Aldo Junior disse:
Também acho que só isso não basta, mas medidas paliativas são uma necessidade no Brasil em que vivemos. O que devemos fazer é lutar para que essas medidas não se perpetuem e logo sejam substituídas por políticas de longo e médio prazo, fundadas em um bom planejamento e que visem resultados mais duradouros.
Cota é um remédio, mas o que dá saúde é a boa alimentação, uma estrutura educacional pública de qualidade, é investimento.
Alvaro disse:
E você tem a ilisão de que essa politica de cotas não vai se perpetuar?
Aldo Junior disse:
Álvaro,
Não se trata de ilusão! Trata-se de não ficar conformado e de se manter acreditando e lutando por algo melhor. Esse pensamento de que “tudo vai piorar e não há o que se fazer” é uma das principais coisas que afundam nosso país na desigualdade e no subdesenvolvimento. Devemos abandonar esse pessimismo e ir à luta. E, por sabermos que existem chances de tudo sair do rumo pretendido, devemos nos esforçar mais ainda a fim de prevenir esse erro.
Tem que ser feitas duas coisas: 1) os projetos de longo prazo e seus investimentos; 2) as medidas emergenciais (no caso as cotas), enquanto os investimentos do primeiro item não estiverem surtindo um efeito satisfatório.
Uma coisa NÃO anula a outra!
Porque temos que escolher entre um ou outro, quando podemos fazer os dois?! Lutemos pela melhora do ensino básico e da estrutura da educação pública, mas também devemos lutar para minimizar os danos causados até o momento, muito por culpa da inércia da população, da qual fazemos parte.
Renan Moratto disse:
Excelente texto.
É muito fácil ter opiniões e palpitar sobre o que deve ser feito como mero “espectador” do tema.
Apoiar um único ponto de vista de amigos que possuem condição semelhante.
Um pouco de empatia as vezes funciona, antes de chorar pelo “drama” do cursinho e reclamar das cotas, tentar ter outro ponto de vista e fazer algo benéfico!
Marilene disse:
Que maravilha de texto!!!!!!!
Daniel Vidal disse:
Porcaria de texto. Generalizam os “brancos da classe-média” como malvados, sendo que se eu generalizo um negro de bandido (o que seria um absurdo), vocês esperneiam. Quem sabe façam um texto onde não há generalização?
André disse:
Concordo!
Mari MF disse:
UAU
Rosiclér disse:
Quem criou esse mundo tão ruim na sua cabeça, Tamara? Essa vida que você narra eu vivi e em muitos pontos que você coloca eu ainda vivo, em ambiência diferentes, mas é assim mesmo que as coisas são! Não é por conta de uma “redoma protetora” das cotas que todos nós seremos dispensados das decepções, das lutas, dos almejos… Sai a universidade, vem o mercado de trabalho!! Essas lutas fazem parte da vida! Hoje criou-se a ilusão por conta da cor, mas existem outras “classes” que também sofrem preconceitos, não é? Os velhos, os deficientes e outros também não sofrem neste país? Na verdade não há cor que difere uma dor! Eu acredito que as lutas devem ter objetivos maiores! Estamos mudando o foco do problema ao nos envolver em uma situação proposta por governantes incompetentes, que não são cobrados para fazer o que estão sendo pagos para fazer: justiça social. Os interesses desses governantes são egoístas e mesquinhos que usa esses subterfúgios para mudarmos o nosso alvo que deveria ser: “eles”, governantes! Você assistiu Titanic? Lembra-se do momento em que os músicos tocavam no salão de festa enquanto que quem estava nos andares de baixo do navio já lutavam pela sobrevivência? Então, imagine a seguinte situação: os governantes criam essas polêmicas para ficarmos discutindo, nos distraindo e não cobramos deles resultados efetivos que na verdade deveriam vir em forma de: educação básica de qualidade (não precisaria de cotas), boa alimentação nas escolas públicas porque quem estuda precisa estar bem alimentado, saúde de boa qualidade e infra estrutura de água/esgoto, iluminação, asfalto, condições econômicas sustentáveis para manter nossos pais trabalhando dignamente, porque aí ninguém precisaria de reservar nada para ninguém. Aí teríamos todas as ferramentas necessárias para vencermos nossos desafios…Todos nós temos o direito e condições de sonhar e realizar… Um forte abraço!
Malp disse:
Esse tá no sonho americano.
Gabriel disse:
Pelo contrário, belo texto. Não se prende a futilidades como a cor da pele.
gikkinha@hotmail.com disse:
conheço tantos brancos pobres e sem condições de entrar em uma universidade (seja ela paga ou publica) que começo a duvidar desses textos que defendem as cotas…
Devemos ir além, melhorar a educação básica…se todo mundo é obrigado a ir a escola até os 17 anos, por que não se pode fazer desse espaço a oportunidade para o negro/branco/pardo/indio ir melhor no vestibular? Por que não se pode pensar que a escola pode ser o espaço de melhoria? Dê espaço ao aluno na escola, dê o que comer na escola e de oportunidades na educação básica pública para esse aluno! Cotas não fazem com que a questão racial se iguale, apenas transforma o espaço universitário defasado e de má qualidade… quem não teve qualidade na escola, dificilmente encontrará essa qualidade na universidade…
Ou vocês pensam que estamos evoluindo colocando um aluno de qualidade inferior na universidade? E não falo em questão de cor, longe disso, falo em questões de seleção mesmo.. se temos uma forma de seleção – que, com certeza, esta longe de ser a ideal, ou se quer, a aceitavel – devemos entender que essa seleção deve ser igual a todos, ou então ser diferente para todos. Querem colocar o negro (ou pobre) dentro da universidade? Mudem o jeito de seleção, e cobrem desse aluno que teve toda uma escolaridade inferior o mesmo que cobrariam daqueles que entraram sem cota….
O que temos hoje é uma inversao do entendimento de Universidade…não é de hoje que escuto professores reclamando e alunos pedindo menos matéria, ou informando que não vão ler um livro inteiro em um semestre apenas por que não tem capacidade, ou não estão acostumados com isso… onde fica a qualidade mesmo? E olha que nem estou falando do negro, que por sinal tem a mesma capacidade do branco… falo, por fim, da péssima qualidade de ensino superior que temos hoje, seja ela cotista ou não!
Mariana Busarello disse:
engraçado é que os cotistas têm um desempenho maior na universidade do que os não-cotistas, como já foi apresentado em DIVERSAS pesquisas, aonde está o seu “espaço universitário defasado e de pior qualidade”?
Natália disse:
Onde estão essas pesquisas? Mande esses links por favor!!!
Alex Batista disse:
Prezada Natália, segue abaixo uma pesquisa sobre o rendimento dos alunos cotista da UnB durante os anos de 2004,2005 e 2006 desenvolvida por JACQUES VELLOSO Pesquisador colaborador da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e pesquisador sênior do Núcleo de Estudos sobre Ensino Superior da Universidade de Brasília. Que diz o seguinte no final de sua pesquisa: “Tomados esses dados em seu conjunto, em termos de diferenças substantivas no rendimento na universidade – as que realmente importam – não houve uma sistemática superioridade dos estudantes não-cotistas, embora assim previssem críticos do sistema de reserva de vagas. Em vários dos cursos analisados, os resultados para a UnB se coadunam com os obtidos noutras universidades do país, nas quais vigem cotas para negros ou reserva de vagas para alunos oriundos de escola pública conjugada com as cotas para negros, ainda que esses outros dados em geral se refiram a uma única turma de estudantes”. Cadernos de Pesquisa, v. 39, n. 137, maio/ago. 2009.
Você deve ver a pesquisa toda, pois é muito interessante e está a disposição em: http://www.scielo.br/pdf/cp/v39n137/v39n137a14.pdf
Alex Batista disse:
Natália, engraçado, fiz uma pequena busca sobre as estatísticas do rendimento positivo dos negros cotistas na faculdades públicas e encontrei várias pesquisas, veja essa notícia: http://atarde.uol.com.br/noticias/1286509
Ana disse:
Excelente texto!
Edson Norton disse:
Eu sou um desses branquelos sobre os quais o texto não foi feito e concordo com as cotas, mas as sócio-econômicas hão de ser mais justas que as étnicas.
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marlonweasdor disse:
Nunca estudei em escola particular, sempre fui pobre e minha pele é escura o suficiente para conseguir entrar pelas cotas, mas sou totalmente contra elas. Sou universitário por mérito próprio, e cheguei onde cheguei porque estudei. Resumindo: não é somente o dinheiro que cria oportunidades, o esforço pode fazer o mesmo.
Quem estuda consegue também.
Flávio Rodrigues disse:
Não sou negro, não sou branco nem rico nem pobre sou humano igual a todos aqui e é assim que todos deveriam ser vistos. Mas como sempre na história opressora da humanidade alguém tem que se sobrepor ao outro em benefício próprio concordo e exalto o texto tâmara, parabéns.
Luis disse:
Claro, sabemos que o problema da educação básica não será resolvido da noite pro dia, e muito menos será resolvido jogando a responsabilidade de um problema público em cima da classe média.É devido a pensamentos como esse que o governo manda e desmanda na população e a educação pública está neste estado deplorável. É muito mais fácil criar cotas raciais pra mudar as estatísticas, difícil é resolver a causa social que é responsável pela disparidade dos números. Se vc acha que os brancos de classe média pensam de forma mesquinha, vc tb pensa da mesma forma mesquinha, porém olhando apenas o outro lado da moeda,típico discurso de pseudo-intelectual moralista.
Rômulo disse:
Texto bonitinho, mas sem argumentação nenhuma.
Vinicius disse:
Antes de mais nada, sou a favor das cotas. Mas apenas das sociais. Acho sim que a precariedade do ensino público torna a competição dos alunos injusta. Só não entendo porque inserir a cor da pele nas cotas. Não faz sentido segregar os alunos da rede pública que receberam a mesma (insuficiente) educação.
Não gostei desse texto, principalmente pela forma que foi escrito. A autora ataca um estereótipo “privilegiado” para que o leitor se compadeça do negro “desprivilegiado”. O foco da discussão sobre cotas raciais não é esse. Esse tipo de cota é, na realidade, injusto. Injusto com o branco oriundo da rede pública, que também é “desprivilegiado” e que não entende porque o colega de turma negro pode entrar na universidade e ele não.
Marcelo disse:
” O foco da discussão sobre cotas raciais não é esse.” Exatamente isso vinicius! Ninguém tem que pagar um preço mais alto para que o negro entre na universidade. As pessoas não entendem. A política de cota não é uma forma de vingança ao branco por um dia ter escravizado o negro! Reservar vagas para cotas raciais significa que o acesso ao branco se tornará mais difícil. O branco está pagando o preço porque nasceu branco.O culpado da desigualdade é o governo que ainda hoje permanece inerte em investir mais na educação básica.
Sidnei disse:
Gostei do que vc escreveu e apoio a sua campanha. Na verdade, nos países ricos o ensino é gratuito e de qualidade para todos. Por que no Brasil não pode ser assim também? A diferença é que nesses países ricos não há corrupção.
Falar em cotas é colocar uma venda nos olhos do povo para (desviar a atenção – um mal, infelizmente, necessário) para que a corrupção continue sendo aceita como algo normal neste nosso Brasil amado
Lucas disse:
“Quando você argumenta que, na verdade, seus pais só pagam seu cursinho porque trabalham muito ou porque você ganhou um desconto pelas boas notas que tira, eu não me comovo. Porque o que me comove são as pessoas realmente pobres, que mesmo trabalhando muito mais do que os seus pais”
Querida, o fato de existirem pessoas com condições culturais que não lhes permitem ter um trabalho que exija menos fisicamente do que por exemplo ser médico, dentista ou engenheiro não faz com que o trabalho dela seja mais merecedor de crédito. É digno, respeito muito, porém as pessoas que “trabalham menos e ganham mais” no geral estudaram (muito) e na maioria das vezes não nasceram com tal status.
E se pedes pra que meu pai invista dinheiro em alguma escola pública e pague mensalidade em um colégio particular para alguém que não tem condições, saiba que esse dinheiro já deveria estar sendo investido, na medida em que se pagam impostos (27,5%) sobre tudo aquilo que se ganha, ou seja, provavelmente mais do que a mensalidade da escola particular. Se imaginas que por uma pessoa ter nascido “em berço de ouro” a desmerece de estudar nas melhores faculdades pelo simples fato de que tem pessoas que nao podem pagar pelas particulares, saiba que sem os pais desses “jovens brancos riquinhos” essas faculdades não existiriam, e o direito deles de estudar nelas é tão legítimo quanto o de quem teve menos condições de estudo.
As cotas não são a solução para a doença da desigualdade social, o máximo que elas podem representar é a amenização dos sintomas.
Fica o conselho para te informares mais, senão continuarás debatendo sem argumentos válidos. “O pior cego é o que não quer enxergar.”
Jõao disse:
Viva as cotas! Já estou com meu spray de tinta marrom pra ganhar uma vantagem extra no vestibular!
Bruno disse:
Infelizmente, não podemos discordar do autor. Porém, diminuir a qualidade dos alunos em salas de universidades não é uma solução. Nosso país está prestes a passar por um bônus demográfico, ou seja, a chance de finalmente nos tornarmos um país desenvolvido. Necessitaremos de profissionais qualificados e com uma boa base (em relação aos estudos) para tal acontecimento realmente ocorrer. Precisamos sim, urgentemente, melhorar a condição de vida dessas pessoas menos favorecidas, o que somente será possível com o investimento do governo nas escolas públicas!
Ivan disse:
Desculpe, mas tenho que descordar do seu texto. Não me leve a mal…….. eu sou totalmente a favor das cotas. Porém acho que a questão das cotas diz respeito sim a toda população e em particular também à classe média branca.
Do meu ponto de vista, um sistema educacional público ideal é um em que todos estudam nas mesmas escolas (públicas e de qualidade) independentes de serem ricos ou pobres. Isso faria com que existisse igualdede de oportunidades na sociedade e ao mesmo tempo elevaria a pressão por um ensino de qualidade.
Acredito que as cotas para escolas públicas tem também esta função (de elevar a porcentagem da população que frequenta o ensino público).
Ana Beatriz disse:
Eu sei que o texto não é sobre mim, mas deixe eu somente dizer uma coisa: meu pai nunca teve dinheiro para pagar um colégio particular para mim e, mesmo assim, estudei em escolas particulares. Fui bolsista, sim, fui, com 100% de desconto, nunca cheguei a pagar uma mensalidade. Mas como você disse, isso não é sobre mim, por isso, então, te contarei sobre os outros.
Eu faço cursinho e, pelo incrível que pareça, tem muitas pessoas com direito às cotas por lá. Agora, me responda uma coisa: seria realmente justo que essa pessoa, que estuda no mesmo lugar em que eu e muitos outros estudam, que tem o mesmo ensino que nós, os supostamente privilegiados, teriam, seja merecedora cotas? Eu lhe digo que não, pois, se ela paga 1000 reais de cursinho, ela tem dinheiro para pagar uma faculdade.
Não sou contra as cotas étnicas. Entendo porque elas existem, acredito que não seja a maneira correta, porém, parece ser a única solução possível.
Eu me incomodo, porém, com aqueles que levam vantagem sobre o sistema. Principalmente em cursos concorridos, que, na maioria das vezes exigem o famoso ‘cursinho’, vemos que as cotas são uma maneira de facilitar o acesso de meninos que os pais tem dinheiro suficiente para pagar o tal do ‘cursinho’. Por favor, não me diga que isso não ocorre, pois a maioria de vestibulandos que passam por cotas em cursos mais concorridos, como Engenharias, Medicina, ou Direito, por exemplo, se encaixam nessa situação.
Acredito, portanto, esse tipo de situação fere o princípio da meritocracia, onde quem ganha não é aquele que merece e sim aquele que é esperto o suficiente.
Eu sou a favor sim das cotas, mas as mesmas deveriam ser aplicadas para aqueles que não tem renda. Não acho que sejam certas, mas teriam uma maior possibilidade de serem realizadas aqui no Brasil.
Você disse que isso não era sobre mim. Eu lhe respondo que sim, isso não poderia ter mais a ver comigo e com todos os vestibulandos. Pois somos nós que estamos lutando por direito a uma vaga e somos nós de quem essas vagas estão sendo tiradas. Não é roubando vaga de quem merece que o país crescerá. Isso não é certo. Certo é oferecer um ensino fundamental/médio público de qualidade, para que aqueles que usufruem do mesmo, possam competir.
Victor P. disse:
Olha, geralmente eu evito falar sobre cotas porque isso sempre dá confusão por causa dos tantos pontos de vista e tantas formas de encarar essas questão, mas eu achei esse texto de uma imbecilidade sem tamanho. Essa mulher tem a mesma mentalidade de qualquer sociólogo de boteco: “ah, os filhos da classe média branca nunca “sofreram” na vida, têm tudo de mão beijada e por isso não podem opinar com propriedade sobre um assunto da natureza histórica brasileira, blá blá blá”.
É ridículo porque ela coloca todo estudante branco como o “malvado”, mesmo que indiretamente, já que negro e pobre nesse país, segundo a moça, nasceu pra penar e não pode nem sonhar com uma universidade (exceto se houver cotas). Bom, primeiro, toda regra tem sua exceção, mas não convém citar exemplos isolados.
Segundo, ela generaliza completamente os brancos de classe média, colocando todos no mesmo saco. Mesmo que ela tenha pretendido convencer alguém do ponto de vista dela, acho que não se pode generalizar dessa forma.
Terceiro, ela deixou praticamente explícito que os brancos não sofreram ou sofrem tanto quanto os negros e, POR ISSO, as cotas são justas. Ou seja, afinal é tudo sobre justiça?
Então seria justo dizer que, hipoteticamente, se o maníaco do parque estivesse na fila de doação de órgãos para receber um coração e a Madre Tereza de Calcutá também estivesse precisando do mesmo órgão, ela poderia passar na frente? Por que? Ela seria mais merecedora que ele?
Fica a questão…
Victor disse:
Aí que se percebe quanta gente está conformada com o “pão e circo” do governo, achando que as cotas são a solução. Realmente, não é de ontem pra hoje que a educação básica vai se desenvolve, mas fazem anos que as cotas estão aí e a educação básica pública continua um lixo. O ontem ta cada vez mais distante.
Pedro disse:
Ainda arranjam meios para justificar essa nivelacao do ensino brasileiro por baixo, ser negro ou ser branco, escola publica ou privada,em nada muda! Somos todos brasileiros e temos sim o direito de entrar na faculdade, afinal todos pagamos duros impostos. Nao pagamos escolas privadas porque queremos, e sim porque o ensino publico e pessimo, e so vem piorando! Vamos lutar por uma melhoria na educacao publica. Nao sera com simples cotas que tornara o Brasil um pais melhor e muito menos um pais igualitario. Educacao e condicoes para todos, isso sim e democracia e igualdade
josé arcadip disse:
A questão é : se os cotistas puderem acompanhar os cursos as cotas são uteis mas ainda é necessário um maior investimento na educação e talvez um apoio econômico porque se os cotistas não puderem acompanhar o curso, seja por falta de dinheiro ou de educação debilitada de nada adiantará a quantidade deles presentes
josé arcadip disse:
afinal as cotas não resolverão sozinhas anos de pobreza e educação debilitada
Zeh disse:
Para princípio d conversa, eu sou branco caucasiano, nunca fui rico e tampouco fui criado em redoma. Meus pais sim trabalharam mto para eu poder estudar, mas infelizmente, nosso pais eh mto injusto. Agora uma maior injustiça eh vc admitir q o governo t chame d incompetente com essas cotas. Eu concordo sim com uma proposta d aumentar o ingresso d qm teve pouca oportunidade, desde q o governo fizesse a sua parte d dar assistencia nao soh a educaçao do nosso país, mas tbm dos inumeros problemas q estamos carecas d saber. Além disso, uma msgm a qm escreveu esse texto acima: Meus pais pagam impostos, e sim eles investem na educaçao, o problema eh o q fazem com esse dinheiro. Agora, ao inves d vc tentar explicar uma situaçao q soh existe nesse pais, tenta ao menos exigir seus direitos d cidadao acima d td, eh por isso q as cotas estao sendo criadas, pq o povo brasileiro espera q alguem faça por ele, num corre atras do q eh realmente importante. nos nao temos culpa da historia erronea desse pais, isso eh um problema historico e nao sao cotas q irao resolver esses problemas. O Brasil eh uma democracia arcaica, nossa educaçao eh um lixo e nao sei c vc chegou a assistir aos jornais, estao faltando vagas para trabalho, o porem eh q falta mao de obra qualificada e nao eh com cotas q esse problema sera resolvido. O problema inicial da educaçao eh a base, ja eh d conhecimento universal q mtos brasileiros q se formam mal sabem ler, e como essas cotas q os colocarão os ensinarão a ser mao de obra qualificada? Eu nao sou contra dar uma oportunidade a qm precisa, sou contra eh nao ter nossos direitos atendidos. Essas cotas sao injustas inclusive a qm precisa delas, pois os chamam d coitados e os formarão pessimamente, agora devolvo a pergunta: Vc quer isso pra vc? faculdade nao eh sinonimo d ter uma qualidade d vida, c vc nao for realmente bm preparado, vc tende a voltar a estaca zero. Sou a favor de q esse metodo cotista seja um paliativo para a melhoria do q realmente importa, a educaçao de base, para nos formar melhor e assim termos o direito d estudar sem ser injustos uns com os outros.
Cristina Prado disse:
Triste mesmo essa discussão fora do foco, somos todos manipulados. Quando eu era adolescente não existiam cursinhos. As pessoas faziam o colégio e passavam no vestibular e aquelas que não conseguiam vagas se intitulavam “excedentes” e acampavam nas portas das universidades publicas até que o governo criasse as vagas. Eu mesma, que estudei em escola publica entrei em mais de uma universidade também pública sem precisar de cursinho. Todos queriam ter o direito a educação. Agora esse nosso governo, para fugir a sua obrigação em atender a necessidade de educação de todos os brasileiros, covardemente alimenta a justa revolta das classes “menos favorecidas” dirigindo-a contra aqueles que são um pouco mais favorecidos, E todos esquecemos que é perfeitamente possível num pais rico como o nosso criar vagas para todos. É assustador ver como é fácil jogar uns contra os outros e ver todos aceitarem quase sem questionar a ideia de que é preciso que uns deixem de estudar para outros tenham lugar. Enquanto isso os filhos dos verdadeiros ricos vão naturalmente estudar la fora. Triste, muito triste mesmo.
Tati disse:
Penso na verdade que não deveria haver essa briga entre escola publica e particular e sim, briga com o governo para que ele de educação básica de qualidade. Quem perde com tudo isso somos nós que pagamos impostos e não temos nenhum retorno, somos nós que somos manipulados o tempo inteiro, somos nós que acreditamos que os alunos com cotas conseguirão arcar com os custos (livros, xerox, modaria, etc) numa universidade sem ganhar auxilio…
Felipe disse:
Achei terrível o texto. A conversa é sim sobre TODOS, pois quem é contribuinte ta PAGANDO pro negro pobre entrar na faculdade mais fácil.
E é Errado achar que essa não é uma conversa sobre TODOS.
Medida Paliativa, sem valor algum, e pelo contrário é um incentivo ao racismo. Bom mesmo seria melhorar o ensino público e dar qualidade de ensino a todos, por que COR não mede INTELIGENCIA.
Giulia disse:
Concordo PLENAMENTE com o texto. É isso que eu tento explicar para os meus colegas e que eles não conseguem ter essa visão, já que o homem é tão egocêntrico e não consegue enxergar todos os seus privilégios e o mundo de penúria que muitos vivem no Brasil. Isso não é uma historinha, é a realidade ! Espero que algumas pessoas mudem um pouco o conceito com o seu texto. 🙂
Sarah Carrijo disse:
O homem é tão egocêntrico que julga como errados os que “não conseguem essa visão” igual à deles, Giulia.
Renan B. disse:
Texto completamente racista e ignorante…
A solução nunca foi e nunca será o sistema de cotas… esse sistema é uma afirmação erronia sobre a inferioridade de pessoas negras. Pessoas negras tem a mesma capacidade de pessoas ´´branquelas“ como o texto racista chama a população branca.
Quando pessoas negras e brancas saem como idiotas para votar, pensando que sera engraçado votar em candidatos totalmente patéticos ninguém pensa sobre educação publica, sobre chances de estudos iguais a pessoas que pagam para estudar…
Faço minha parte com a população com menos chances todos os dias quando pago meus impostos para que o governo invista sim em educação para TODOS NEGROS OU BRANCOS que não tem condições de estudar em uma escola particular ou participar de um cursinho tenham condições IGUAIS de entrar em uma faculdade .
Afirmar inferioridade de raças ? NUNCA… enquanto os próprios negros se acharem inferiores aos brancos pelo simples fato de terem nascido negros o sistema ira existir.
Breyner Martins disse:
Seu texto é tendencioso pois tenta gerar uma opinião e não esclarecer ou informar sobre o assunto. Sou pobre, negro e estudei em colégio publico e particular e hoje estudo em uma universidade federal. Para estudar em uma universidade publica a prova deve ser por intelecto e não por cotas raciais ou sociais. Todos sabemos que o que deveria mudar é a forma do ensino e não o ingresso nas faculdades, a unica coisa que obteremos com isso é um livre acesso nas faculdades o que levara o ensino federal a decadência. As pessoas antes de opinarem deveriam descobrir a realidade que vivem, ao invés de se esconderem atrás de discursos tendenciosos que tem o intuito de mobilizarem o senso comum, que não é capaz de fazer uma analise critica sobre o momento em que vivem.
Fabricio disse:
Caro Breyner, todos concordam que a mudança que, de fato, deve acontecer, é na educação básica. Fiz graduação em mestrado em uma das melhores universidades federais do Brasil. Nunca tive um colega de classe que fosse negro; alguns pobres, mas nenhum negro. A grande maioria era como eu: branco, de classe média. Como os negros estão sobrerepresentados nas classes baixas e com acesso à pior educação, é justo dizer que o problema do acesso do negro à universidade pública se deve à baixa qualidade da educação que recebe na escola.
Todavia, a questão racial no Brasil passa para além das desigualdades de recursos, mas passa, por exemplo, pela violência simbólica e pelo menor empenho de professores em dar suporte a alunos negros. Há diversos estudos na área educacional apontando para o efeito de tais elementos no desempenho escolar de alunos negros — e, se você é negro, nunca passou por isso e estudou em uma universidade federal, meus parabéns, pois você pode ser uma exceção à regra.
Sobre seu comentário de que isso levará o sistema de ensino federal à decadência, noto que você está desatualizado sobre as últimas pesquisas sobre o tema. Alunos cotistas têm apresentado desempenho pelo menos tão bom quanto de alunos não-cotistas. O argumento de que os alunos cotistas, em decorrência de seus backgrounds educacionais, não estariam aptos a receber educação de boa qualidade no nível superior, é errôneo e não se sustenta perante as evidências.
Só gostaria de pedir um favor pessoal: Por favor, não use de argumentos como os que você lançou mão ao encerrar seu comentário, dizendo que as pessoas “deveriam descobrir a realidade” mas não estão aptas para uma “análise crítica”. Não pega bem pois parece que você é um ser iluminado enquanto os demais estão nas trevas da ignorância. Isso é especialmente ruim quando você baseia seu comentário em suas opiniões pessoais — por exemplo, quando diz sobre a possível queda de qualidade do ensino — e não em dados.
Um abraço.
André disse:
Texto bom, como todos os outros textos comoventes que circulam sobre o mesmo assunto. Cotas sócio-econômicas até vai, mas por cor de pele? Acho que daqui a 50 anos nossos filhos e netos vão estudar sobre o tempo em que o Brasil ainda separava pessoas por cor de pele, em pleno século XXI, assim como a África do Sul há pouco tempo. E antes que me critiquem, sou negro!
Márcio disse:
Eu realmente acho que as cotas são justas mas deveriam ser aplicadas de formas diferentes em cada estado do país, pois como um comentário disse “Tratar a todos de forma igual, ignorando as diferenças é sinônimo de DESIGUALDADE.” Vivemos em um país gigante onde os estados possuem culturas diversas e economias diferentes, por exempla Santa Catarina possui uma renda per capta de R$ 843,00 enquanto Alagoas possui de R$ 378,00 (2010). São panoramas sociais e econômicos diferentes. As cotas devem sim existir, mas deve ser estudado como deverão ser aplicadas em cada lugar correspondendo a demanda de cada estado.
Aldo Junior disse:
Apoiado! Um planejamento melhor é algo que deve ser exigido, mas deve haver muito cuidado para não se prender tanto ao planejamento de algo que não é a solução, mas sim um remédio temporário. Não se pode correr o risco de abandonarmos políticas de reestruturação definitivas, pois o tempo foi todo investido no trato de medidas emergenciais, como são as cotas.
Fabricio disse:
As experiências correntes de implementação de cotas são, todas, temporárias. A UnB, por exemplo, recentemente discutiu se deveria “renovar” a política de cotas ou não. Ou seja, tais políticas são adotadas por um tempo pré-determinado e depois são avaliadas.
Não conheço todos os detalhes da discussão das cotas e como diferentes universidades têm implementado tal política. Até onde vi, a política de cotas raciais, por exemplo, não deveria ser uniformemente aplicada a todas as universidades. Se não me engano, li alguma coisa de que o percentual de vagas reservadas para cotas seguiria a composição racial do estado no último censo.
Maria Helena disse:
Aldo, li as suas mensagens até aqui e concordo com seu ponto de vista de que as cotas parecem ser medidas atualmente necessárias e que não podemos deixar as pessoas menos favorecidas no limbo à espera da melhoria da educação de base, para só então tornarem-se substancialmente competitivas nos concursos de admissão nas universidades públicas, sem que asssim necessitem de qualquer tipo de distinção com aqueles que não estudaram em escolas públicas. Mas acho sua visão um pouco utópica no sentido de que acredita ser essa uma medida paleativa, de caráter temporário. Eu sei que seu objetivo é lutar para que o descrito acima aconteça, mas receio que uma vez instituídas as cotas sócio-econômicas, estas serão uma tentativa permanente de amenizar as desigualdades sociais deste país. As cotas para negros existem há uma década, e caso algo de concreto tivesse sido feito para a melhoria da educação dessas pessoas, ou seja, da educação pública (estou fazendo uma generalização), a implantação das cotas sócio-econômicas nem precisaria estar em pauta. Para mim só são a cruel declaração de a educação pública permanecerá como está, inerte, sem perspectivas de melhora. Eis aqui uma outra analogia, também sobre trânsito como aquela acima. A partir das 10 horas da noite, em algumas das capitais mais perigosas e violentas do país, é permitido avançar os sinais vermelhos mesmo que hajam pardais, para que os motoristas evitem ser assaltados. É uma realidade? É. Poderia ser uma medida paleativa até que a segurança melhore (o que seria, claro, uma consequência de uma melhor educação?) Poderia. Mas o que foi feito exatamente para que o quadro mude? Essa é só a prova de que os governantes admitem sua completa impotência (ou seria descaso?) perante os problemas sociais. E por estas causas, e por mais que paguemos impostos, acabamos sendo meros expectadores, que vivem na esperança de que um dia consigamos eleger pessoas dignas e capazes de mudar os rumos do país.
Aldo Junior disse:
Maria Helena, a Utopia carrega o peso da IMpossibilidade. A minha proposta, por mais difícil que seja a sua implantação, ela NÃO É IMPOSSÍVEL.
Tomo liberdade de utilzar de um mesmo argumento que a mairoia das pessoas contrárias às cotas fazem uso: Por que nos contentarmos com migalhas, se podemos brigar por algo melhor e que nos é devido por direito?!
Considero uma migalha, nesse caso, ficar na ESPERANÇA de um bom governo revolucionar a educação básica, pois o povo foi fraco no passado, é fraco hoje e sempre será, portanto não podemos esperar atitude dele.
Considero um bom objetivo (perfeitamente possível, apesar de difícil) conseguirmos, através da pressão popular, AMENIZAR o sofrimento daqueles que já foram prejudicados pelo sistema (já foram expostos ao sistema educacional básico de má qualidade, dano irreparável), através de cotas ou qualquer outra medida emergencial, desde que bem planejada, e, ao mesmo tempo, conseguirmos, novamente através da pressão popular, políticas públicas de médio e longo prazo que visem a reestruturação da educação como um todo, desde o jardim de infância ao pós-doutorado, sendo esse um investimento para as futuras crianças e adolescentes desse país.
Podemos, sim, entrar nessa dura batalha de MELHORAR o presente e CONSERTAR o futuro, simultaneamente, mas JAMAIS sairemos vitoriosos com o pensamento de que o povo não tem força e que devemos ficar “REZANDO” para que uma(s) alma(s) caridosa(s) assuma(m) o poder de nosso país e que tudo seja resolvido.
Transformar política em uma “fé cega” é o motivo de estarmos onde estamos. Votamos em alguém cegamente, esperando que essa pessoa “interceda por nós, operando milagres”. Quando não vemos o resultado esperado, mudamos de “divindade”, mas o “modus operandi”, a “fé cega”, sempre está invariavelmente presente e NADA muda.
O povo tem força, sempre teve, e a disseminação de um pensamento sobre a fraqueza do povo é o maior desejo dessas “falsas divindades”, contribuindo para a perpetuação desse ciclo vicioso onde elas são as maiores beneficiadas.
MOBILIZAÇÂO SOCIAL é a resposta!
O que eu não entendo é esse pensamento EXCLUDENTE, da imensa maioria das pessoas contrárias às cotas:
– O governo deve fazer investimento para solucionar o futuro (reestruturar a educação de base) e abandonar medidas emergenciais, como cotas, que visem amenizar os problemas do presente.
Eu tenho certeza que é POSSÍVEL e prefiro brigar pela realização das duas coisas.
slavenko disse:
Tâmara, veja como o brasileiro esperneia, esperneia mas não admite que é racista, é o espelho distorcido de si mesmo, a ilha de tolerância cercada por intolerância e racismo por todas as partes, o racismo no Brasil é tão perverso que usa a desigualdade econômica como argumento para anular qualquer iniciativa de combate-lo, é o racismo institucional, enraizado, normatizado. A grita é grande porque o chão dos privilégios começa a ruir, tudo que é sólido desmancha no ar, antes estar numa “boa escola particular” lhes distanciava quilometros da massa não por caso negra, era a tranquilidade dos pais que sua prole estava garantida num bom emprego, numa boa faculdade, agora o mundo seguro do branco privilegiado é afrontado pela gana dos ainda poucos mas significativos “não-brancos” a quem abriram uma pequena brecha na porta das oportunidades, se agiganta
Renan B. disse:
Brasileiro esperneando? Larga a mão de ser um hipócrita veja se em QUALQUER potencia mundial se existe algum sistema parecido… O sistema de cotas é uma maneira de desviar a atenção da população alienada que não percebe ou não quer perceber que a educação publica(essa sim deveria ter qualidade e quantidade para pessoas que não tem condições como o texto diz de chegar em condições iguais a pessoas que pagam para estudar) esta uma mer#@
Continue alienado caro senhor e sim seja racista para concordar com um sistema étnico. Você sim racista por pensar que negros são inferiores ao seu ser branco e precisam ser cotados por não terem capacidade.
Fabricio disse:
Renan, meu caro, acho que você está desinformado. As políticas de ação afirmativas para negros foi um dos grandes temas de debate e foi implementada em um grande número de universidades públicas na grande potência econômica, militar e *acadêmica* de nosso tempo, os EUA. Portanto, seu comentário de que esse sistema não existe em lugar nenhum do mundo é inapropriado. As cotas foram, em boa medida, abolidas posteriormente; mas, antes disso, elas proporcionaram a ascensão social de um grande número de negros americanos. Hoje, volta-se a discutir se as cotas devem voltar lá ou não.
V disse:
Cara, eu não me considero burro (talvez eu o seja), e me desculpe, mas eu não entendi porra nenhuma que você escreveu…
Letícia disse:
Gostei do texto, as regras do jogo estão mudando e como dizia um velho mestre, as mudanças vêm para melhor. Quem não aceita as regras está mais sujeito a ser vítima. Acredito ainda que esse ambiente de insatisfação vai transformar a maneira de pensar das pessoas e espero que entre essas transformações estejam o distanciamento do pensamento comodista e a tomada de consciência sobre o poder de proposição.
Alex Batista disse:
slavenko, perfeito seus apontamentos. Parabéns!!!!!
Alex Batista disse:
slavenko, fantástico vossos apontamentos. Parabéns!!!!!!
Gabriel disse:
Desculpe-me, mas esse texto é totalmente racista e ridículo. A etnia de uma pessoa não indica sua capacidade intelectual. Cotas para situação econômica, até aceito, desde que não se deixe arrastar as cotas como uma desculpa para que não haja necessidade de melhorar a educação pública. Cotas não resolve definitivamente um problema, ele deve ser um caminho provisório enquanto melhora-se a educação. O problema é que todos sabemos que a política brasileira não há de mudar “de um dia para o outro” – como você mesmo disse – e essa proposta provisória de inclusão tornar-se-a algo definitivo e por conseguinte a educação não melhorará.
Aldo Junior disse:
A proposta provisória se tornará definitiva, SE O POVO DEIXAR. Você, enquanto integrante do povo, deve exigir dos governantes o investimento que torne desnecessárias essas medidas paliativas.
Vinícius Augusto de Souza disse:
Se, de fato, for somente uma medida provisória, sem problemas. Afinal, a melhora da educação brasileira não acontecerá do dia para a noite.
Concordo que o sistema brasileiro de educação está repleto de falhas, todavia, ao olhar um pouco para outras “medidas paliativas”, creio que adicionar mais uma talvez não seja a solução.
Levando em conta que várias universidades já possuem sistemas de cotas, das quais sou a favor somente do modelo sócio-econômico, e sendo, mesmo após a aplicação desses sistemas, a entrada para o ensino superior ainda um problema para milhares de pessoas, começo a crer que estas novas medidas poderão se tornar definitivas assim como as medidas anteriores.
Achei interessante vários dos comentários que li até agora, e facilmente percebo que o que não falta são argumentos tanto a favor quanto contra a aplicação da nova lei. Concordo, parcialmente, com o comentário acima “A proposta provisória se tornará definitiva, SE O POVO DEIXAR”. Isso é uma verdade. infelizmente, no Brasil, onde (pegando o exemplo mais frequente) a corrupção é tão grande e mesmo assim a esmagadora maioria da população continua adotando somente atitudes passivas sobre o assunto, creio que O POVO DEIXARÁ.
Gostaria muito de acreditar que essa nova medida será temporária e que, a longo prazo, contribuíra para a formação de um sistema no qual todos receberão instrução de igual qualidade. Mas, para mim, isso é uma utopia. Assim como é uma utopia crer que a população passará a exigir aquilo o que merece.
Aldo Junior disse:
Vinícius,
Para evitar repetir a mesma mensagem, vou postar aqui o link.
Meu ponto de vista não é utópico! Não é impossível!
Lu disse:
Esse texto (um pouco preconceituoso sim, mas ok) e os comentários abaixo dele só são um gostinho do sentimento ainda maior de racismo que vai ser gerado com a adoção de cotas raciais.
Enfim, deixados os lados, seja o “branco mimado” ou o negro favorecido pela cota, está se criando uma imagem pejorativa de incapaz ao negro que vai se refletir no mercado de trabalho e no desgaste social em uma população que não tem cultura ou educação para aceitar as razões de cada um dos lados sem parecerem ambos algo egoístas nem injustiçados. Tenho receio do atraso social que este considerado, por uns, avanço social poderá gerar.
Sou contra cotas raciais, sou a favor das socio-economicas desde que nao sirvam apenas para tentar acobertar o real problema da má estrutura educacional pública.
E não posso deixar de dizer… acho o texto dramático e apelativo.
Milly disse:
Isso pressupõe o que? Que todos os negros são pobres e todos os brancos são ricos? Parece o resumo de uma obra, um resumo mal feito. Desculpe.
Tive muitos colegas negros no pre-vestibular que iam para a aula de carro e tinham uma vida muito melhor que a minha. Por que eles tem que ter vaga reservada nas universidades e eu não? Por que nasci branca e não fui escravizada?
Entendam, acho a escravidão uma pagina imunda da nossa história e o racismo uma covardia e coisas piores que nem vou citar.
O que digo aqui nesse comentário é que esse tipo de cota é inconstitucional, porque todos somos iguais perante lei.
Aldo Junior disse:
Procure saber o significado de “igualdade perante à lei”.
Uma dica: não é tratar todos de forma igual, indiscriminadamente.
Lenna disse:
As cotas raciais são medidas para o problema racismo, e não para o sócio-econômico.
Estevão disse:
Texto fantástico, argumento incríveis, estou extasiado. É o melhor texto-resposta que li nos últimos dias. Vou imprimir e levar para meus alunos e alunas, e sobrinha também. Parabéns.
:-0
Heidinha disse:
Amabile, se você ainda não percebeu o quanto ser branca facilita a sua vida, eu quero ir morar nessa ilha de fantasia onde você mora.
Mateus disse:
Acho que o texto é simplesmente brilhante. Conseguiu alcançar seu propósito de expor opinião e discutir polemicamente sobre o assunto.
A solução das cotas para pobres é a única solução imediata passível de ser tomada. Acho que esse povo que teve condição de estudar em colégio particular deveria parar de chorar migalhas e estudar um pouco mais, já que concordam que o ensino público é uma bostam, porque essa choradeira ? Isso não chega a ser um problema pra vocês.
Levanta Brasil disse:
A maioria está tão condicionada [para não dizer adestrada] que pouco percebe o que tem acontecido desde as “Diretas Já!”. Quem viveu conscientemente a época se emocionou muito com a eleição de Tancredo Neves a Presidente da República e também sofreu com sua inesperada morte. Talvez ele não tivesse se tornado o grande homem da pátria. Entretanto, o que veio junto com sua morte se perpetua até hoje. Sarney sobe a rampa do planalto e nunca mais a bandidagem saiu de lá.
A grande parte desses bandidos esperou pacientemente a ditadura entregar os trapos do país [por pura falta de competência?] à democracia, ao povo! Se aproveitaram da grande comoção, da grande novidade em muitos anos, para criar laços tão inexpugnáveis com o poder, que hoje é impossível dizer com quem contar para combater a corrupção endêmica que se instalou em todas as esferas de governo.
Cotas é mais uma das migalhas bem arquitetadas da dobradinha PT-PMDB. Não acreditam no que estou dizendo? Prestem atenção no número de discursos que já escutamos em prol da educação, saúde, saneamento, segurança… Sempre os mesmos discursos, focando os mesmo problemas, e pasmem(!), sempre as boas e mesmas e velhas soluções, sem nunca resolver o problema!
Como haver divisão étnica num país tão miscigenado como o nosso? A única bandeira de cota étnica que defendo é a do indígena, que foi dizimado sistematicamente por todos os colonizadores caucasianos que aportaram por aqui. De resto, compreendo que temos uma grande parte de nossa composição humana formada por negros africanos escravizados. Entretanto, a escravidão acabou [vergonhosamente tarde] há mais de um século e a população de negros no país não é expressiva.
O correto seria haver cotas sócio-econômicas. Mais justo e igualitário. Observem que antes dos programas paternalistas PT-PMDB, a parte da população que se declarava branca era bem maior. Hoje, o número de pessoas que se declara pardo é consideravelmente alto. O que há de interessante nesses números? Tem muito brasileiro que se declara pardo para obter as vantagens paternalistas oferecidas por esse governo corrupto.
Se o movimento fascista não fosse caracterizado como um extremismo de direita, diria que vivemos hoje sob a égide de um fascismo incorporado a um partido de esquerda. Se bem que é difícil dizer qual ideologia faz parte do governo hoje. O brasileiro comprou um ideal de esquerda, embotado de “verdades” libertadoras e de transformações nunca antes vistas nesse país e levou discursos que somente a direita dos anos 90 havia feito.
A senhora autora do texto, Assessora de Imprensa na Prefeitura Municipal de Aracruz, ES, casada com o Gerente do Serviço de Inspeção Municipal na mesma Prefeitura devia achar-se impedida eticamente de fazer campanha de projetos governistas, principalmente em tempos eleitorais, já que o prefeito de Aracruz é peemedebista [pesquisem mais sobre ele! 😉 ].
Brigar por educação de base é a única solução de longo prazo plausível para o Brasil. Somente a educação de base, aliada a um programa sério de promoção do professor, é que pode realmente colocar o estudante do ensino público dentro de uma universidade inteiramente sob seus próprios méritos. Meritocracia. Quer mais justo e igualitário que isso? Alguém tem coragem de dizer que vencer pelos próprios méritos não é muito mais justo que sob a marca indelével dessa ferramenta eleitoreira que é o paternalismo de cotas étnicas?
Em breve teremos uma nação de analfabetos funcionais com diploma de ensino superior. Mas o próprio mercado é quem vai regular a permanência desses profissionais em seus empregos.
Só para constar. Não passei no vestibular da UFMG/2012 por poucos pontos. Poderia, se tivesse me declarado pardo. De acordo com minha ascendência, realmente poderia ter me declarado pardo. É o que está acontecendo e ninguém está percebendo: O Brasil sendo dividido em cidadãos com e sem direito à cotas e bolsas.
É a ferramenta eleitoreira mais fascista que um governo de esquerda poderia arquitetar!
Levanta Brasil disse:
Só para esclarecer, no parágrafo onde digo: “(…) e a população de negros no país não é expressiva.”, levo em consideração os critérios do IBGE para a classificação étnica no Brasil. Tal classificação coloca a população de negros equivalendo a um percentual em torno de 8 porcento. A população dos que se declaram pardos fica em torno de 43 porcento. A população dos que se declaram brancos é de 56 porcento.
O que considero mais grave, como dito mais adiante, é que há um aumento do número de pessoas que se declaram pardos para obter as vantagens paternalistas das cotas desde a aplicação dessas ações afirmativas no país. Aliás, ações afirmativas, como as que estamos aplicando, têm se mostrado muito nocivas a médio e longo prazo em outros país do mundo, colocando a população beneficiada(?) numa berlinda facilmente identificável. Evidentemente, isso cria uma cisão social ainda maior entre quem contrata e quem é contratado no mercado de trabalho.
Não demora muito, veremos ainda o surgimento de cotas étnicas no mercado de trabalho, obrigando a indústria e o comércio a aplicar as mesmas e ineficazes ações afirmativas das cotas na geração de emprego e renda, substituindo por completo o mérito pessoal, o esforço próprio, a formação profissional, a educação!
Vale salientar que a declaração de cor ou raça é de cunho pessoal. Exceto o cidadão que, inequivocamente, seja de cor branca ou negra, quase que a totalidade do restante é parda!
Rafael disse:
Me desculpe mas por favor tu acha q a cor da pele tem algo haver ? tem muita gente negra estudando em escolas particulares tb e isso é uma pior forma de exclusao como se negro nao fosse capaz de passar ou algo dou tipo nao sou contra as cotas para estudantes de escola publica pois sei que o ensino é precário mas isso…
Katilaine disse:
Parabéns pelo texto, um dos melhores (e olha que são muitos) que você já escreveu.
Gustavo disse:
O que me deixa mais perplexo sobre os pró-cotas é que eles acham que as cotas vão ter exatamente os efeitos que eles imaginam. O Brasil não é o primeiro país do mundo a aplicar esse sistema, e ele acaba sendo um desastre nos países onde foi implantado, com farta documentação sobre o tema. O que faz vocês acharem que por aqui vai ser diferente?
http://en.wikipedia.org/wiki/Affirmative_Action_Around_the_World
Iva disse:
Universidade pública deveria ser para os egressos das escolas públicas. Quem pagou escola e cursinho, que pague a universidade também.
Marcio disse:
Não deveria ter pago nem escola e nem cursinho e nem universidade. Se nossas universidades, com a elite intelectual do país, são medíocres, imagine depois de colocar 50% das vagas pra quem não aprendeu o básico… Dar vaga de engenharia pra quem não sabe matemática não vai resolver nada… Dê vaga nos melhores colégios privados pros pretos e pobres, isso sim iria resolver o problema.
Caio disse:
Não fale besteira, pois quem paga cursinho também paga pela manutenção de escolar e universidades públicas em forma de imposto!
Felipe Coelho Barreto disse:
Sensacional a discussão… É interessante ver a forma com que algumas pessoas reagem diante da questão da criação de oportunidades para pessoas que nunca a tiveram (estamos falando de 500 anos pra cá…). É como se dar a oportunidade a um menos favorecido fosse explicitamente arrancar tudo o que outra pessoa em melhor condição tem! Deixá-la pobre, miserável, sem a menor chance de no futuro conseguir qualquer outra coisa, em qualquer outro lugar…. condená-la para sempre a viver na condição daquele que sempre foi o condenado. Vamo lá pessoal… respirem!! Abram suas mentes e corações… Ninguém quer tirar nada de ninguém… Cotas por si só não vão condená-los, como TALVEZ, não resolva a questão racial que temos no país, cuja complexidade não pode ser compreendida lendo aqui ou ali alguns textos, muito menos ouvindo e papagaiando a opinião da imprensa e das revistas semanais.
Minha leitura sobre as opiniões colocadas de forma contrária a cota, é que essas pessoas imaginam em suas cabeças que uma pessoa beneficiada pela cota é alguém que nunca fez nada na vida, que não sabe ler, escrever ou falar e simplesmente chega na faculdade e se apropria da vida dela e de todas as oportunidades de emprego e sucesso profissional!
Quando só brancos prestam para uma universidade, e algum não passa, culpa dele que não estudou direito. Só tinham 30 vagas! Quando brancos e negros prestam para uma universidade, e o branco não passa, culpa do negro que o expulsou e acabou com a vida dele pra sempre!! Só tinham 28 vagas…
E quem está se fazendo de vítima?
De novo galera… RESPIREM… é importante!!! Se acalmem!! Ninguém está aqui para condená-los… hehehehe… Só rindo mesmo desses tipinhos….
Quanto a discussão sobre a cota ser certa ou errada, proponho uma analogia, pra ver se ajuda:
Imagine-se como um empregador, numa entrevista de emprego onde dois candidatos – um negro, outro branco – vão bem, mas tão bem que te deixa na dúvida entre quais dos dois você deve admitir. A decisão é tão complexa que te faz pensar em fatores externos:
– Qual foi o caminho que cada um trilhou até aqui?
– Quais dificuldades ou desafios a pessoa e a sua família passaram?
– Se eu contratar um ou outro, como eu contribuo mais para a diminuição da desigualdade no meu país?
Tá legal… vocês podem falar que estou manipulando para que a resposta seja evidente. Mas a resposta não é evidente… Não tem uma resposta certa!
A cota é uma medida onde, numa escala muito pequena, haverão erros e acertos…
Mas acho que tem outra pergunta bem mais interessante agora:
Vamos continuar errando sempre ou vamos correr o risco de acertar??
Marcio disse:
Dê 10% das vagas de escolas particulares aos pobres então… Dar vaga de engenharia a quem não sabe matemática não é fazer justiça social, é fazer politicagem!
Vinícius Augusto de Souza disse:
Muito interessante o que você escreveu, possivelmente extrairei dele algumas idéias para redações futuras. Mas, sendo isso uma discussão e sendo você, aparentemente, uma pessoa que concorda com essa nova lei, e eu, uma pessoa que discorda, fiquei intrigado para discuti-la um pouco contigo.
Você realmente acha que aumentar, ainda mais, a porcentagem de vagas destinadas a cotas o melhor a se fazer?
Sei que toda medida possui erros e acertos, entretanto as cotas já existem e várias das vagas destinadas à elas não são preenchidas (como mostra o seguinte texto: http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=4616).
Logo, será essa medida um risco de acertar, uma insistência em uma medida já é falha ou apenas mais uma forma do governo alienar a população durante um ano eleitoral?
Paola disse:
não é sobre os brancos de classe médias que estão falando porém a única coisa que o texto fala é em quem eles “dizem não estar falando”.. querem prejudicar uma parte da sociedade para “beneficiar” outra, irão fazer a mesma coisa que fizeram com os negros a séculos atrás
Flávia disse:
Por que os brancos pobres que passam por tudo isso de ruim que foi citado no texto não merece uma conversa sobre eles?
Flávia disse:
*merecem
Aldo Junior disse:
Quem disse que eles não merecem? Uma luta não impede a outra, mas pode, inclusive, servir de suporte e paradigma.
Maria Laura disse:
“Eu acho bom finalmente ver argumentos para o outro lado (finalmente), mas eu devo discordar. Quando você lida com algo como 50% de cotas num número grande de universidades, a coisa é
muito mais complexa do que “estudante de classe média branco, pare de se achar o centro do mundo”. Muito mais. O ponto é, eu acho extremamente bonita a intenção, mas os fins não justificam os meios. Devo reiterar que são 50%. E se as pessoas acham tão dificil passar no vestibular, e todo mundo tem medo de calculo e pega DP, imagina quem não teve preparo. Aí, reforço para todo mundo que entrou em cotas? Se vai gastar preparando os cotistas, por que não no resto do ensino de uma vez. A resposta não tem nada a ver “é hora de você, branco de classe média, deixar o negro brilhar.” A resposta é que é a maneira mais facil de “resolver” o problema. Que garantias temos, de que maior parte dos cotistas serão capazes de se formar, com a mesma qualificação que os demais, a não ser com o nivel das universidades caindo
Sim. Essa conversa é sobre nós. É sobre o país todo, por que uma mudança brusca no sistema de ensino superior muda toda a economia. Reformas na educação mudam o destino de países inteiros.
“E por que você, branco de classe média não ajuda o sistema de ensino bla bla?” E quem disse que não ajuda? Não tem o CASD ou varios outros cursinhos feitos por universitarios, ajudando pessoas de baixa renda por aí? Ajudando eles a competir de igual para igual?
Essa conversa é sobre todos nós. O objetivo da universidade não é inclusão social. Ela é um instrumento para a educação superior e geração de conhecimento. Se sua formação alavancou seu salario, que bom para você. Nem sempre é o caso, sabemos disso.
O que catapultar uns poucos, possivlemnte despreparados, vai fazer para erradicar a pobreza no país afinal? Vamos ter mais das “minorias” na classe média, aí as estatisticas ficam mais bonitas, é isso?
Não estou afim de discutir justiça social. Só digo, duas coisas: metade é muito, qualquer um sensato começaria com uma porcentagem baixa e sugindo conforme se provasse uma política de sucesso e se adquirisse experiencia para se lidar com a distância entre os cotistas e os não cotistas.
Segundo, a política do autor de se colocar no lugar do outro, ir la viver a vida do outro, é ridícula e hipocrita. Ele não faria isso, é ridiculo exigir isso de qualquer um. O autor fala tanto de raça, classe social, e tomar o lugar do outro, vou te contar do meu avô, filho de japonês plantador de café, privado de falar o próprio idioma durante a guerra, e cujo cada um dos 12 filhos, exceto um, é formado em uma universidade. Devo convida-lo a fazer isso também? Devemos reparar as injustiças passadas aos japoneses com cotas para amarelos? Ridiculo não é?
Brancos, brancos. Quase ninguém é branco. Me classificam de branco, sou metade amarelo. Quando olho a minha volta e vejo os tais dos dois “negros”, tbm não vejo mtos dos “brancos”.
Todo mundo nesse país quase é miscigenado. Tem pé na cozinha, na oca, e agora também no mercadinho e na pastelaria.
Repito: universidade não é instrumento de justiça racial ou social. Se o governo realmente estivesse disposto a isso, estaria reformando a educação como um todo. Ou implementando uma porcentagem minima de alunos carentes em instituições particulares do ensino fundamental. Alias, seria tão facil! 10% nao ia falir nenhuma escola, aumenta a mensalidade dos pagantes, poe umas condiçóes de desempenho minimo para cotistas, imagine nos talentos! Quantos estudantes beneficiariamos com 10% das vagas das escolas particulares, sem tirar a vaga de ninguém, afinal não tem vestibular? Quanto o governo economizaria, quão menos controverso?
Agora eu te pergunto, para você que gosta de pensar: aluno de ensino fundamental beneficiado vota?”
Marcio disse:
Excelente texto. Politicagem é uma palavra que descreve bem a questão das cotas. Muito fácil deixar as escolas ruins mas garantir filhos de votantes nas faculdades. Dar vaga de engenharia a quem não sabe matemática não vai desenvolver o Brasil, só vai criar uma guerra de classes e de raças que não existia antes!
Alex Batista disse:
Só uma ponderação. As cotas são somente para entrar, uma vez la (universidade) “neguinho(a)” terá que se explicar para passar. O engraçado é que os negros cotistas estão tendo desempenho melhor ou superior do que os não cotistas. Todos vocês não se atentam para uma coisa, a forma de admissão nas faculdades públicas são excludentes. São feitas para negros não entrarem, e é isso que está sendo “reparado” com as cotas. Não entendi o porquê deste barulho todo.
Elis disse:
Eu me formei em direito num curso diurno em uma universidade federal. Sou morena, tipo cor de jambo, e nunca tinha parado pra reparar na questão racial da minha turma. Só durante as fotos da minha turma percebi que, entre os 80 formandos havia três ou quatro pessoas que se destacavam pela cor da pele, naquelas fotos de turma inteira, e eu era uma delas. Eram tipo, dois negros e dois pardos entre 80 pessoas.
ericavax disse:
A branca pobre chamando Tamara de negra preguiçosa e depois pedindo desculpa ao saber que ela era branca foi tão bom quanto o texto em si. Só mostra como nosso racismo se manifesta, diariamente, em comentários assim. Cotas já!
José disse:
É sério que tão achando esse texto bem escrito?
O estilo aqui é pior que o do Olavo de Carvalho, pelo menos o velho mantém algum efeito cômico – consigo ler os textos deles só pelo humor (sem ironias aqui).
Não teve um argumento a favor das cotas nesse texto, só constatações estúpidas e sem fundamentos. Apelar pro lado emocional é algo que eu deixo para as religiões, e que eu acreditava só funcionar enfiando-se guela abaixo nas crianças. Acredito que um autor – ou autora, do jeito que as coisas andam me apoiar em uma regra gramatical pode ser considerado racismo – se mostra correto quando mostra bons argumentos, quando exprime seu ponto de vista de forma racional, sem apelar para os sentimentos alheios. Deixo a forma do texto para os poetas, para os que querem entreter.
É triste ver tanta gente crescida compartilhando algo tão mal escrito, tanta gente apoiando um texto que tenta comover usando um estilo tão pobre.
Felipe Coelho Barreto disse:
Isso aqui tá com cara de livro? Ela é uma blogueira e está compartilhou uma opinião, um ponto de vista. Deixa eu te explicar… na internet é assim queridão… Não tem formato padrão. Detalhe que seu comentário também não fala sobre cotas… Você se absteve da discussão pra criticar a forma, e não o conteúdo. Talvez seja melhor você voltar pra biblioteca.
Felipe Coelho Barreto disse:
*compartilhando
Allan disse:
Parabéns pelo texto.
Dafne disse:
Muito bom o teu texto! Em relação as cotas, o importante é que algo está sendo feito. Óbvio que vai incomodar alguns, já que os “muitos” estão tendo essa oportunidade.
Alfred Conalghi disse:
Bom, primeiramente eu discordo do que é dito em relaçao no texto.
Isso pelo fato de que nao acredito que a culpa, ou responsavel seja quem vai para a universidade ou quem tem maior condiçao economica, ou quem é branco. Acho que o problema é de uma metodologia de escola publica que nao funciona pelo simples fato que o governo nao investe em educaçao e por isso o primeiro setor a sentir é o setor publico, pois recebe um aporte de recursos direto. Logo acho que trocar de lugar como foi apontado como uma soluçao nao ira resolver, simplesmente ira empurrar o problema com a barriga. Teremos profissionais mal formados, pois a grande maioria dos alunos que entram em cotas tem grande dificuldade de ter um bom desempenho e isso ao meu ver nao é culpa do estudante, mas sim de todo um historico que como disse anteriormente é causado por uma ausencia de investimentos. Profissionais mal formados irao ter dificuldade de achar lugar no mercado de trabalho pois cada vez mais o diploma tem menos valor. Logo ao meu ver as pessoas menos favorecidas por outras questoes deveriam ter um suporte maior porem nao acho que dar acesso por meio de cotas seja correto. O correto é o governo corrigir isso em um curto prazo, porém a questao final é que é dificil recuperar um tempo perdido e dar acesso a universidade nao é corrigir é apenas colocar a pessoa em uma caixa e uma lupa em cima dela, para ver com mais clareza o que ja é visivel. Obviamente outras pessoas que tenham formaçoes em outras areas podem ter opinioes diversas o que é sadio para qualquer discussao e debate de problemas porem pessoalmente acho uma falta de valores escrever que nao se comove com nada que acontece do “outro lado” e achar que entrar em uma universidade é uma soluçao para uma deficiencia do pais que tem apenas como mais uma externalidade a ma educaçao para pessoas mais necessitadas
Sérgio Rocha disse:
Eu acho que TODO MUNDO deveria ler o Projeto de Lei 73/99 antes de opinar qualquer coisa sobre as cotas.. Evitaria muita discussão inútil.. =)
Marcio disse:
Quem é branco e de classe média é privilegiado sim. Quem é branco e rico, é mais privilegiado ainda. Quem é milionário tem ainda mais privilégios e quem é bilionário pode até ir morar nos Estados Unidos com visto permanente. Vivemos no mundo capitalista. No país capitalista onde as leis funcionam, quanto mais inteligente e trabalhador você for, mais dinheiro você terá. E assim é que tem que ser. Ser pobre não é bonito em lugar nenhum do mundo. Mas ser pobre não deve gerar benefícios, pois temos que querer ser ricos, e não pobres! Ser rico não é feio, não é pecado e não faz mal! Ao invés de fazer um paliativo ridículo de assegurar vagas de universidade para quem não tem capacidade, deveriam investir em educação de qualidade para todos. Que fizessem pelo menos uma escola de excelente qualidade por cidade… Só quem estudaria nela seriam os melhores “pretos e pobres” das escolas públicas. Pronto. Assim seria bem mais justo do que separar vagas de engenharia pra quem não sabe matemática!
Felipe Coelho Barreto disse:
BOA! agora vc mostrou pra que veio!!
Mas mude de opinião logo… porque se todos tiverem a mesma oportunidade, vai ser difícil ficar rico… Daí como é que fica??
Quer uma dica… vai no google e entenda como funciona a distribuição da riqueza no país…
Ser ou ficar rico é bom… mas históricamente isso só aconteceu em função da pobreza e exploração alheia e não por mero acaso…
Natália disse:
Esse texto, sustentado por argumentos racistas, é sobre todos nós. Povo iludido, que acha que a melhor maneira de combater o racismo é com o racismo ao contrário. Pensamento tacanho, simplista, maniqueísta. Surpreendente pelo poder das viseiras que estreitam o pensamento da autora. Nivela negros como intelectualmente incapazes e brancos como tiranos. Ela deveria nos apresentar um negro que não tenha conseguido ingressar na universidade pública devido, estritamente, à cor de sua pele, já que esse é o divisor de águas de sua filosofia rasa. Gostaria de saber como é possível explicar que exista, hoje, negros que nunca foram beneficiados por cotas ocupando cargos de destaque, enquanto há (pasme autora!) milhares de brancos na miséria. Iludida, inocente, mal informada. Agita uma bandeira tão hipócrita quando o governo vigente. Justiça será feita (mesmo, a todos) quando a cor da pele não for critério discriminatório pra nada, nem pra beneficiar, nem pra punir. Até lá, viva o racismo ao contrário, né, autora?
César disse:
a onda agora é ser black, mas se falar que você gosta de ser branco você é racista…
eu não sou racista, mas eu amo a minha cor branca!!! eu sou branco e amo ser isso que sou, não tenho vergonha e admiro aqueles que se assumem, sendo brancos, negros, indios, gays ou o que quer que seja. A cota é discriminatória…
e mais a desinformação é tamanha que coloca como se a classe média fosse detentora da renda no brasil, todos sabemos que as desigualdades partem das classes ricas, a classe média SOBREVIVE!!! essa classe sim deveria ser aumentada e não empobrecida como o nosso governo, que em meio à uma greve que não dava para segurar mais resolve soltar as cotas para parecer que está tudo bem (mas não está e falo como aluno da federal, está um lixo!!!) e ganhar os votos do povão desenformado, quer fazer!
Manuela disse:
parabens falou tudo!!!
César disse:
Discordo completamente do texto… a classe média não é o mau do brasil… é ridiculo ver o que as classes mais altas estão fazendo, jogando a classe média contra os pobres, mas os verdadeiros vilões não serão afetados pelo sistema de cotas, eles simplesmente assitiram a classe média descer mais um degrau social, afinal além da classe média pagar os seus quase 30% de impostos que deveriam ser revertidos em educação, agora ela terá que pagar mais ainda pela educação, uma vez que antes só as escolas do ensino fundamental e médio eram pagas, mas agora a universidade privada também será paga e enriquecerá os nosso filantrópicos PUCistas e por ai vai.
Enfim, eu não ligo se o legal agora é ver os riquinhos cult da zona sul, que adoram colocar seus oculos quadradinhos imitando a classe MÉDIA européia, se juntando aos che guevara brasileiros das classes baixas e jogando pedra na classe média, a classe média não deveria ser extinta, ela deveria ser aumentada, a má distribuição de renda acontece entre o pobre e o rico e não entre o pobre e a classe média.
Sou um estudante das federais da classe média e sou também um brasileiro cansado de viver num país de medíocres, medíocres esses que incitam uma guerra de classe que jamais deveria ocorrer. Aqui é um relato de um jovem da classe média, que está muito mais perto da pobreza do que da riqueza e tem pena de ver a sua universidade ir abaixo e tomada por pessoas que não estão preparadas para lá sentarem, não por serem menos capazes, mas por não terem sido preparadas para isso.
Manuela disse:
muito bom
Luis disse:
Realmente discordo do texto. Mas nao totalmente. A minha opiniao que a cota deve ser para todos os alunos que estudam em instituiçoes publicas. O branco que mora na mesma rua do negro, que os pais trabalham juntos e que tem que frequentar a mesma escola publica de pessima qualidade tambem merece a oportunidade do negro. E a partir do momento que essa politica seja implementada, tem-se que mostrar sempre ao governo que essa politica vem da total incompetencia dele e que é extremamente necessária uma política descente de melhoria de todos os níveis da escola publica.
KevinAndroid (@kevinandroide) disse:
O texto, com o devido respeito, é sofrível – em especial por evocar, de modo infantil e apelativo, a figura do “estudante branco de classe média”. Qualquer pessoa minimamente informada sabe que, entre os defensores das cotas, há muitos “estudantes brancos de classe média” (e miolo mole, na minha opinião) enquanto que, entre os críticos, há muitos negros. Uma discussão séria e balizada sobre o tema, portanto, passa ao largo deste tipo boboca de caracterização.
O texto também é sofrível por se balizar em preceito absolutamente furado, ainda que a intenção da autora – e aqui estou sendo generoso – seja meramente retórico. Qualquer pessoa que aprendeu a usar o polegar opositor é capaz de perceber que, se a conversa afeta às cotas raciais não é “sobre” os estudantes brancos, certamente A ELES DIZ RESPEITO – COMO, ALIÁS, DIZ RESPEITO A TODA A SOCIEDADE. É o que costuma acontecer em democracias, esse sistema cada vez mais impopular entre aqueles que se pretendem “progressistas”…
Enfim, o texto é lamentável por usar um recurso bobinho e falacioso, qual seja, o de atribuir à parte contrária opiniões falhas e superficiais. Não, o sistema de cotas raciais não é nefasto porque prejudica o “estudante branco que freqüenta cursinho”, nem é esta a crítica que normalmente é feita a essa sistema.
Se quiser REALMENTE escrever algo decente sobre o assunto, portanto, sugiro que primeiro o estude – e que, sobretudo, resista à tentação de usar falácias fáceis, apelando a imagens distorcidas e equivocadas para justficar o seu ponto de vista (não, os críticos das cotas não são estudantes brancos egoístas que freqüentam cursinhos e cagam para os menos favorecidos, sinto estragar a sua fantasia). Será mais honesto com você mesmo e com todos que vêm ao blog interessados em ler o que vc escreve.
khamusa disse:
Procedo por pontos, para não me perder.
1 – Educação de qualidade para todos. Educação básica, antes de mais nada. Alguém discorda? Acho que não. Mas como já dito em dezenas de comentários, não se constrói da noite pro dia. Temos obrigação MORAL de corrigir o que foi feito no passado. Me refiro a escravidão. Se vamos falar de justiça, vamos falar primeiro da justiça do escravo usurpado de sua terra, reforçando opiniões já anteriormente manifestadas. Não é por fazer tanto tempo que não seja relevante, pelo contrário, o preço pago por muita gente até hoje vem daí. Basta reparar um pouco a situação trabalhista das empregadas domésticas (espero que eu não precise detalhar). Tenso.
2 – O sistema de cotas visa sanar uma discrepância histórica, cultural, social, no que diz respeito a diversos fatores, dentre eles distribuição de renda, acesso ao estudo e educação, discriminação.
3 – Enquanto a educação básica de qualidade não se constrói, o sistema de cotas atua como um mecanismo paliativo, mas eficaz, para uma melhor distribuição de oportunidades.
4 – A autora do texto utiliza este suposto ódio “preconceituoso” como ferramenta, unicamente para falar de algo maior. Basta ter um pouco de liberdade poética no olhar para perceber.
5 – Não interessando muito quem sou eu, a cor da minha pele ou da onde venho, pois não acho que seja o foco da discussão, sou branco, classe média alta, e já reclamei bastante da grana que meus pais investiram e da dificuldade de ser aprovado aqui ou ali. Reconheço (e sou capaz de me colocar em segundo plano) que pessoas tão competentes e muita mais competentes que eu não tiveram sequer a oportunidade de tentar. É isso que temos que remediar. A autora fala de não olhar só para a própria realidade e reconhecer que, nesse caso, estar fora do foco e do benefício do estado, significa garantir um futuro mais digno para nós mas, principalmente, para nossos filhos. Um futuro com mais igualdade e distribuição de renda, direitos e oportunidades. Isso se traduz em segurança, educação, qualidade de vida.
6 – A proposta da autora de trocar de lugar com o negro serve mais como ferramenta para que, por um momento, nos coloquemos no lugar deles, do que como real solução para o problema. Nos acostumamos demais a não pensar “como seria se”. Crescemos, nos tornamos adultos e aprendemos a fechar os olhos, perdemos a incrível habilidade da criança de imaginar. À propósito, não entro sequer na questão da culpa de nascer branco classe média (afinal, esse texto não é sobre mim!). Não acredito sinceramente que em algum momento a autora pensou que alguém de fato atenderia à sua sugestão.
7 – Falar de vilões ou de teorias da conspiração pouco resolve o caso ou fomenta a discussão. Sinceramente saimos do foco que é, simplesmente: as contas são um recurso positivo ou não para contribuir com a erradicação de: miséria, má distribuição de renda, preconceito racial, desigualdade social, cultural, profissinal, melhoria das condições de trabalho, etc.
8 – O mínimo de qualidade deve ser garantida na universidade, seja por cotas, seja por não cotas. Quanto a esse aspecto gostaria que alguém explicasse se existe alguma regulamentação ou controle. Antes de ser taxado como preconceituoso, pergunto por sinceramente não saber o perfil do cotista que tem chegado à universidade, por estar afastado há um bom tempo.
ivan disse:
Fora o fato de que a implementação das cotas racistas, da maneira que está sendo feita na UnB, institui um “TRIBUNAL DE PUREZA RACIAL” (a comissão encarregada de determinar quem é negro e quem é branco) que DIVIDE a população brasileira de maneira temerária.
isa disse:
o que me comove é ver gente despreparada entrando fácil no curso dos meus sonhos enquanto eu estudo 10 horas por dia pra no fim só dar desgosto aos meus pais! cotas nao são solução é só uma medida pro governo adocicar a boca da camada pobre da população (eleiçoes ta ai né) o problema é que essa camada da população é extremamente ignorante, se fossem inteligentes pediriam condições para competir com a escola particular e nao uma “entrada facil” pras universidades, o que me comove é isso, ver que o brasileiro é tão burro ao ponto de nao enxergar o problema a fundo! nao querem educação de qualidade nao, querem a mesma baderna da escola publica e passar no vestibular de forma facil…
Guilherme Gimenez disse:
Os dois negros citados estão em minoria pela condição socio-econômica, e não pela raça – se tivessem condição de pagar pelo ensino privado certamente teriam as mesmas condições de serem aprovados nas federais, comprovando que o único diferencial é o dinheiro. Sendo assim as cotas devem levar em consideração o que coloca os candidatos no mesmo patamar.
Sobre o tema “Essa conversa não é sobre você”: Esse tema é sobre o branco de classe média sim, assim como sobre o negro, índio, oriental ou o que quer que seja de qualquer classe que seja! Depois de anos de injustiça pelos brancos contra os negros, o espírito de vingança tomava conta dos membros do governo sul africano de Nelson Mandela, mas este sabiamente disse algo como: “Se os tratarmos mal, nos tornaremos o que eles foram”.
Sei que muita gente no Brasil luta muito para simplesmente sobreviver, e isso os torna heróis! Mas esses não merecem mais oportunidades que os demais de forma alguma! Isso não é igualdade! Devemos ir contra qualquer pensamento que coloca um acima do outro, mas devemos lutar para que todos tenham as mesmas oportunidades e que as conquistas venham com o mérito, nada mais.
Leonardo disse:
Achei esse texto extremamente preconceituoso. Eu sou branco de classe média, à favor de cotas e defendo a igualdade.
Me senti ofendido com o esteriótipo no qual você me colocou pela cor da minha pele e classe social. Existem brancos de classe média que também batalham na vida.
Você acabou de fazer o que está criticando.
Manuela disse:
Concordo com tudo : Achei esse texto extremamente preconceituoso. Eu sou branco de classe média, à favor de cotas e defendo a igualdade.
Me senti ofendido com o esteriótipo no qual você me colocou pela cor da minha pele e classe social. Existem brancos de classe média que também batalham na vida.
Você acabou de fazer o que está criticando.
Danielle Stangherlin disse:
Não será um discurso sensacionalista que fará nós em busca da igualdade parar, mal sabem vocês que nos julgam o que queremos, qual é a luta que travamos, o que buscamos e porquê estamos insatisfeitos, mal sabem vocês o que cada pessoa que é contra as cotas tem a dizer, tão pouco o que cada uma pensa e sente a respeito, mas vocês que nos criticam e traçam uma imagem totalmente oposta do que somos e do que queremos, estão sendo totalmente preconceituosos e manipulando nossa imagem conforme os interesses de vocês, a quem vocês querem provar o que? Isso é o que sinceramente me pergunto, isso é uma lavagem cerebral que esta sendo feita, pois é muito bom falar o que todos querem ouvir e o que é mais proveitoso para cada um, porque esse discurso de vocês é apenas por interesses, mas interesses individuais e não de um grupo como nós, vocês não pensão em um bem comum e sim no bem individual, o que é melhor para cada um, vocês querem ser melhor que nós e vocês sim estão sendo preconceituosos, não travamos uma guerra, fomos apenas atrás do que é nosso por direito: lutar pelo o que achamos justo e por igualdade, esta guerra é de vocês e não nossa, vocês nos discriminam pelo nossa pele e por nossa situação financeira e ainda julgam-nos como preconceituosos, de quem é o preconceito mesmo? É melhor pensar antes de falar, criar conceitos seus e não o que os outros pensam e defender isso cegamente. O Brasil precisa de uma enorme melhoria na educação pública e não tapar o sol com a peneira como o governo quer destinando 50% das vagas em federais para cotistas, isso é apenas omitir a realidade não enxerga quem não quer, isso é um interesse dos poderosos, não querem formar bons alunos e sim colocar na universidade todos, para as pessoas criarem um conceito de bons governantes e continuarem cegos com essa política corruptiva que a tanto tempo esta no poder no nosso país.
Tales Engraçado disse:
O pior é um país com 300 anos de escravidão nas costas,e eu ainda ter que ler esses argumentos desses branquelos, de que os brancos na verdade que são as vítimas… Nós temos 300 anos de opressão, de humilhação, de ofensa! Não venha me dizer que um pobre branco é a mesma coisa que um pobre negro, que essa eu não engulo, senhorios
Danielle disse:
O pior de tudo é esse tipo de comentário totalmente incentivador do preconceito e da discriminação, em prol de favorecer uns e apedrejar outros, como se tivéssemos culpa da escravidão, da nossa situação financeira favorável, do nosso ensino de qualidade e somos pré-julgados por isso, quem você quer enganar? Esse tipo de comentário como o teu é completamente preconceituoso e você ainda se acha na razão e se julga melhor que nós contra contas, você acha que o problema esta em nós e não no governo porque é isso que vocês querem continuar cegos e deixar o Brasil no declínio que esta, vocês não querem igualdade vocês querem favorecer a si próprios e que se dane gente como nós, isso os torna melhor aonde? E ainda somos trassados como preconceituosos mas pelo menos eu não tachei ninguém de nada até agora diferente de gente como tu, que nos julga e nos dá adjetivos infelizes.
Lígia Loloca disse:
Brilhante esse texto!!!!! Não é necessário falar mais nada!!!!
Mateus Andrade disse:
É assim que funciona o comodismo do brasileiro: em vez de investir numa preparação de qualidade, pra garantir uma competição justa de verdade, o brasileiro se contenta em abrir as pernas e afrouxar as regras mesmo, (porque é mais barato e mais fácil do que de fato investir na educação pública) e ainda por cima tem que aguentar esses “intelectuais alternativos” demonizarem aqueles que discordarem do sistema que os prejudica, como se ter estudado em escola particular fosse algum crime ou algo do qual se deveria ter vergonha. Palmas. Belo país esse que estamos criando, imagina o nível do profissional graduado daqui a alguns anos, com certeza vai estar lá nas alturas…
Agora veja bem: EU SOU A FAVOR DAS COTAS SOCIO-ECONOMICAS, MAS 50% DAS VAGAS É UM ABSURDO DESCOMUNAL. Se a idéia é dar uma chance aos menos abastados, que garantissem 15 ou 20% dessas vagas a esse grupo, pra despertar o interesse desse grupo, pra despertar a vontade de estudar neles. Mas dando 50% das vagas, estão praticamente dando as vagas de graça, porque eu garanto que as notas de corte desse sistema não vão nem chegar perto das do sistema universal. 50% é puro populismo, é pura estratégia pra arrecadar voto, que político iria dizer que isso tá errado e correr o risco de perder tanto voto assim?
Agora, sinceramente, eu leio um texto desses, tratando o aluno de escola particular como um vilão, como um monstro, como algo do qual se deveria ter vergonha, como se o próprio aluno atual de ensino médio tivesse ido até a África e trazido os negros como escravos pro Brasil, e ainda por cima glorificando o populismo, a discriminação e o despreparo acadêmico pra ingresso na universidade como se isso fosse salvar a galáxia, e eu fico muito triste pelo rumo que esse país tá tomando. Profundamente triste.
Érica Marin Do Ó disse:
Ótimas suas colocações… também penso assim.
Vera disse:
Na verdade o que se pode perceber é o desprezo destes governantes pela Universidade e pelo conhecimento. Não deveria nem se ter concurso para estudar. Deveria era ter tantas vagas quanto alunos quisessem cursar. O País não é rico? Este é um investimento para toda a sociedade. Todos se beneficiam com os profissionais. Quem pensa em “curso superior” como forma de ascensão social e financeira pode se decepcionar.
marcus disse:
cor de pele não é sinônimo de inteligencia, o que precisa ter é educação de qualidade pra todos, não cotas racistas, agora todo negro é pobre e burro? isso do meu ponto de vista é racismo.
Vitor disse:
Essa conversa é sobre todos nós. SIM, abrange a população brasileira. Todos somos seres humanos e atuantes na sociedade. Se há um problema, este nao deve ser observado diante de estereótipos e raças, meramente criados por mentes irracionais, e sim pelo todo, afinal, todos somos SERES HUMANOS. Todos nós temos direito à educaçao. Isso realmente acontece? Não. Ninguém recebe educaçao adequada por parte do governo. Para maquiar tal problema, é simples: criemos cotas por conta de “raça” e “condiçao social”, duas belas segregacoes ilustrativas, e vamos continuar deixando com que a populaçao, tao boba, acredite nessa besteira e entre em
conflito. Muito mais fácil e barato, né? Para que desenvolver escolas em
que o aluno seja capaz de aprender a criticar e observar o mundo a sua volta, se isso pode torná-lo capaz de compreender as atitudes errôneas do governo? Dessa maneira, continuamos sem bons cidadãos e políticos. Criar privilégio diante da lei é pura segregaçao humana. Um apartheid constitucional. Saiba, minha cara, que se o privilégio de
alguém é originado por questoes econômicas, é porque foi gerado puramente pelo sistema capitalista, e nao tem ABSOLUTAMENTE NADA A VER com a dificuldade do outro necessitado em passar por um vestibular, o que é um direito humano e obrigatório. O “BRANCO RICO”, como você menciona, não tem relaçao
com a pobreza do pobre, portanto nao tem por quê segregar seres humanos devido à cor e condiçao para entrada no vestibular. Quer saber? Vamos então baixar o preço dos carros para os negros, criar condomínios para negros, comida para negros. Na verdade sao
os mesmos objetos, apenas com um preço mais baixo para os “necessitados”. A ignorância no seu texto está por parte de querer segregar seres humanos, tanto pela cor como pela condiçao. NINGUÉM É SUPERIOR a ninguém porque tem
mais dinheiro ou “cor” diferente, assim como ninguém é inferior pelos mesmos motivos.
Então você vai dizer: mas os “negros” e pobres nao conseguem entrar na universidade. Se nao conseguem, é porque o governo foi incompetente em conceder os direitos do ser humano. E a universidade nao fornece vagas a ninguém por ter cor e dinheiro, e sim por um certo nível de conhecimento (meritocracia) a ser alcançado por uma educaçao que deveria ser para todos e nao é de ninguém. Se o branquela está em escola particular, nao importa a NINGUÉM, o dinheiro é dele e ele faz o que quiser com ele. Isso é o capitalismo e continuará sendo, até que um novo conceito socioeconomico o derrube. Portanto, como BRASILEIROS, e nao como mentes irracionais que adoram segregar pessoas pela moradia que vive e cor que nasceu, vamos SOLICITAR, ARGUMENTAR E REQUERIR os direitos que todos temos, mas que as autoridades nao cumprem. A CULPA nao é dos
seres humanos que ocupam os altos cargos, e sim de nós que elegemos eles.
Atenciosamente,
um “negro” indignado
Érica Marin Do Ó disse:
Bravo!
Se me permite, postarei aqui minhas ideias sobre isso. Eu tenho uma filha “branca rica” (Rica de que e como? Eu sou professora de rede privada e pública…) e um filho negro, adotivo. Ambos têm a mesma idade (criei dois bebezinhos desde cedo!) e sempre estudaram nas escolas onde lecionei, como bolsistas.
Minha filha é mais caprichosa, mais dedicada aos estudos e resolveu “partir pro pau”. tentar uma vaga para Medicina numa federal (que agora está em greve). Ficou três anos e meio tentando até conseguir… e uma ou duas vezes antes disso, embora tenha tido excelentes classificações, foi preterida por cotistas que estavam umas duzentas e tantas posições abaixo dela no ranking de notas.
Quem acolheu o choro da decepção, da frustração de um filho que se matou de estudar por meses a fio, abrindo mão de tudo o mais na vida, sabe o que isso significa… uma pessoa saber que foi muito melhor numa prova do que outra pessoa, e ver sua vaga ir embora por que sua pele é branca é algo complicado…
Meu filho negro nunca quis participar como cotista de coisa alguma e nos equilibramos financeiramente com uma pequena bolsa-desconto para que ele frequente uma faculdade particular para estudar Direito. Está indo muito bem, morro de orgulho dele e sou feliz porque ele é feliz…
Eu conheço os dois lados da moeda, acho que posso opinar.
Mari Gouveia disse:
Perfeito seu comentário e sua forma tão clara de expressar suas idéias. Parabéns!
joao disse:
Ainda bem que ainda existem pessoas inteligentes nesse país..
Giovani Faccioli disse:
Para não dizer que foi preconceituoso, vou dizer que o texto foi muito bem escrito. Vitor, parabéns pelos dizeres que tão bem sintetizam uma visão clara e abrangente da situação.
A autora tem um grande complexo de inferioridade. Ela luta pela segregação, algo que, tempos atrás, sua “raça” lutou contra.
Ela luta mais pela chance de entrar em uma universidade do que pelos direitos IGUAIS entre negros e brancos. E o branco pobre, por que tão ignorado?
A opinião dela carrega muito mais uma indignação ideológica, uma indignação com a forma em que nossa sociedade se organiza/comporta. Pois é, essa é uma triste realidade, porém não me culpe por isso, assim como eu também não te culpo.
Vera disse:
Muito bom Vitor, você é um cara gente fina! E é isso o que importa. Só não ando concordando com a tal culpa, pois não sei se os eleitos o são pelo voto ou os que voto são eles mesmos depois de eleitos.
pedro disse:
Querida autora, seu texto é extremamente racista. Se a educaçao que o estado fornece nao é boa o suficiente para que faça voce passar na universidade federal, por que eu deveria pagar o pato?
A cota nao é a suluçao, é um problema ainda maior uma vez que colocara alunos despreparados la dentro, muitos iram desistir do curso, alguns se formaram com muuuitas dificuldades e outros alguns poderam dar pessimos funcionarios, eu te pergunto o que adianta tentar resolver o problema de base simplemente colocando os alunos despreparados la dentro?
Patrícia disse:
Cansei de ler o texto e os comentários simplesmente porque o foco destas “cotas” está errado. Nosso “resgate histórico” não é com os “negros” (até porque no Brasil nem sabemos quem é negro), mas sim com com quem não tem condições de comer, de vestir, de estudar….. é com quem foi excluído, independente da sua cor.
Mari Gouveia disse:
Perfeito!
Lenna disse:
E, gente. As cotas raciais são medidas para o problema racismo, e não para o sócio-econômico. Get over it.
Kevin Samsa disse:
Eu não consigo entender o raciocínio de quem, em nome do combate ao preconceito racial, adota a idéia que está na raiz deste mesmo preconceito, ou seja: de que brancos e negros são diferentes. Eu tenho o hábito de pensar que a quantidade de melanina na pele não faz com que alguém seja mais ou menos capaz, idéia aparentemente repudiada pelos progressistas da atualidade, que se esforçam para provar exatamente o contrário. Acho que sou um ser excêntrico, no final das contas. Perdoem-me por existir…
dilamar santos disse:
Mas a quantidade de proteína no cérebro,faz. E os pobres são normalmente muito mais carentes de proteinas e outras coisas.E a imensa quantidade de pobres no Brasil, sao negros.
Vitor disse:
Você está completamente enganada. Se você ler a proposta da cota racial, verá que é justamente para compensar o “prejuízo” de uma “raça” devido ao tempo de escravidão. uma
proposta insana e sem embasamento racional
marlonweasdor disse:
Sem falar que é uma medida discriminatória tanto para os brancos quanto para os próprios negros.
Érica Marin Do Ó disse:
Fato.
Lenna disse:
mas o prejuízo deixado pelo tempo é justamente o racismo (e tudo que vem como consequência)! Ou você é da opinião de que não existe mais racismo?
plpscuritiba disse:
muitooooooooo bom. Parabéns!
daniel disse:
cara autora e demais, entendo sua insatisfação com a historia do brasil e do mundo que pode ter gerado essa opinião, e a parabenizo pela capacidade de se emocionar. Porém recomendo aprofundar o pensamento.
como se dará a seleção de negros dentre nossa população brasileira? recomendo andar pelo país. trata-se de um conceito de ação afirmativa importado, assim como o mcdonalds.
a fome não pergunta a cor da pele no brasil
Larisse disse:
Com certeza! Como você pode me dizer que não sou negra ou india ou parda pela minha cor? Somos miscigenados, minha cara!
Felipe disse:
Conceito de ação afirmativa importado? PUXA!! Quando crescer eu quero saber o que isso significa (claro, antes terei que desaprender gramática).
Só pra lembrar que não estamos falando de fome… estamos falando de educação…
daniel disse:
caboclo, ao policiar em nome da gramática, sugiro compreendê-la melhor, para não ficar feio.
ironia não o ajudaria a explicar a diferença de fome e educação para as populações pobres do nosso país.
Marlon disse:
o que os governantes querem é sair como heróis na estória. E que acha qu o sistema de cotas étnicas é interessante estar seguindo a cartlha direitinho. Sou negro, de família de baixa renda e entrei em duas faculdades públicas se privilégios para isso. Dar alguém “cota” para algum benefício é realmente chamá-lo de incapaz, é tapar o solo com a peneira, é acirrar ainda mais o preconceito em nosso país. Seremos mais ainda tidos como coitadinhos e que só conseguimos a vaga porquê o “sistema” foi bonzinho com nós. Sinceramente eu não quero isso para os meus filhos…
tata disse:
yes daniel, yes!!
Cris disse:
Escrevi um texto sobre esse texto e gostaria que vocês lessem e se pudessem, me respondessem! http://gunsaintroses.blogspot.com.br/2012/08/sobre-cotas-brancos-alienados-e-sangue.html
Reinaldo disse:
Bem, o seu texto pode ser até bonitinho e tocante em alguns pontos. No entanto, ele expressa também a sua ingenuidade.
Acreditar que as cotas resolvem, ou melhor, diminuem o problema educacional brasileiro, porque elas oferecem chances para os menos favorecidos é digno de contos infantis.
A grande questão seria tornar o ensino público tão bom quanto o particular, no entanto, o governo mostra-se miseravelmente inábil nessa tarefa.
Quanto as cotas raciais, creio que a senhorita se equivocou tão profundamente, que não é necessário qualquer comentário.
Sinto muito, autora, mas o mundo justo que você parece acreditar não existe, e nunca existirá.
Quanto ao que você pensa, ninguém também se importa ou se comove.
Alexandre disse:
Esse texto sim é racista, justamente pelo fato dos negros se acharem inferiores aos brancos, que eles não conseguem o que querem. Se eles não conseguem passar no vestibular não é por conta do fato de serem negros e sim pelo fato de não terem uma boa base educacional, mas nesse caso se tem alguem para ser culpado é o governo que não investe na educação e não dos “brancos” ricos que não tem culpa, só pq podem pagar por uma escola descente.
jack disse:
Olha, tudo pelo que você disse que te comove nesse texto também me comove. Contudo não acho que as cotas sejam uma maneira eficaz de resolver nada.
Tem concorrencia porque não tem vagas para todos. Vai continuar tendo 49 alunos na turma! As cotas vão aumentar o número de vagas nas universidades? Você acha que elas resolvem os problemas (pobresa, miséria, falta de assistencia do estado para a população, etc…) que te comovem ou vão apenas trocar a cor dele?
Eu sinceramente acho que a cor não importa nada na vida de ninguém e nem deveria. Ninguém tem que se orgulhar de cor de pele. A gente tem que se orgulhar das coisas que a gente construiu, que a gente escolheu e do q a gente faz. Não da cor do cabelo, da pele, do olho ou do tamanho do dedão.
Por favor, parem de brigar por causa de religião, cor, orientação sexual, gosto musical, e tudo que faz as pessoas serem elas mesmas (únicas e diferentes dos outros) e vão lá brigar com quem é o verdadeiro responsável: O ESTADO que não oferece o básico pra NINGUÉM!
Agora, se as cotas resolvessem todos os problemas que te comovem e a mim tbm eu seria a favor delas. Mas infelismente elas não resolvem.
Julio disse:
Geralmente deixo passar as ignorâncias que leio, mas esse assunto diz respeito a MIM, branco de classe média.
Cota socio economica é correta, corra étinica é racismo!
A composição étnica de santa catarinase apresenta da seguinte forma:
Brancos: 88,1%.
Pardos: 9%.
Negros: 2,7%.
Indígenas: 0,2%.
Leia algum texto antes de generalizar uma população de 200 milhoes de pessoas
Edson Arruda disse:
Se existisse um “Estatuto do Racismo, Preconceito e Discriminação Racial” EXPLÍCITO, O Artigo nº 2 seria: “Jamais concorde com que os negros cheguem às universidades públicas… Oponha-se, proteste, diga que é racismo reverso, pois está na moda… Em resumo, LUTE, mas não deixe que ELES adquiram o mesmo conhecimento que NÓS, senão será o início do FIM do RACISMO!”
henriqueoz disse:
Não vai ser uma cota no fim do processo estudantil que vai mudar o destino do aluno. É preciso investir desde a base. Cotas não são a solução. Cotas são apenas anabolizantes da educação e quando você ver, terá u8m país impotente.
Kaio Cassio disse:
Incrivelmente arrebatador. Eu penso de maneira muito parecida e você se expôs muito bem, adorei! Acho que o único problema é que com a miscigenação a gente não consegue mais definir quem, ao longo da história, adquiriu um déficit (se tratando das cotas raciais). Mas sou completamente a favor desta cota e da cota para a escola pública como meio paliativo, já que para mim o ideal mesmo seria que não houvesse escola particular.
Larisse disse:
Fácil demais falar que estamos errados, mas e ai? Se nós que sustentamos a porra desse país, temos o direito de exigir ensino melhor nas escolas públicas, minha cara, entendemos o quão dificil é pra um aluno de escola pública entrar na faculdade, por isso queremos a melhora na educação, mas as pessoas só creem que estamos “mordidos” por causa das cotas, somos capazes sim! Mas você acha que assinar a insuficiência do ensino público é ir pra frente? Poupe-me
Érica Marin Do Ó disse:
Cotas num país capenga como o nosso é como remendo em lençol velho e puído.
As cotas vêm para tentar esconder o Sol com a peneira, para calar a boca do povão, para passar uma falsa ideia de justiça e modernidade.
Digo falsa porque, se alguém realmente quisesse fazer algo de bom pelo país, melhoraria o ensino público a ponto de igualá-lo ao particular, levando a todos as mesmas condições de educação desde cedo, desde a Educação Infantil. Se não fosse falsa não tomaria esta demagógica medida paliativa e meio enganosa, faria a coisa direito.
Mas isso custaria dinheiro ao governo, isso envolveria o fato de terem que deixar de roubar, de corromper, de desviar verbas públicas, enquanto que criar as cotas custa zero, não tira dinheiro do sistema da corrupção, é algo mágico, que não dói no bolso e que abre oportunidades para uns poucos, cirando uma ilusória aparência de “justiça social”.
Não sou contra a igualdade de oportunidades, mas desprezo esses remendos meia-boca que se faz neste país para enganar a torcida, enquanto que o mal maior cresce, se agiganta e vai corroendo a sociedade, enquanto alguns olham maravilhados para a “justa divisão” do espólio educacional.
Este país é e ainda será, por muito tempo, uma piada.
De mau gosto.
Jéssica disse:
E aquele garoto branco (ou pardo) que estudou na mesma escola que o probe coitado negro,tem a mesma condição finaceira do sofrido negro,tem o mesmo cérebro com a mesma capacidade do sofrido negro,e ainda estudou e se esforçou mais que o coitado do negro???E ELE COMO FICA?QUAL A DIFERENÇA?Casos como esse não faltam,podem ter certeza!!!Sou negra e estudo em rede pública.Me classifiquei em cotas?SIM.Cotas pra alunos de escola pública,de baixa renda…pensem melhor!!
Yago disse:
Ja era facil de entar numa faculdade de engenharia (em torno de 12 por vaga) agora com aumento das cotas, o nível dos selecionados diminuirá. E imaginem o que vai acontecer dentro da faculdade: reforço para ensinar, teorema de pitagoras, balanceamento de equações quimicas, funções do segundo grau, etc. Universidade é diferente de aprofundamento (ou tapa buracos) do ensino médio.
Só pra constar: Filosofia, Física, Matemática, História, Geografia, até algumas engenharias são cursos que muitas vezes apresentam menos de 5 candidatos por vaga, ou seja, ja era muito fácil de ser aprovado, agora (com essas cotas) basta assinar o nome, e acertar uma questao de cada materia.
Bárbara Andrade disse:
Vamos lá gente, nós aceitamos o Darwinismo social, e não vamos querer agora com uma medida descabida retroceder a isso. A política de cotas é sim preconceituosa com brancos, negros, amarelos e todas as outras cores brasileiras. E mesmo que todos já saibam e estão cansados de escutar o que o Brasil precisa é de melhores escolas de base, melhor remuneração dos seus professores, alimentação e transporte de qualidade para os seus alunos e incentivo ao esporte e à cultura. É muito fácil tampar esse rombo que nossa sociedade enfrenta com a politica cotas, difícil é dar a todos a mesma oportunidade de passar em um vestibular de “medicina mega concorrido com o qual a pessoa sonha”
E sim, essa conversa é sobre mim, sobre as milhares de pessoas que estão dentro de um curso pré-vestibular, sobre os estudantes que já estão dentro da faculdade, sobre os negros pobres, àqueles não pobres também, sobre toda uma sociedade que sofrerá um impacto grande com pessoas que não estão preparadas adequadamente entrando nas faculdades federais, estaduais e afins. Abaixando o índice de qualidade da instituição e não dando oportunidades a pessoas já com um nível intelectual maior de adentrar na mesma, uma vez que todos já tem conhecimento do número de desistência de cotistas.
Mari Gouveia disse:
Não dirija suas críticas e indignação ao estudante branco de classe média, porque ele não tem culpa de ser um estudante branco de classe média e ser governado por ignorantes usurpadores que não privilegiam a educação, deixando à margem os menos privilegiados financeiramente. Use seu texto, aliás muito bem escrito, e mude de foco. É pecado ser branco ou ter dinheiro? Desde que conquistado através do trabalho e com dignidade, não há mal algum em se ter algum dinheiro nessa vida – e se isso for usado pra educação, pra poder ter suporte pra competir num mundo globalizado, então qual é o mal??? Mal existe em ser governado por corruptos que roubam a dignidade e o direito à educação, alimentação, moradia de qualquer ser humano – negro ou branco. As cotas nas universidades só servem como cala-boca pra sociedade e mascarar a situação caótica da educação. Educação tem que ter base SIM!!!! Tem que se começar lá de baixo do primeiro aninho – aí sim brancos, negros, pobres, ricos poderão ter educação superior de qualidade – sem pagar por isso ou ter que brigar pelo direito à ela. O estudante branco, de classe média, além de privilégios agora virou egocêntrico, e é o responsável (mea culpa), por conseguir ter alguma educação, ainda que precária, em detrimento de seus irmãos negros ou pobres. Você realmente acredita nisso? Uma forma meio simplista de enxergar a realidade, não acha?
Lucas disse:
Se você é branco, não opine. Se é injusto pra ti, não me importa. Os fins justificam os meios. Cotas, sim?
Vitor disse:
Parece que quem mais concorda com as cotas é quem menos dá direito aos outros de mostrar o que pensam, isso é um preconceito também, não? Com argumentos apelativos e emocionais e pouco objetivos.
Na minha época de ensino médio, estudava bastante, acreditando que iria me dar muito melhor no vestibular, estudando sempre em colégio particular. Quando entrei no cursinho(com um grande desconto talvez., longe dos mil reais que citou ali, já que com mil reais por mês pagaria minha faculdade, não um cursinho), vi que não tinha aprendido nada, muitos amigos que vieram de escolas públicas, entendiam muito melhor do que eu vários conteúdos, alguns vinham da mesma escola e tinham compreendiam muito bem, outros não entendiam nada. Acha mesmo que só o ensino que têm influencia, não a dedicação do aluno? Nesse caso que citei, todos tinham ensino público.
Conheço pelo menos 7 cursinhos populares na cidade, turno manhã, tarde ou noite. O aluno só precisa se mostrar interessado em estudar e comprovar baixa renda. São ótimos professores, um bom material, só precisa de um pouco de tempo e vontade de estudar.
Desculpem o texto, já que segundo o post, branco não pode opinar.
PS: o layout do blog me fez ver mil linhas por horas depois que parei de ler o texto.
Dilmar Saraiva Belchior disse:
MUITO BOM…SIMPLESMENTE MUITO BOM…PARABÉNS!!!!!!!!
joao disse:
O argumento apresentado comove, mas não convence. Ainda que as cotas possam ser um caminho temporário, elas não deveriam estar estruturadas como estão. Esse papo de vítima já está enchendo o saco. Brasil, um país de vítimas.
Henrique disse:
Como já foi comentado aqui antes: esse texto não contém nenhum argumento lógico a favor das cotas, apenas apelação barata ao emocional. Poderia muito bem ir ao ar no programa do Gugu.
Quando você se despir dos seus próprios preconceitos e conseguir argumentos não puramente retóricos, pode tentar escrever um texto sem estereótipos nem maniqueísmos sobre esse assunto.
João Victor Pinto disse:
Quanto a questão de cota social eu concordo plenamente, mais não consigo concordar com as cotas raciais,pois eu não vejo motivo para que um aluno negro de uma escola publica tenha uma chance maior de ingressar na universade que um aluno branco da escola publica, pois ambos compartilham da mesma realidade, e a única coisa que os difere é a cor de pele.Se fosse o contrario todos diriam q isso é racismo, logo porque na situação inversa deixa de ser uma injustiça?
Marcus Vinícius de Moraes disse:
Sou contra as cotas.
Mariana MC disse:
QUANTA IGNORÂNCIA POR PARTE DESSA PESSOA QUE ESCREVEU ESSE TEXTO!
Eu tenho pena do pobre que é alienado, com a péssima educação que o governo oferece e aceita as cotas com um sorriso no rosto como premio de consolação!
Muitas das pessoas que são bem de vida subiram do poço pra estar onde estão agora, estudaram incansavelmente e até hoje estudam para continuar na mesma posição social, o que não falta são pessoas que beiravam a miséria e venceram na vida, então nem vem comparar o esforço de um rico e de um pobre!
A maioria das pessoas que passarem pelas cotas vão sair no meio do semestre enquanto o aluno que pagou a escola particular e o cursinho poderia estar fazendo um bom proveito dessa vaga para se tornar um excelente profissional para o nosso pais.
Sou a favor das cotas de 35%, por um período de tempo necessário para a manutenção da educação publica, e no final, rico e pobre ser testado de igual para igual!
E se eu devo alguma coisa a algum negro, são os que sofreram nas mãos dos brancos há um SÉCULO atrás! Só porque você nasceu negro, não quer dizer que você é estúpido!
IGUALDADE PELO AMOR DE DEUS! CADÊ O BRASIL DE TODOS ?
Juliana disse:
Esse texto só pode ser uma brincadeira de mal gosto, não? Qual a minha culpa (classe média branca) que você nasceu com a cor de pele mais escura que a minha? O problema é todo seu, e eu não me comovo em ver um negro estudando em colégio público mesmo tendo que disputar 2 candidatos/vaga enquanto eu disputo 20 candidatos/vaga. Nasceu negro? Tira o corpo da rede, a bunda da cadeira e vai batalhar, tá cheio de negro rico por aí, quer moleza, senta no colo do papa.
Danyelle de Oliveira Maciel disse:
A argumentação do texto é boa; apesar de discordar da ideia central. De qualquer forma, parabéns.
Só uma dica de maneira geral para o seu blog, esse tema fundo preto, letras brancas, está um tanto embaralhador. Seu blog é realmente bom, de opiniões fortes e bem posicionadas, mas é possível ainda melhorar.
Novamente, parabéns.
Estéfano Urach disse:
O problema todo não é as cotas, isso não deveríamos estar discutindo, mas discutindo um Ensino melhor, pessoas que investissem realmente seu tempo e porque não nosso bem pago Imposto nas Escolas Públicas, não interessa se você estudou a vida inteira em escola Particular ou se você Estudou toda sua vida na Escola Pública, são as PESSOAS que fazem a Diferença. Eu estudei 5 anos em Escola Pública e com recursos familiares consegui frequentar a Particular, me formei em faculdade Particular, e acho que sou um bom Profissional. Esse era o recado que queria deixar, Investir sim, mas nas Pessoas e no Ensino, cada um de nós pode fazer a diferença, sendo Pobre ou Abastado.
rig disse:
Sou branca, não nasci em berço de ouro, nasci de família humilde, e tive que lutar muito para conseguir fazer um bom cursinho.Estou ralando e me esforçando muito e daí vem uma pessoa que não estudou nada e talvez nem sabe o que quer, talvez desista e passa na minha frente? POR QUE? Temos os mesmos direitos, ninguém me deu dinheiro, ou me ofereceu lugar de graça em uma universidade. Não é pelo fato das pessoas serem negras, que elas são mais burras, ou mais pobres. Cotas não é a solução.
Ronaldo Coelho disse:
Ridículo, sem mais! O que escravidão tem a ver com o HOJE? Como vocês querem MENOS preconceito, MENOS racismo, se nada é igual nesse grande e hipócrita país? Vocês são alienados, cegados pelo governo, ao invés de lutar por educação de qualidade e igualdade para todos, só pensam nos benefícios que o governo oferece para ”qualificar” todo negro e pardo para o mercado de trabalho, por que não pedir ao governo mais educação e escolaridade igualmente para qualificar a todos? Ah, já sei, por que é mais cômodo aceitar o que vier, sem lutar pelo que aquilo realmente importa, sinto pena, pena mesmo de quem aceita cotas, meros manipuláveis seres humanos.
tio taz disse:
Li todos os comentários até aqui, e me impressionei com a minha capacidade de me impressionar com os extremos muitas opiniões chegam. Não é de se impressionar, mas eu fico, hehe.
Não sou a favor das cotas raciais, mas das sócio-econômicas. Se a maioria da população negra é pobre (e penso que é), automaticamente terão possibilidade de recorrer às cotas. Existem outras etnias/decendências que também estudam em escolas públicas, são pobres, e mesmo não sendo maioria (ou mesmo que sejam) também deveriam poder recorrer às cotas; já que o sistema educacional público brasileiro é defasado MESMO.
Sou pardo, pobre, estudei a vida inteira em escola pública e tive que pagar um ano e meio de cursinho (trabalhei para isso) para passar num curso de licenciatura/bac em História, cuja concorrência é bem baixa. Se meu desejo fosse medicina, ou engenharia, sinceramente, não teria condições de pagar o cursinho, e ter tempo de estudar em casa: ou trabalha ou estuda.
Fato é que classe média pra cima tem capital cultural, já cresce sabendo das oportunidades de universidades, tem contatos, etc. Eu só fui descobrir QUE EXISTE universidade “GRÁTIS” um ano e meio depois de concluir o segundo grau – num golpe de sorte.
Enfim, o texto não é sobre cotas sócio-economicas, mas cotas raciais – e é muito válido porque gera debates como esse. Gostei muito do texto e entendo a indignação. Só acho que vai um pouco além do problema racial – aliás, ABARCA também.
abraços a todxs e feliz pela maioria dos comentários não apelar para violências verbais…
Suelyn Parizotto (@psuelyn) disse:
Bom, pode-se perceber que a autora é a favor das cotas. Agora me respondam: por que uma pessoa, pelo simples fato de não ter nascido branca, tem mais vantagens que uma branca? Vão entrar com o argumento de que o eles sofreram com a escravidão, isso e aquilo. Ok, mas ainda vivemos numa época de escravidão? Tem culpa os atuais vestibulandos de isso ter acontecido? Eles são os que terão que pagar com a injustiça sofrida no passado pelos negro? Gostaria de saber o que um país em que é proibido, por lei, o racismo, mas apoia as cotas raciais, sabe sobre COERÊNCIA. Sim, porque ao dar cotas pela raça, automaticamente dá a entender que ela não tem capacidade suficiente para fazer algo sozinha. E agora, só porque alguém teve a sorte de ter pais que pagassem uma escola particular, não quer dizer que esses mesmos pais tenham dinheiro para pagar uma faculdade. O fato de alguém ter nascido em melhores condições não deveria fazer com essa pessoa sofresse com as consequências de um país que não investe em educação. (Ora, se ela nasceu com boas condições, é porque alguém da família dela já deve ter ‘ralado’ muito para terem o que tem.) Sim, porque as cotas nada mais são do que um ‘empurrãozinho’ da sujeira para debaixo do tapete. “Proporcionamos um péssimo ensino a população de baixa renda então vamos dar uma ajuda no vestibular para fazer de conta que nos preocupamos com eles.” A diferença das médias são claras. Entrarão estudantes sem capacidade para cursar determinado curso e desistirão, fazendo com que a vaga, até então ocupada pela ‘igualdade’, deixe de ser ocupada por alguém que se esforçou a ponto de merecer passar.
Enfim, deixo aqui minha indignação quanto as cotas e, ainda que distante, tenho a esperança de que um dia cairá a ficha das pessoas e elas vão entender que igualdade não se faz ‘socando goela abaixo’.
Dâniel Fraga disse:
Se a conversa não é sobre mim, então eu posso parar de pagar imposto para sustentar universidades públicas e dizer “isso não diz respeito a mim”. Mas aí não né? O meu dinheiro vocês querem, mas a opinião não né? Entendi, isso se chama autoritarismo.
Henrique disse:
Como foi dito antes… “De qualquer forma, penso que, quaisquer que sejam as cotas, elas devem ser vistas como métodos paliativos e JAMAIS como a solução para o problema do desnível educacional brasileiro.” E sinceramente, eu não vejo nenhum movimento do governo para melhorar a educação pública de base no país!!!
#SÓCOTASNÃO
Alan disse:
A discussão está muito boa,Antes de mais nada para começar:É um absurdo ver pessoas que PASSARAM numa universidade publica achar que o NIVEL cairá pois como dizem “so entrará gente estupida que nao precisou fazer nada”.Agora caro amigo,Devo lembrar ao senhor que tantou lutou para entrar, foi facil?QUal a dificuldade de entender que a universidade ainda continuara super seletiva,Embora cairá um bocado a nota dos candidatos aprovados, estamos longe de ver semi-anafalbetos entrando numa universidade federal.É ridiculo esse argumento.Sejamos razoaveis,Os alunos de escola publica que superam os de particular ainda o farão,ocupando boa parte desses 50% o que vai sobrar serão apenas vagas para aqueles que antes,bateriam na trave.Quanto aos que disseram anteriormente que alunos de escola publica vao melhor que de particular,isso é verdade, pra quem pediu link acesse site da convest da UNICAMP e veja a pesquisa.Nimguém diz que essa medida é brilhante,nao há discussão sobre isso.Ela apenas nao é injusta ao meu ver.Se considerarmos o que foi dito no texto.Quanto aos que se justificam dizendo que pagam impostos,que é injusto.Saibam, que no Brasil quanto mais alto seu cargo menor a carga de impostos que incide sobre o cidadão, pois então, quanto mais pobre maior a carga tributaria ao longo da vida.Ou seja,o Pobre paga mais pra ter menos chance, se ficar como antes.Há ainda aqueles que questionam a cota racial.Mas, ja se perguntaram qual a herança que o ULTIMO PAIS DO MUNDO a abandonar a escrividão deixou a estes senhores?Como foram tratados no inicio dos anos 1900,Como isso se refletiu na sua organização socio-economica?Pesquisas ainda apontam que negros hoje em dia de mesmo cargo ganham menos no nosso pais, o preconceito acabou??Gente,os negros/indios foram tremendamente afetados por tudo o que houve e ainda continuam sendo..Nao vou mais me alongar, mas se dê ao luxo de estudar um pouco de historia antes de comentar sua opinião emotiva inconformada.
Jarbas disse:
Texto totalmente superficial, racista e melancólico.
Mas como esse texto não é dirigido a min brasileiro, pobre, “branco” com descendências negras, vou ali brilhar junto com a classe media, pois cada dia é uma batalha travada e mesmo nos autos e baixos conseguir meu lugar ao sol, e não ficar choramingando esmola de um governo que te envenena e te ilude.
Edyrnaldo disse:
Agora entramos mais no mértimo mais específico dessas cotas… Será que realmente vale reservar CINQUENTA porcento das vagas para alunos cotistas? Não seria mais viável fazer apenas uma bonificação de “segunda fase” como alguns vestibulares fazem (e obtém resultados excelentes)?
jaciara disse:
adorei!!!!!!!!!!
Maressa disse:
Não, a cota não é uma maneira de compensar pelos anos de escravidão. É uma nova forma da mesma. É uma maneira de dizer que as pessoas não tem capacidade, por isso precisam de uma “ajuda”. O governo, ao invés de incentivar esse uso, deveria proporcionar a capacidade a essas pessoas, ou pelo menos a oportunidade de ela se desenvolver; não dando cotas, mas dando boa educação, como vocês mesmo disseram.
Não importa se é um negro pobre ou um branco pobre, a situação econômica é a mesma para os dois. O contexto social é o mesmo sobre os dois. E se o problema for a discriminação racial, o contexto TAMBÉM É O MESMO, já que ambas as raças tem orgulho de serem o que são.
Eddie Blake disse:
Justiça? Justiça está vindo para todos nós. Não importa o que diabos façamos.
Carlos Alberto Medeiros disse:
Que festival de insensibilidade! Quer dizer que não é possível identificar quem é negro no Brasil? Só falta combinar com os discriminadores: policiais, seguranças, agentes de recrutamento e seleção… E dizer que 99% dos brasileiros são mestiços só pode vir de quem nunca foi ao Sul do país, em que os negros (pretos e pardos) são minoria. Por trás desses argumentos, frequentemente contraditórios, esconde-se a verdadeira motivação de seus autores: preservar os espaços de prestígio e poder. Dizem que as cotas deveriam ser sociais, mas ao mesmo tempo se insurgem contra a lei recentemente aprovada no Senado que institui exatamente isso: cotas sociais com um recorte racial. Os brancos pobres, cujo acesso à universidade nunca foi preocupação de ninguém, deveriam ser gratos ao Movimento Negro.
Bruno Dourado. disse:
A escravidão no Brasil acabou e pouco mais de 120 anos, e ao negro (“livre”), foi negado pelo governo o seu direito a educação, saúde e trabalho. As cotas são para negros, porque foram eles que mais sofreram na história do Brasil, é para com eles que o governo tem uma divida.
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Pedro disse:
Também existem brancos pobres… esse negócio de cota é nojento… o Estado assume o fracasso e o povo aplaude de pé… exijam educação básica de qualidade e não esmola.. povo ignorante..
Raissa Kebbe disse:
Uau, que texto! Sensacional, os argumentos que eu precisava para discutir com as “estrelas principais”, vulgo preconceituosas. 🙂
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Isabella disse:
Eu penso que esse texto é deveras ofensivo; não acho que o caso é étnico, social,o diabo a quatro, não é assim que funciona. Não porque eu fui trabalhar para pagar o MEU cursinho, não porque existem cursinhos públicos, não porque acho que ninguém melhora nada se prejudica outras pessoas. Acho que não é sobre ‘eles’, ‘vocês, ‘eu’… É sobre NÓS. Nós somos os estudantes. Nós somos o futuro. Nós deveríamos ser beneficiados! De ambos os lados. Nós deveríamos ter um ensino de qualidade, seja ele público, seja ele privado. Por que as pessoas procuram o ensino particular? Porque o público não é bom! Todo mundo sabe disso. O governo sabe disso. Maquiar o problema inventando cotas…? Gente, isso é desumano. Acho que se houvesse investimento ao ensino público ao invés de dinheiro na cueca, isso não aconteceria. Não haveria esse conflito “social” entre estudantes. Imagina como será, se isso (50% de cotas e tal) for aprovado pela presidenta, daqui 5 anos? As pessoas vão chegar na faculdade com aquela mentalidade de: eu batalhei pra entrar aqui e você que tinha vaga de graça? Aí vai rolar isso dentro da faculdade, que é o único lugar que não tem disso! Por que? Porque todo mundo lutou igual pra entrar.
Então não, não apoio cotas sociais, raciais, etc. Apoio a melhora no ensino público. É a coisa mais justa que pode acontecer no país. E todo mundo sabe disso, mas lá, no governo. Ninguém quer saber disso. Pergunte aos deputados, senadores, se eles colocaria seus filhos em um colégio público? Não colocariam, porque eles têm consciência que não é bom e na mente deles, estudo é investimento financeiro.
Arthur De Martino disse:
“Então, por favor, reconheça o seu privilégio branco e classe média e tire ele do caminho, porque essa conversa não é sobre você. Já existem espaços demais no mundo que têm a sua figura como estrela principal, já passou da hora de mais alguém nesse mundo brilhar.”
Que tal você checar o seu texto e parar de criar supostos espantalhos? Assim eu poderia gastar meu suposto “privilegio” lendo argumentos que não ofendem minha (por menor que seja) inteligencia.
O problema é muito simples: Ensino de base é ruim. Pessoas com falta de recursos não conseguem pagar um ensino de base bom. Cotas são dadas na faculdade para pessoas que não tiveram o dinheiro para pagar esse ensino base – Mas só se for de uma etnia especifica.
Nessa linha de pensamento eu lhe desafio, se conseguir morder seus dentes e aceitar que seres humanos podem conversar, dialogar, questionar e pensar sobre qualquer problema que eles bem entendem não interessa quais empecilhos você quer meter por puro “racismo” (Uso entre aspas porque jogar o cartão de vitima para chorar que uma etnia inteira não pode comentar sobre um assunto é tão triste que eu não consigo considerar ódio, e sim auto depreciação) ou uma tentativa falha de fazer uma “Afirmação Positiva”, a ver qual é o verdadeiro problema da situação.
Cotas são basicamente o governo admitindo que falhou com a população sem recursos para uma educação de base. Mas ele só quer reparar para certos alunos que entrem na categoria étnica necessária para ser considerado “necessário de ajuda”.
O que é o verdadeiro racismo aqui, afinal? O governo se virando e falando “Opa foi mal nós ferramos isso tudo, aqui, vocês que lutaram tanto e se esforçaram tanto no nosso ensino de base terrível, podem entrar e continuar seu bom trabalho em uma profissão que requer conhecimento avançado em diversas áreas – Mas só se eu ver sua foto antes e decidir se você é de uma étnia que precisa de ajuda. Opa não bateu na etnia que achamos que precisa de ajuda? Pois bem parece que você não precisa de ajuda! Vejo você no vestibular.”
O que diversos postadores afirmaram em baixo desse texto triste que quer limitar a discussão ao em vez de expandi-la é justo isso; Cotas são uma ferramenta para solução de um problema e o problema não é que Negros, Índios e Pardos não conseguem chegar na faculdade, e sim que ~=|pessoas|-~(Coloquei até Arte ASCII para ver se meu ponto pula aos olhos) que passaram pelo ensino público, seja de que etnia, não conseguem passar pelo vestibular.
E espero que você, autor, e outros que defendem a ideia de que “Esse assunto não é para vocês, beijos”:
Qualquer discurso que envolva diminuir dialogo deve ser repudiado. Jogar a carta de vitima, fazer beicinho e pedir para “Checar privilegio” não ajuda ninguém, pelo contrário, enfraquece seu argumento. “Você não pode falar porque não é com você!” é quase tão ruim quanto “Não gostou? Faz melhor”.
Bea disse:
Eu concordo com as cotas sociais. Acho justo dar uma chance a quem não teve a oportunidade de estudar em escolas particulares (a.k.a. “máquinas de preparar alunos para o vestibular”). Se meu pai não fosse professor de uma escola particular, meus irmãos e eu teríamos de ir para uma estadual, e não sou hipócrita em dizer que “daria na mesma, se eu me esforçasse”, pois os níveis são muito diferentes. Tive a sorte imensa de ser bolsista e poder estudar em uma boa escola.
Mas sou contra cotas raciais, sim. Sou morena clara. Meu avô materno é negro, meu pai é descendente de italianos e nasci assim. Com certeza tive ancestrais escravos. Tenho direito à cota? Historicamente, sim. Mas fenotipicamente, não.
E o caso dos gêmeos da UnB? Univitelinos, idênticos. Um foi aceito pelo sistema de cotas raciais e o outro não. Que critérios são esses? Aparência? Família? Eu poderia apresentar o meu avô e pleitear uma vaga?
E depois… com exceção dos testes de aptidão (como em música, por exemplo), a cor NÃO influencia na aprovação de um aluno. As provas não vêm com uma foto do aluno anexada, para que o corretor diga “Ah, esse é negro, vou dar menos pontos”. A parte de múltipla escolha (fase eliminatória), inclusive, normalmente é corrigida por computador! Que racismo ocorre na seleção de estudantes ao vestibular?
Há poucos negros nas universidades federais. Verdade. Por incompetência intelectual em relação aos brancos? NÃO! Por racismo nos processos de seleção? NÃO!!! Isso ocorre porque a maioria pertence ao estrato mais pobre, estuda em escolas públicas e chega ao vestibular em condição de desigualdade em relação aos “brancos ricos”. Mas ei… essa situação é contemplada justamente pelas COTAS SOCIAIS, não é mesmo?
Falam na escravidão dos africanos como se todos os europeus fossem o suprassumo. Esquecem-se dos imigrantes italianos, por exemplo, que também trabalharam muito, muitas vezes em condições ruins, pois os donos de terras os enxergavam como “substitutos” dos escravos. Não estou minimizando o sofrimento dos escravos africanos, só digo que esse negócio de “justiça histórica tardia” não faz sentido, pois a História do Brasil se pautou na exploração de muitos povos. Se faz sentido essa “reparação histórica”, então cedamos nossas casas aos indígenas, habitantes originais destas terras e que foram até mesmo mais injustiçados que os africanos! Enganados! Usados! Exterminados!
“A maior parte da população pobre é negra”… então, que essa população se utilize das cotas sociais, ora! Não faz sentido pensar na segregação racial que existe nos EUA e aplicar a um país como o Brasil, em que, em maior ou menor grau, grande parte da população É afro-descendente. Acho muito mais eficaz um sistema de cotas que se apoia em critérios objetivos como a renda e a escolaridade do aluno (que podem ser documentados) do que um sistema que se pauta em sistemas subjetivos (vide o exemplo dos gêmeos da UnB!) e segregatórios como a aparência física.
É isso. Concordo (e apoio) as cotas sociais, mas discordo das raciais. Espero que não me achem racista por isso. Infelizmente, pra alguns grupos um tanto extremos, se você discorda de cotas raciais você automaticamente se torna “neonazista” ou coisa do tipo. Pena…
Lara Lima disse:
Na verdade, o que mede a capacidade de cada um não é a cor da sua pelo. O maior responsável pelo não ingresso das classes menos abastadas é o Estado e é justamente ele quem sai ileso dessa confusão toda. Suponho que oferecer vagas em universidades a pessoas que não receberam capacitação prévia para estar lá, talvez seja muito mais danoso que a inviabilidade desses indivíduos no ensino superior. Oferecer é cotas é somente uma maneira de o governo tentar maquiar sua falha na educação no ensino fundamental e médio. É muito mais fácil e barato estabelecer cotas para indivíduos que já podem lhe oferecer votos que investir e educação e torná-los capazes de competir com estudantes de qualquer instituição, seja ela pública ou privada.
mh disse:
Mto interessante o texto, mas acho mais interessante ainda os comentarios do q o texto, apesar de nao ter tipo a paciencia de ler todos.
Nao tenho acompanhado, entao sei ao certo como anda essa situacao das cotas…
Admito q qdo mais novo eu tendia a atacar a ideia de cotas e hj vejo, nos comentarios e dentro de mim , um pouco do motivo…
Nao sou negro e nao posso ser considerado pobre, mas tao pouco tive condicoes de estudar em colegios privados, cursinhos pre vestibulares ou uma faculdade privada, ainda hj nao tenho graduacao superior ou perspectiva de bons empregos.
Acredito q a minha antiga negacao as cotas, e de alguns “comentaristas” daqui tb, seria uma especie distorcida de inveja… algo do tipo “eu tb estou fodido, apesar de nao estar na zona da miseria, nao tenho mtas possibilidades, ou qse nenhuma, e se eu nao posso ser privilegiado, por q negro deve ser?”. Claro, nao como unico motivo, mas em parte pelo menos.
Hj fico feliz em ter me libertado desse tipo de pensamento, e acredito q cotas socio-economicas seriam de melhor proveito, mas se nao eh possivel, por hora pelo menos, q as cotas raciais sejam bem-vindas, e com elas as possibilidades de mudanca..
afinal so criticar o governo (q de fato eh uma merda, direita ou esquerda, tanto faz) e pensar de maneira utopica “…o certo seria, o melhor seria…” nao resolve porra nenhuma
anonimo disse:
Sou inteiramente favorável às cotas, acredito que 50% de cota ou mesmo mais do que isso é uma proporção razoável. Mas cota socioeconomica, para estudantes de escolas publicas. Conheço um negro rico que estudava na escola mais cara da cidade pela manhã e fazia o cursinho mais caro da cidade à noite. Passou graças à cota para negros (e não teria passado sem ela). Dispor de cotas para negros é discriminar o branco pobre. Os negros pobres estão inclusos na cota socioeconomica, não seriam excluidos como sugere o texto.
Joana Machado disse:
Li o texto e achei muito interessante… pena que a realidade não é assim! Faço faculdade pública federal e asseguro que TODOS os alunos que entraram pelo sistema de cotas da minha turma BOMBARAM, alguns inclusive já JUBILARAM! E sabe pq? Pq não foram devidamente preparados no ensino básico para cursarem uma faculdade! Essa parte portanto é culpa do sistema educacional básico! O Governo deveria REVOLUCIONAR essa educação básica e não simplesmente JOGAR, ATIRAR, pessoas que as vezes não conseguem corresponder nem 10% do que se espera de um aluno em uma universidade. A solução é preparar e não JOGAR! Conclusão: o nível do meu curso,que é um curso que mexe com a saúde do ser humano ( odontologia) caiu drasticamente.
Raul Prado disse:
Fazer um discurso/texto bonito, comovente e deixar os ouvintes/leitores com dó dos negros e pobres é a estratégia mais utilizada pelos pregadores do sistema de cotas.
O que fica evidente pra mim no seu texto é que o problema existe. De quem é a culpa e como resolvê-lo é outra questão. O fato de “estatisticamente os pobres e negros terem menos chances de entrar na universidade pública” não implica em “o sistema de cotas é bom pra sociedade”.
A conversa deve ser sobre toda a sociedade brasileira! Tirar alguém da conversa é um atitude discriminatória e anti-democrática. A conversa é sobre brancos de classe média sim. É também sobre negros de classe alta, brancos de classe baixa e todos os outros brasileiros.
Tamyres disse:
Cotas são ações imediatistas para tentar solucionar um problema muito mais abrangente. Melhorar a qualidade de ensino nas escolas públicas seria a alternativa mais justa para permitir que a concorrência aos vestibulares das melhores universidades do país (públicas) seja democrática. Entretanto, a modificação toda a estrutura de ensino pública no país visando adequá-la a este ideal de ensino é impraticável a curto prazo, o que faz as cotas serem vistas como ‘a solução’. O que em geral as pessoas não pensam, é se as cotas – raciais ou sociais – não vão acabar sendo a única medida que o governo vai adotar para garantir direitos de igualdade de ingresso no ensino superior.
Analogamente ao que foi argumentado por alguns nos comentários ao texto, acredito que as cotas raciais são uma forma preconceito na medida em que sua defesa praticamente incapacita o aluno negro de ingressar na universidade através de seu próprio esforço. Concordo, porém, que a desigualdade social deva ser o principal foco das medidas que o governo pode sugerir para o acesso democrático às grandes instituições de ensino superior. As cotas sociais são válidas para sanar a defasagem do ensino público e particular, mas incapacitam o aluno de classe baixa tanto quanto as cotas raciais.
Deve ser considerado que a classes sociais comportam indivíduos diferentes e não pode ser estereotipada com base na maioria. Nas classes baixas existem alunos pobres brancos, assim como na classe alta existem alunos negros. As oportunidades para cada indivíduo dessas classes podem ser diferentes poque alguns têm acesso à educação de qualidade e outros não. Desse modo, uma questão que deve ser ressaltada (e que ninguém menciona) diz respeito aos anseios individuais do aluno, no sentido de que nem todos os alunos da escola pública estarão necessariamente interessados em ingressar na universidade pública, principalmente após os programas ProUni.
Outro ponto pouco comentado é a manutenção do aluno carente na universidade pública. Embora existem bolsas de auxílio à permanência estudantil em grandes universidades como a USP, seu número é limitado e por vezes passa por processos seletivos que nem sempre atendam alunos realmente carentes, já que é fácil omitir documentos com um sistema de seleção que não checa de forma efetiva a veracidade dos dados apresentados.
Assim, é preciso refletir se cotas são de fato essa ‘solução mágica’ para a melhoria de oportunidades futuras para alunos desprovidos de recursos que lhes permitam ter educação de qualidade.
Isabella disse:
Essa conversa realmente nao se trata a mim, alias, nao se trata a nenhum de nós. E sim, se trata dos orgãos publicos para melhorarem a qualidade de ensino publico para que ninguém seja prejudicado.
As cotas para negros ja deveriam ter sido abolidas, ja que nao há diferenças entre negros e brancos.
Sim, concordo com a dificuldade de estudantes de escola publica em entrar numa universidade, mas será mesmo preciso usar o fator ” dinheiro” para tal distinçao? Logo logo irão colocar o fator de defiencia fisica como ajuda para a entrada numa instituiçao de ensino superior.
A universidade é para aqueles que estao aptos a dar o próximo passo na educaçao. Se querem uma vaga , estudem e consigam por mérito próprio.
Alias, há inumeros estudantes de escola publica melhores que de escola particular. Cada um traça a sua história com seus atos e opiniões.
Bom, sinto muito, mas nao acho que colocar mais cotas vá melhorar algo.
Luiza Engers disse:
Discordo totalmente. Encaixo-me nos seus padrões de burguesinha privilegiada. Sou branca e faço pre-vestibular. Uma pergunta: por que colocou a foto de uma criança negra com o hashtag #cotassim? Refiro-me ao porque do negro? Não são capazes suficientes e precisam de ajuda para ingressar numa faculdade? Não. Parece-me que isso, para você, virou uma questão física e visual. Uma visão racista. Só porque somos brancos podemos ser tratados diferentes. Não estou preocupada que a questão não é sobre mim. Óbvio que não. Estou preocupada por acharem que os brancos são culpados por qualquer tipo de diferença: monetária ou estética. Quer um país de “total” igualdade social? Mude-se para algum país socialista. Num país capitalista a desigualdade existe inevitavelmente. As oportunidades são diferentes. Conforme-se e lute dentro da sua capacidade ou encabule-se e brigue para tirar a oportunidade do outro.
Pietro Rossi disse:
Infelizmente para se ingressar em uma universidade pública neste país primeiro ti examinam pela pele, depois pela condição social e só ai pelo conhecimento.E sinceramente, CREIO sim que a unica saída para a educação brasileira é o investimento na base, e assim como todo cidadão brasileiro meu pai paga impostos, que inclusive é investido na educação publica.
E assim como a autora desde blog, também me sinto com uma leve vontade de desistir da raca humana,o coitadismo se tornou contagiante.O coitadismo acabou se tornando a ”Peste Negra” do século XXI, e assim como qualquer doença ela traz consequências.Um exemplo dessas conseqüências? A passividade.
A mesma passividade que traz alegria para os políticos e a desgraça para a população.
Compreendo, é muito mais difícil lutar pela educação de base.Com isso,se torna mais fácil por a culpa de seu próprio fracasso no mais favorecido.Mas não enxergam que seu próprio fracasso está baseado em sua passividade, sua falha em buscar pelo seus direitos.
Alias, cara autora, não há demasiada coincidência aprovarem esta lei em ano eleitoral?O que a senhora acha que traz mais votos em pouco tempo?Investir em educação de base, algo que só trará resultados por volta de 10 anos ou conceder a vaga?É claro que o cotista terá uma maior simpatia por aquele político que o pois na universidade.Não seja ingenua.Cotas são esmolas, a população carente merece muito mais que isso.
Matheus disse:
Implicando que os paticipantes de classe média dos vestibulares não tem o direito de exigir sobre a legalidade das cotas pois “não é um assunto sobre eles”
Ana disse:
creio que todos nós pagamos pela educaçao brasileira, creio que todos deveriamos ter a oportunidade de uma educaçao eficaz na escola publica. Infelizmente, os administradores do poder publico, nao investem de fora eficaz na educaçao, na suade, na previdendia, na segurança publica… TENTAR resolver a educaçao brasileira apenas na faculdade NAO É A SOLUÇAO! é nitido que apenas colocar os alunos publicos na faculdade nao é a melhor soluçao, ja que muitos nao conseguem acompanhar o ritimo das aulas e de estudos! nós devemos reivindicar uma MELHOR educaçao nacional! assim, haveria competiçao por igualdade;
quanto ao titulo, isso É PROBLEMA NOSSO TAMBEM! todos temos direito a engressar numa faculdade! é problema nosso, porque nós tambem pagamos por uma educaçao publica, nos “os brancos ricos” tambem sofremos, tambem passamos por dificuldades ( talvez menos que voces “podres coitadinhos”) DEVEMOS reclamar da EDUCAÇAO PUBLICA de MA QUALIDADE que reina em nosso país!
Raphael disse:
Me incomoda bastante o fato de no Brasil as pessoas não poderem ter uma terceira opnião, se você é contra as cotas você é automaticamente rotulado como um estudante branco com privilégios de classe média, se você é a favor automaticamente você é um esquerdista revolucionário.
Parabéns, enquanto ocorre essa infantilidade ninguém discute o verdadeiro problema, que cotas são uma medida paliativa. Invés de cotas pq não investir mais em educação de base, mais vagas nas universidades, renovação das universidades, aumento do número de universidades públicas.
Não, é mais fácil ficar atrás de um computador fazendo ” picuinha” e não se alterar nada no modo como as coisas são feitas nesse país.
Thayná disse:
Me coloquei no lugar de quem não tem condições de investir na própria educação. Com certeza é triste não poder contar com o ensino público. Mas se a única maneira de ingressar for essa, vai ser assim pra sempre, prejudicando ora um, ora outro. Pois se cotas for solução pra tudo, o governo vai se acomodar e não haverá melhora. Só pessoas menos capacitadas conseguindo mais que pessoas mais capacitadas. De modo que o mérito não valerá de nada. Não é justo com os estudantes de escola privada, nem com os de escola pública a situação em que a educação pública brasileira se encontra, mas cotas NÃO são a solução. Se realmente fosse algo temporário, em menor porcentagem, seria aceitável. Porém todos sabem que uma vez o projeto de 50% aceito, o governo não fará muito para mudar a situação educacional.
Coloque-se agora, você, no lugar de quem estuda de segunda a segunda e que vê os pais trabalharem, iguais aos seus, incansavelmente pra pagar, realmente, minha escola de 1000 reais por mês. Temos que lutar, nao por cotas.Temos que lutar para fazer valer o imposto que pagamos que deve ser usado para investimentos, além de outras coisas, na educação (já que está na constituição como dever do estado e direito de todos). Devemos lutar pra que a educação se modifique. Pra que não tenhamos que pagar o imposto e pagar o ensino privado. Pagar pela educação DUAS VEZES e achar normal. Temos que lutar pra colocar, no futuro próximo, o meu filho no ensino público de qualidade o qual eu, você e todos tem direito! Direito que cotas fere, direito o qual ensinos privados (por falta de opção) fere.
Guilherme Nascimento disse:
Infelizmente chegamos a um ponto onde a única maneira de existir alguma inclusão social nesse país é com medidas pouco profundas como esta.Nenhum chefe de estado terá a coragem de mudar o status quo do sistema educacional brasileiro.
Mesmo aqueles que analisam o convívio dos homens, debatem hoje cota racial sem perceber as raízes problemáticas desfilando com o “discurso dos pobres”.
Estas pessoas brigam por “migalhas sociais” e não enxergam a perversidade por trás de uma medida discriminatória que privilegia as diferenças em detrimento das semelhanças.A todo momento, a sociedade é dividida e sua força dissipada, de modo que, o resultado seja a manutenção dos modelos institucionais que regem nosso mundo.
Agora me dirijo a você que escreveu o texto:
Na minha opinião, um belo texto, faltando uma análise mais profunda do tema abordado.Você chegou a abordar a questão do privilégio das classes ricas, mas lembre-se do porquê de existir tais privilégios.
Você deixou bem claro que no Brasil o discurso sempre parte do ponto de vista do mais rico, a mais pura verdade.Jornais deixam isso bem claro.
Seu texto cumpriu o objetivo de apresentar um ponto de vista e inspirar-me a redigir este comentário.
Por fim, obrigado por ser uma voz ativa do Brasil e defender seus interesses.
Até a próxima vez.
dilamar santos disse:
É um começo. É um começo. O resto a gente ajeita no trotar da carroça.
Marcos F. C. Posso disse:
Inicialmente, peço adiantado desculpas.
Mas acredito que seu raciocínio é falho e extremamente estúpido, o ingresso em uma universidade federal (Ou qualquer pública), deveria ser feito por aptidão SEMPRE.
A solução simples que você dá para um problema complexo, é totalmente equivocada e não, não irá diminuir nem um pouco a paridade entre ‘raças’ ou diferenças sócio-econômicas.
Apesar da minha situação não ser relevante a discussão, eu me encontro sim revoltado com uma solução tão imbecil e tão aplaudida por ‘pseudo-intelectuais’ esquerdistas, a nova mania nacional em blogs. Nunca achei um texto lógico, mas também sou brasileiro e não desisto nunca.
Pois bem, tenho 21 anos e venho sim de uma boa família, uma família que é boa a gerações aliás. Já passei em 3 vestibulares, frequentei apenas dois desses meios acadêmicos e larguei todos os cursos, por achar que não havia me encontrado, acredito ter esse direito e o tenho… e também acredito que não cabe a você ou ao Estado tentar me privar dele, afinal de contas, quem paga pela Universidade pública É SIM o meu pai, muito mais do que uma pessoa como você poderia mensurar. Nunca fiz cursinho, já estudei em escolha pública, sim, apesar de grande parte da vida ter estudado em colégios particulares. O papel do Estado não é fornecer facilidades, é fornecer CONDIÇÕES para que.
Utópico sim, tão utópico quanto a ideia de que cotas raciais serão de algum uso para diminuir o abismo social… que aliás, é um problema crônico não exclusivo da sociedade brasileira, é só você sair dos seus livrinhos marxistas, viajar ou apenas acompanhar notícias fora dessa mídia brasileira, que diga-se de passagem chega a ser nojenta de tão imparcial e manipuladora, e você também entenderá que o problema não é e nunca foi exclusivo do Brasil. É algo que atinge todo o mundo e que existe por uma série incontável de fatores, a começar pelo sistema educacional em si que já demonstra estar falído pela inflação de conhecimento, um sistema que é voltado pra fornecer ‘mão-de-obra’ para a industria desde a sua criação na Inglaterra pós-revolução industrial.
Você esquece uma coisa básica, o governo deve preparar as pessoas para depois poder oferecer-lhes igualdade.
“A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade… Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.”
Ruy Barbosa. (Pardo e uma das mais inteligentes e admiráveis mentes nacionais)
Não acredito ser mais inteligente do que ninguém, aliás sei isso por fato, também sei que não sou melhor do que qualquer um… talvez um pouco mais culto e consciente da minha situação do que a média nacional.
O problema não pode ser solucionado do dia pra noite, não irá ser solucionado e honestamente sinto pena pelas pessoas que acreditam realmente de que isso será de algum uso para a Nação.
No mais, discordo apesar de respeitar sua opinião.
Att,
Gabriel Arce Pereira disse:
O problema não é reconhecer que temos privilégios ou vantagens nos processos seletivos. Quando vejo muitos apoiarem as cotas, é embasado no argumento de que as desvantagens existem e elas precisam ser revistas, no entanto, são raras as ocasiões que vi algum desses defensores lembrarem ao menos que desigualdade social não se resolve com mais desigualdade. Propôr que 50% das vagas das universidades públicas sejam dos alunos da rede pública, é simplesmente sedimentar o déficit de aprendizado que esses recebem. Defender as cotas é defender o estado estagnado que as escolas públicas atuais possuem. Defendê-las é paliativo, é gritar em prol da ineficiência estatal que rebaixa o nivelamento no qual o vestibular se formula. Não sou contrário as cotas, desde que junto com essas os 5,1% do PIB que tanto eu como todos os brasileiros pagam para a educação sirva pra alguma coisa: o salários dos professores é ridículo, o estímulo à reciclagem nos estudos dos mestres do Brasil é irrisório…mas essa não é a conversa. Um fato que muitos deveriam saber: Os livros que nós, alunos brancos ou não, de classe média, utilizamos em nossos cursinhos, pode sim ser disponibilizado para a rede pública, todavia, sabem por que as escolas não os escolhem? Por que os professores dessas escolas são incapazes de resolvê-los e utilizá-los. As dificuldades não estão no método de ingresso, não é um ENEM que brinca com os conhecimentos que somos obrigados a ter, ou um peso maior para alunos advindos da rede pública que mudará o fato de termos 68% da população brasileira composta por analfabetos funcionais. Essa conversa, realmente nunca vi estar nos textos parlamentares… é mais fácil atuar no agora, não é mesmo? Os resultados saem no próprio governo de quem atuou, a reeleição também.
Vera disse:
Acho que ainda sofremos os danos causados pelos anos de ditadura. Será que não somos capazes de enxergar o verdadeiro inimigo? Estes que desgovernam o Estado Brasileiro, degradam os serviços públicos que TODOS pagam caro com o seu trabalho, os mais e os menos bem remunerados, e isso importa?
Com o discurso pseudo socialista e canetadas da última década, o que o governo está fazendo de fato? A sociedade cada vez mais fragmentada e todos sob suspeição, beleza: bota todo mundo pra brigar! Não é o que está acontecendo aqui? Branquinho, pretinho! Putz, é de dar dó! Estas articulações segmentadas, na verdade não é uma desarticulação geral?
E ninguém reparou que de verdade nada aconteceu, o Brasil, sempre ele, tá crescendo.Tem projeto de crescimento para as cidades? Ou deixa inchar? Escolas e Hospitais estão sendo construídos, professores estão sendo capacitados?
E todo mundo acha que tem que ir pra Faculdade, por que? Podia ser uma opção ir ou não, depois de 14 anos em uma escola de qualidade poderia se ter um trabalho para viver com dignidade, mais um curso de especialização, uma viagem.. apenas viver com tranquilidade em uma sociedade mais justa tava de bom tamanho. Aliás esta história de “curso superior” dar status social é uma cafonice.
PS Já repararam que os filhos dos “burgueses” estão virando cozinheiros?
Pedro disse:
Pode ser que alguns aqui leiam o meu comentário e me chamem de preconceituoso ou de ignorante, alguns poderão concordar comigo, outros certamente me chamaram de idiota.
Porém, se todos parassem com essa idiotice de DEFESA Vs ACUSAÇÃO sobre as cotas, talvez fosse possível chegar a algum lugar. E para deixar bem claro, SOU TOTALMENTE CONTRA AS COTAS DA MANEIRA COMO ESTÃO SENDO IMPLANTADAS!
Acredito que não chegaremos a lugar algum ficando nesta discussão, ou talvez até cheguemos em alguma situação, talvez em um novo APARTHEID, é meus caros, vocês podem pensar que estou sendo exagerado, porém em diversas universidades isto vem ocorrendo, turmas A, B, C onde uma delas é apenas de cotistas e/ou negros, turmas totalmente discriminadas e que na minha opinião deveriam se unir e juntamente com o ministério público processar as instituições, porém isso é debate para outra hora.
Li em diversos posts aqui que o pobre é o negro, que o branco quando é pobre é minoria, e que o negro rico também é minoria, essa última é uma informação muito mais verídica na minha opinião, afinal realmente temos poucos negros ditos “abastardos” , mas deixemos de ser hipócritas nosso país é repleto de brancos pobres e miseráveis. Portanto vamos parar de falar que pobre é só o negro.
Outra coisa que vocês estão falando é que o branco que estuda em colégio particular, que faz cursinho ou que é bolsista, é abonado, que desses vocês não tem pena. Desculpem novamente, tenho diversos amigos e colegas que tem de trabalhar muito, que são filhos do seu Joaquim da padaria, do seu Tonho ali da mercearia, filhos de pessoas pobres, nem de perto de classe média ou rica, mas de pessoas que trabalham duro, ralam, se privam de uma televisão ou de uma roupa nova para poder pagar os 200 ou 300 reais da mensalidade do filho. Isso na esperança que o filho possa ter uma vida melhor.
Por outro lado temos que levar em consideração o fato de que diversos negros não tem a oportunidade de serem o seu Joaquim ou o Tonho, infelizmente, nasceram em uma sociedade que é sim preconceituosa, mas esses podem e devem batalhar para mudar de vida, e arrisco-me a dizer que muitos isso mesmo, muitos o fazem de maneira maravilhosa.
Agora parem de me fazer sentir mal por ter nascido em uma famíla humilde, criado com o dinheiro da barbearia de meu avô, ou com os panos de pratos vendidos por minha avó! O fato de eu ter nascido BRANCO, não me deu melhores condições do que nenhum de vocês, meus pais trabalharam, batalharam a vida toda, assim como muitos estudei em escola pública, virei bolsista em escola particular por mérito próprio, por esforço. Consegui vencer, passei no vestibular, tive de estudar. Não serei doutor ( talvez até seja se fizer um doutorado) mas o “dotor” a qual me refiro é o advogado ou o médico, mas serei um PROFESSOR e sempre SEMPRE irei batalhar para dar condições iguais aos meus alunos, para que os brancos ou negros que desejarem vencer consigam vencer!
Agora quanto ao tema original da conversa de vocês, bem essa tal de cota colocada é uma BABOSEIRA, uma tremenda idiotice!
Eu seria um idiota se falar que o que precisamos é investir na educação básica e que ai teriamos um mundo mais bonito e perfeito.
Que tal ao invés destas acusações e baboseiras de debates, propuséssemos TODOS ( BRANCOS E NEGROS ) ao governo uma saída, que tal investir nas gerações que hoje estão entrando no ensino básico?
Se a nossa salvação é investir na educação básica, que tal investimento gigantesco na pré escola no próximo ano? E para não punirmos ou então discriminarmos ninguém, continuamos com as cotas no próximo ano, neste modelo que sou contra mas como medida paliativa.
Então se fizermos isso de uma maneira séria, chegamos em dezembro de 2013 com um ensino da pré escola bem estruturado, neste momento teremos que colocar nossas crianças no primeiro ano, pois bem então que em 2014 invistamos na pré escola ( mais fácil agora) e no primeiro ano ( para manter a qualidade e elevar o nível). Ai no final de 2014 teremos 2 turmas “boas” e continuaremos com as cotas, em 2015 investiririamos em 3 turmas, teriamos 3 turmas neste novo modelo, e assim por diante!
Que tal ao invés de mudar como lei e obrigar o filho do rico a estudar mais e mais, ( isso quando não estudam em colégio público e fazem cursinhos , para poder usar as cotas) e o “pobre” negrinho a se apoiar mais e mais nas cotas. Que tal se deixarmos de ser um povo hipócrita e preconceituoso e nos unirmos para utliziar as cota por um período de tempo até que consigamos elevar a qualidade do ensino básico?
Não precisamos de mais e mais universitários de baixa qualidade , precisamos de cidadãos em todos os ofícios e classes sociais que sejam BEM instruídos e principalmente críticos.
Portanto #cotanão , só como medida paliativa até uma reformulação!
Sandy disse:
Ah velho, não é bem por aí não, TODOS tem direito à educação e biblioteca pública tá aí pra isso, pra pesquisar, pra tentar chegar lá sozinho, eu estudei minha vida toda em escola pública, prestei vestibular recentemente e o que eu vi foi cotistas com notas muito menores que a minha com vagas na universidade e eu não. Agora me diz se é justo com esses mais de 400 candidatos que obteram nota maior que a deles? Não, não concordo com cota pra negros ou índios ou seja a etnia que for, concordo com esse limite de vagas pra candidatos vindo de escolas particulares que é o que o governo ta tentando fazer agora.
Frei David disse:
Cotas pluriétnicas:
sucesso acadêmico e de integração
“Com as cotas estimamos que, em 5 anos, foram incluídos mais negr@s nas universidades brasileiras do que em 500 anos anteriores!”
“A USP, UNESP, UNICAMP e grande parte das universidades públicas insistem na aplicação da meritocracia injusta. Por quê? A quem interessa?”
Frei David Santos OFM – Sacerdote Franciscano
Mais de 1.600 instituições superiores de ensino particular já adotaram cotas para negros, brancos pobres e indígenas através do ProUni. Os cotistas alcançam média acadêmica superior aos que pagam suas mensalidades! A Ação Direta de Inconstitucionalidade ADI 3330, julgada no STF, revelou esses dados de sucesso. Por que este grande sucesso? E a grande imprensa brasileira, por que não dá espaço para debater os motivos desta vitória fantástica?
A aprovação no dia 7 de agosto de 2012 do projeto 180/2008 no SENADO vai provocar a ampliação desta revolução da inclusão, a partir do direito dos pobres de exigirem seus espaços nas universidades públicas, até então omissas. As Universidades Públicas que, antes da lei tinham algum plano de inclusão, só os adotaram por pressão dos negros nos quatro cantos do Brasil. A luta hoje beneficia negros, indígenas, brancos pobres e outros excluídos. Quem os excluiu? Os conselhos universitários pelo mau uso da “autonomia universitária” por parte destas universidades públicas que foram particularizadas pelas elites.
No julgamento no STF da ADPF 186 e do Recurso Extraordinário 597.285, contra a inclusão de critérios etnorraciais, provamos que na UnB, UFRGS e em mais de 190 instituições superiores públicas que já adotam cotas para negros, brancos pobres e indígenas, estes, os cotistas, estão atingindo médias acadêmicas superiores aos eternos privilegiados da classe média, que podem pagar escolas e cursinhos caros! Portanto poderiam cursar faculdades particulares de ponta!
Com as COTAS até aqui aplicadas estimamos que, em 5 anos, foram incluídos mais negr@s nas universidades brasileiras do que em 500 anos anteriores! No vestibular entram com notas baixas e, após um ano, tendo acesso à mesma estrutura educacional, os cotistas estão dando um belo show! Há cota para o acesso, entretanto eles provam que não precisam de cotas para a saída! Com esforço próprio e mérito justo eles estão entre os melhores! Todo o Brasil é beneficiado com esta vitória!
Há o racismo institucional do Estado Brasileiro que precisa ser refletido e enfrentado. Vejam o texto no site http://www.educafro.org.br “Os sete atos oficiais que decretaram a marginalização do povo negro no Brasil”. Em exclusão as empresas particulares não ficam para trás, infelizmente. Vejam, por exemplo, a pesquisa do Instituto Ethos sobre “As 500 maiores empresas do Brasil e a inclusão”. Os dados são vergonhosos para uma nação tão fantástica como a nossa! Brancos e Negros iremos dar as mãos e iremos mudar esta realidade!
O Partido DEM, contrário às cotas, que também abre processos contra a Terra dos Quilombolas e as cotas de justiça para os negros ingressarem nas universidades, atirou no que viu e está acertando no que não viu: no sistema injusto e arcaico chamado de “vestibular”. O FIM do atual modelo ultrapassado – esse é um dos principais legados que a luta das cotas deixará como contribuição à fase “pós-cotas” na qual muito em breve entraremos. É preciso se rebelar contra o vestibular que é uma irresponsabilidade acadêmica dos conselhos universitários acomodados! O próprio MEC abriu portaria em 2006 conclamando as universidades a serem criativas na aplicação da seleção.
Um exemplo está na primeira pesquisa de desempenho acadêmico da UnB com os cotistas, na ocasião de conclusão de Curso da primeira turma: atingiram média acadêmica quase 30% acima dos “não-cotistas”! Por que a imprensa não informa estes dados positivos à sociedade?
As universidades que adotam cotas, após pressão da sociedade, estão apenas colocando em prática o artigo 3º da nossa Constituição: construir, garantir, erradicar, promover. É linguagem verbal que indicam ação, movimento, um compromisso, um fazer! A Carta Magna exige postura corajosa dos que ocupam cargos de comando. Interpretar a Constituição usando-a contra as políticas que buscam a igualdade pode ser um vício de lugar social ou de insensibilidade jurídica.
O que explica este esplêndido desempenho dos cotistas? O Professor Michael J. Sandel, da mais importante universidade do mundo, HARVARD, em seu livro “JUSTICE” explica que o sucesso vem da capacidade destes jovens negros e brancos pobres em aproveitarem com entusiasmo as oportunidades conquistadas, aqui, no nosso caso brasileiro, representadas pelas referidas COTAS, conquistadas pelo movimento negro e disponibilizadas para todos!
As universidades públicas, com seus “conselhos universitários” preguiçosos ou perversos, conscientemente não querem mudar seus métodos de seleção, por comodismo ou “compromisso de classe”, e selecionam mal. A isto Sandel chama de “meritocracia injusta”. É a atitude irresponsável que consiste em fechar os olhos para a realidade e, de maneira mentirosa, afirmar que o vestibular dá oportunidade igual a todos e seleciona os melhores. Isto é hipocrisia! Este erro consciente fez surgir à revolução silenciosa das cotas, que hoje é vitoriosa!
O vestibular seleciona os já destacados: os que têm dinheiro no bolso para fugir do sistema público de ensino fundamental e médio e não precisam trabalhar e estudar ao mesmo tempo! Em suma, o vestibular é a principal engrenagem, hoje, que perpetua a exclusão. A USP, UNESP, UNICAMP e grande parte das universidades públicas insistem na aplicação da meritocracia injusta. Por quê? A quem interessa?
A justiça se aproximará do seu ideal quando definirmos as cotas de outra maneira: que a percentagem máxima de ingressos de alunos provenientes da rede particular de ensino seja a mesma dos que concluem o ensino médio: 12 por cento. Com isso, automaticamente fica definido que 88% das vagas destinam-se aos alunos da rede pública! Esta atitude irá revolucionar a rede pública e esta melhoria será fruto de uma pressão dos alunos estimulados pelo querer aprender e confiantes em seu futuro! Os alunos verão que as boas universidades públicas gratuitas estão a um passo de seus esforços e a seleção será mais justa, gerará mais credibilidade nos pobres. Falta coragem política aos governantes estaduais e federais para mexerem neste feudo chamado de vestibular e vagas universitárias públicas…
O movimento bonito e novo da luta pelas cotas está dando eficácia ao princípio constitucional chamado de IGUALDADE MATERIAL, jogando no lixo a igualdade preocupada apenas com o formal.
A afirmação do DEM, na ADPF 186, a respeito de que …“não se pode responsabilizar as gerações presentes por erros cometidos no passado”… largamente questionada por Sandel, pode perfeitamente ser destruída com um simples argumento: poder-se-á, então, eternizar as consequências dos “erros” do passado??? Com exemplos contundentes SANDEL nos alerta sobre o nosso compromisso com o ontem, o hoje e o amanhã. A visão de Sandel é revolucionária! Assim que a juventude brasileira descobrir Sandel, vai reencontrar o sentido de lutar por um mundo melhor! Ele é o “Francisco de Assis” que escolheu como espaço de atuação o mundo acadêmico! É por este motivo que, hoje, por onde passa, arrebata multidões!
Alex Batista disse:
Fantástica essa matéria do Frei David.
Vivian Polli Culn disse:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,desempenho-de-cotistas-fica-acima-da-media,582324,0.htm
http://www.imprenca.com/2011/08/ipea-cotistas-tem-melhores-notas-em-universidades.html
http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=29105
Gente está ai pra quem estiver interessado em ver os dados do desempenho dos cotistas nas universidades 😉
dilamar santos disse:
Ninguém está interessado. O discussão é outra.
Bárbara disse:
É tocante ver um bando de gente se iludindo com cotas, gente cota não resolve, é preciso investir na educação o que eles estão fazendo é justamente para enganar vocês. E alem disso o texto é um preconceito sem fim para pessoas que tem condições de um estudo melhor. Não acha que essas pessoas também ralam na vida? eu conheço pessoas que trabalham para pagar o cursinho. E pessoas que cujo os pais pagam pelo ensino, vcs não acham que eles também ralaram? ralaram para da um ensino de qualidade para seus filhos. Agora me chegam com um texto ridiculo falando que apoia a cota. Eu repito COTA NÃO RESOLVE. Quem entra no ensino superior tem que entrar pelo o esforço e não é para facilitar. E denovo é para melhorar a educação e não facilitar para entrar numa faculdade quem não esta qualificado. Já teve casos de pessoas de classe mais humilde que conseguiram por esforço entrarem no ensino superior numa possição bem elevada, por que os outros não conseguem? A cota é preconceituosa sim, não é a desculpa de algo que aconteceu no passado que vc tem que engolir. E outra, vcs querem mesmo que pessoas que entraram facilmente no ensino superior serem seus futuros medicos? engenheiros? É isso mesmo?. Eu entendo que precisamos por pessoas de classe humilde para as faculdades, mas não é assim que resolve o problema, vc tem que resolve o problema deste cedo, nas escolas e não depois.
Tayná Gonçalves disse:
Reblogged this on Porão Imundo.
Buterfly disse:
E como ficam os brancos que estudaram a vida todinha em escola pública, sendo tão pobres e tendo tão poucas oportunidades? cota raxial não é solução, pq ela não leva vários dos argumentos que o próprio redator colocou no texto.
nem todo negro é pobre, nem todo branco tem dinheiro.
não se trata de preto e branco, mas sim dos tons de cinza.
o melhor seria uma cota baseada na escolaridade e nas condições financeiras do candidato e não no seu nível de melanina. cota racial é racismo, gostem ou não disso.
lamento se essas pessoas não tiveram chances, mas não é correto segregar outras pessoas que tiveram as mesmas dificuldades socio economicas durante suas vidas meramente por elas não serem negras.
a coisa tem que ser igual pra todo mundo, tá na constituição.
dilamar santos disse:
Como ficam os brancos? O título já diz tudo. ” Esta conversa não é sobre você”. Os brancos pobres são outro assunto.Organizem-se, e criem algo similar.
Laura disse:
Não, a história é a mesma. Se você quer olhar só um lado do problema, sua solução estará fadada ao fracasso total, e levará a um mundo pior do que era antes.
Gabrielle disse:
Olha, entendo a insatisfação geral com a história do nosso país, com o como foi construído, mas me digam, que culpa temos nós, jovens brasileiros, mestiços, negros, brancos, pardos, índios, etc, de qualquer classe, termos nascido no lugar no qual nascemos? Sou mestiça, bem morena, mas não me encaixo em cotas negras, tenho pais brancos, e sou contra cotas raciais, sou a favor de auxiliar as pessoas a estudarem, mas sou contra cotas, sou a favor de direitos iguais. Realizei todo o meu ensino em escola pública, vivi rodeada de amigos e colegas de diversas raças, inclusive de outras regiões e países, afinal, sou de uma zona de fronteira, diversos deles não tinham o que comer em casa, estudavam de manhã e trabalhavam o resto do dia. Mas sempre venceram pelo seu próprio esforço. Agora, realmente é junto um mestiço de classe C que obteve nota superior a um mestiço de classe D ou E, mas teve o mesmo ensino em escola pública, sem cursinhos ou coisas do gênero, perder sua vaga pela sua situação econômica? É justo um negro entrar e um mestiço não, pela cor de pele? Reflitam, vocês querem jovens que lutem por igualdade ou adultos ignorantes que continuam pensando que somos diferentes? Vejo diversos jovens tentando mostrar o quão iguais somos, mesmo com situações econômicas diferentes. Vi amigos vendendo coisas que faziam em casa na escola e se sustentando com R$200,00 por mês, vindos do seu próprio esforço e com uma cultura imensa, estudando em escola pública e obtendo notas melhores, pelo seu único e próprio esforço! Não temos culpa do que aconteceu a diversos anos atrás!!! Só queremos um mundo melhor para nós e não uma maior divisão e muito menos sermos melhores ou piores pelo nosso dinheiro, ou por onde nascemos, não temos culpa disso!
Daniel disse:
Nossa que texto racista
Ítalo disse:
Nem a África do Sul pós-apartheid tem sistemas de cotas tão patéticos como se vê no Brasil. Até quando todos os brasileiros pagarão o preço pelo que os portugueses causaram aos negros séculos atrás?
Esse novo sistema de cotas toma como premissa que qualquer pessoa parda, negra ou indígena que tenha concluído o ensino médio em qualquer escola pública está pronta para o ensino superior. Bem sabemos que não é assim.
Universidade não é lugar para fazer justiça social. Enfiar um maior número de cotistas no ensino superior federal servirá apenas para o governo maquiar estatísticas de como o Brasil supostamente é um país inclusivo. E, mais uma vez, o governo está se fazendo as perguntas erradas e tapando o sol com a peneira. Como diria Rubem Alves em um de seus fantásticos textos: “Não esqueça as perguntas fundamentais”.
dilamar santos disse:
Se você é contra as cotas e procura um culpado pra descobrir ter nascido onde nasceu, acho que seu problema é o entendimento exato do que trata o assunto deste ensaio “Esta conversa não é sobre você”
Gabrielle disse:
Não procuro um culpado, desculpe, mas não foi isso o que eu disse, vou ser mais clara, nós não temos culpa de onde nascemos, as cotas valorizam isso, de uma forma, ou de outra. Se tu prestar atenção ao que escrevi vai ver que não foi o que quis dizer e a partir do momento que sou mestiça e que estudei toda a minha vida em escola pública e vi minha família passando necessidades, sim esse assunto é sobre mim, afinal, a partir do momento que te afeta, te envolve e esse tema afeta a todos, pois se existem cotas, existem pessoas que irão utilizar as cotas, e existe pessoas que serão afetadas pelas cotas. Em cotas sociais, eu seria beneficiada, então sim é sobre mim também.
dilamar disse:
Desculpe eu, Gabrielle. Mas ficou confuso. Não entendi a parte do “onde nascemos” Nós, pobres,pardos,negros,indios,brancos,amarelos nascemos em todo o lugar.Também não entendi se você é contra, a favor ou muito antes pelo contrário. Acho que temos alguma coisa,que beneficia alguém. Ótimo. A porteira está aberta. Vamos agora procurar TAMBÉM nos benificiar desta ou de outra maneira que inventaremos. O que não podemos é questionar conquistas de alguma minoria na qual,por um motivo ou outro não nos incluimos.Abração.
Jaime Pacheco disse:
Há um ditado chinês que diz: “Quer educar uma criança? Comece pelos seus avós” !!!
Qualquer educação de qualidade, para que possa ser reconhecida, identificada, mostrar seus resultados, de acordo com a sabedoria oriental, implicaria em investimentos num período mínimo correspondente a três gerações. Por isso as pessoas beneficiadas pelas cotas não podem esperar. O ditado nos oferece um horizonte de tempo. O percurso para alcançarmos a qualidade da educação pública, precisa ser acompanhado pelas açõs de mitigações das perdas históricas sofridas por negros e pelas populações indígenas ao longo da formação social brasileira. Elas, as cotas, inclusive, oferecem materialidade ao conceito de Ações Afirmativas, pois é disso que estamos falando.
Laura disse:
Nosso país é de maioria branca. Não sei quem contou pra vocês que a maior parte da população é negra.
Enfim. Vocês insistem em confundir pobreza com cor de pele. Vocês sabem que existem negros ricos que tem a mesma oportunidade de estudos que brancos, e brancos que são tão pobres que não tem essa oportunidade (vide o meio rural, de maioria branca e pobre). Então é muito fácil escrever um textinho comovente sem nem ao menos pensar na grande besteira que esta falando. É SIM racista querer que negros tenham cotas – é discriminação pela cor da pele, de qualquer forma.
Cotas sócio-econômicas aí sim, estamos falando em alguma coisa que faz sentido. Mas enquanto vocês, metidos a salvadores da pátria, tratarem os negros como coitadinhos (sendo que, repito, não é porque você é negro que é pobre e não teve oportunidade – apesar de serem maioria dentre a população pobre urbana, não o são dentre a população pobre rural – mas quem se importa com a população rural não é mesmo???), NADA vai mudar. A inserção “forçada” de qualquer um que seja que não esteja preparado na universade traz consequências negativas, e isso qualquer estudo pode mostrar. Então, acreditem no que quiserem, mas o fato é que estão tentando tapar o sol com uma peneira gigante com esse pensamento.
Clara disse:
Eu sou branca, e a minha família inteira é de origem italiana.
Minha mãe e minhas tias estudaram a vida inteira em escolas públicas, e entraram numa universidade federal por mérito. Ela – minha mãe – trabalha cerca de 9 horas por dia. Meu pai idem.
Meus avós frequentaram a escola até a 4 série, param pq foram trabalhar na roça ajudar seus pais…
A nossa qualidade de vida foi conquistada geração a geração, passo a passo, com suor, trabalhando muito, com bom caráter e não esperando ajuda de ninguém. Nenhum governo deu vaga pra minha mãe, nem bolsa família pra minha vó, nem auxilio pra ninguém. Quem quer consegue com as próprias mãos.
O nivelamento das universidades deve ser feito por cima e não por baixo como estão querem fazer. Caso contrário só vai agravar o fato de que pessoas saem do ensino superior SEMIANALFABETAS!
Qual a diferença da tua história familiar pra minha?
wgoncalves3 disse:
O que me comove é saber que, a partir do momento que se separam as pessoas por critério étnico para estudarem, essas pessoas serão, durante toda a sua vida universitária, taxadas e marcadas pelos outros colegas como “os que não precisaram fazer a prova pra passar.”
Jullieth disse:
Claro que a melhor saída seria um país de igualdades, onde todos tivessem a mesma oportunidade. Claro que a melhor saída seria sim que o governo investisse na educação básica para que TODOS disputassem as vagas de uma universidade pública de igual por igual. Mas, meu caros, se vocês não podem esperar tanto tempo, por que negros e pobres podem esperar por mais?
Natasha disse:
Não, a conversa é sobre mim também. A conversa é sobre todos nós. Concordo com as cotas sócio-econômicas, mas não do modo como elas são aplicadas. Trata-se de uma medida populista que só marcara o problema da educação. Desse modo fica mais fácil dos que vieram de escolas públicas entrarem na faculdade sim, mas e depois de lá dentro? E as diferenças entre eles e os que vieram de escola particular? A pública não dá bases necessárias aos estudantes. É só você pegar estatísticas daqueles que mais desistem dos cursos, maioria de escola pública. O que vai acontecer é que com o passar do tempo, pra essas pessoas não desistirem dos cursos, o governo vai tentar fazer com que a dificuldade, e consequentemente a qualidade, das faculdades federais diminua, e a instituição de ensino federal que até agora funciona bem vai por água a baixo.
E sobre as cotas raciais, pra mim elas só dizem que o negro não é tão inteligente quanto o branco e por isso precisam de uma ajudinha pra entrar na faculdade. É pura injustiça um negro, de classe média, que estudou nos mesmos colégios que eu ter vantagem sobre mim na hora da seleção.
Além disso, temos que concordar que pra alguém que estuda mais que dez horas por dia, se esforça todos os dias, chega numa prova, dá seu melhor, ai depois de um tempo vai ver a lista dos aprovados e vê que não entrou e vê nessa mesma lista que um cotista entrou com uma nota muito mais baixa que a sua, é completamente desolador, um sentimento de injustiça enorme.
Um tempo antes de anunciarem a notícia das cotas o ministro Guido M. soltou a pérola de que o “investimento na educação quebrará o país.” Então de nada adiantas as cotas se a educação de base não melhora. Resolvemos o problema agora, mas e depois?
E quanto preconceito nesse texto, generalizar o estudante branco de classe média, como se este fosse o culpado pela história de nosso país. Isso, aprovemos os 50% de cotas tapando o sol com a peneira. O futuro que se dane.
Lazaro Henrique Moreira disse:
As cotas deveriam ser no máximo, para quem estudou a vida toda na escola pública e quem tenha boas notas. Pois em primeiro lugar, diferenciar pessoas por cor da pele é uma idiotice, que deveria ser banida e não discutida, se você é negro e discute isso vc é um idiota que ainda pensa como escravo, se vc é branco, vc é um idiota que não percebeu que isso não faz ninguem melhor que ninguém. Em segundo lugar não existem somente negros pobres no Brasil, definir cota para negros vai dar vantagem pra muito negro riquinho, playboy, entrar na universidade com mais facilidade que os outros. Enfim, a regra para entrar nas cotas, na minha opinião é: Ter estudado a vida toda em escola pública e ter um média de notas boa. Por que nós sabemos que mesmo bons alunos de escola pública não tem o mesmo conhecimento que os das particulares atualmente, então se a pessoa se esforçou a vida toda na escola, ela merece uma chance. Mas se ela é branca, preta, amarela, azul, rosa… isso não faz diferença nenhuma! Não vamos ser idiotas!
Pedro disse:
Sinceramente, eu tinha um posicionamento a favor das cotas sim, mesmo as raciais. Porém, ao ver os argumentos dessa discussão ultimamente tenho repensado isso. Todos os textos que eu vejo a favor das cotas atacam pessoalmente aqueles que são contra as cotas. Usam idéias como: “você, branquinho riquinho filhinho de papai, blábláblá” enquanto há algo muito maior a se discutir. Oras, usam o preconceito (SIM, julgam alguem que nunca viram por um estereótipo – preconceito ao meu ver) para defender algo que deveria combater o preconceito. E não me venha falar q a autora do texto é branca, pois isso não muda o fato que ela usou argumentos preconceituosos. E isso faz com que muitas pessoas se sintam injustiçadas. Não mudei minha opinião por isso, ainda acho que as cotas podem ser usadas sim, talvez possam ser aprimoradas ainda, mas os argumentos usados na defesa dessa idéia são RIDÍCULOS!
Pedro César disse:
Esta conversa é sobre a segregação ainda maior pela qual vocês lutam. O tempo dirá que estou certo. Sempre há uma escolha. Sempre! Sempre há como lutar. Sempre!
Cristina disse:
Após ler todos os comentários, até me esqueci do texto infantil do blog! Leiam os comentários, que apesar de alguns absurdos, estão muito mais interessantes!
P.G.F. disse:
Cotas etnicas são absurdas, já as economico-sociais são plausíveis.
Não me importo com as pessoas que fizeram cursinho e tão numa faculdade exelente como eu, me importo que a qualidade da educação deste país não fique mais deploravel do que já é. É fato que 50% pra cotas nas universidades publicas é um exagero e que só vai colocar gente mal preparada, empobrecendo o ensino. Não, eles nao vão ficar super inteligente na faculdade, eles tem que ter uma base solida pra aguentar o ensino superior, e isso não existe. Deste modo, o ensino como todo perde, e por isso sim eu derrubo lagrimas.
Acredito de 15% de cotas é razoavel, porque ai quem vai entrar pode aguentar o curso superior sem diminuir a qualidade dos cursos em geral, já que estes 15% não entraram por uma margem pequena. É muito bonito colocar gente de todo tipo na universidade, mas quem não vê que isso é paliativo e estraga tudo a longo prazo não pensa de maneira sustentavel.
P.G.F. disse:
Meritocracia, esta conversa não é sobre voce.
Só uma nota para o comentario onde há dados sobre o desempenho dos cotistas: as cotas hoje são baixas, 50% com certeza mudará isso, não se esqueça de tratar este assunto aqui !
Alias, é só olhar as Universidades que adotaram o ENEM, que cobra, no maximo, logaritimos ridiculos em prova e, depois, no primeiro ano de faculdade, o estudante se depara com CAUCULO I na engenharia.. tem tudo pra dar certo.
Leandro Danubio disse:
Tâmara Freire, obrigado por esse belíssimo texto.
No Ceará os estudantes ricos começaram a se mobilizar contra as cotas, eu estou lutando para os estudantes de escolas públicas entrarem nessa luta contra as elites cearenses, mas as cotas é uma realidade, nossa presidenta Dilma Rousseff se mostrou a favor das cotas.
Felipe Pisoni disse:
Me senti extremamente ofendido pelo texto. Parece que eu, aluno branco e estudante de instituição particular, quero “aparecer” e ser assunto de todo e qualquer tema. Todos somo iguais perante a Legislação. Cotas são apenas um atestado de burrice. Todos temos acesso a mesma informação, e exemplo disso é a internet. Fica aqui minha indignação com o texto e com a possível lei.
lah disse:
já que a educação pública no brasil em geral é péssima, concordo que as cotas SOCIAIS são uma boa maneira de quebrar o galho, e sim, sou favor a elas enquanto não houver uma educação de qualidade. quanto a cotas raciais, tudo bem, há toda a questão histórica, mas na minha opinião isso apenas acentua o preconceito estúpido que existe no nosso país. como se negros e índios não tivessem competência, simplesmente pelo fato de serem de uma raça “diferente”! eu, por exemplo, conheço pessoas negras que são inteligentíssimas e esforçadas, que poderiam perfeitamente ingressar em uma universidade sem o sistema de cotas, porque não precisam delas, PORQUE COR NÃO TEM NADA A VER COM CAPACIDADE. quem necessita de cotas (infelizmente) são alunos de escolas públicas, que não tiveram as mesmas oportunidades que estudantes de escolas particulares e todo o resto.
Jota disse:
Coloque um google ads nesse tópico, fique rica, matricule-se no cursinho rico, faça vestibular, entre na federal. Parabéns, seu texto pagou sua faculdade.
Clarice disse:
Querida, não sei se você sabe, mas investimos na escola pública todo mês e todo o ano, com os impostos absurdos que pagamos. Pagamos para os “coitadinhos” bolsa família, bolsa escola, bolsa fazenda, bolsa diabo a quatro e sabe o que é que me corta o coração? Ver que minha mãe veio do interior, estudou na escola pública toda sua vida e fez faculdade federal. E pra isso não precisou pedir dinheiro em sinal ou em estabelecimentos ou roubar nada de ninguém, sabe o que chama isso? Dignidade. Coisa que o povo brasileiro não tem direito porque? Pela falta de educação. Sabe o que parte meu coração? Saber que eu sou totalmente miscigenada e ver alguém falar que eu, que tenho 17 anos, tenho culpa do que aconteceu há séculos e séculos atrás e sabe o que parte mais ainda o coração? Saber que você pensa que sabe da realidade, sabe porquê? Se soubesse, saberia que quem se interessa, quem quer, consegue. Não importa de onde venha e é triste o seu texto preconceituoso, que faz a classe média, o pilar dessa sociedade, parecerem monstros. Absurdo é você achar que podemos fazer mais pelos estudantes de escolas públicas do que pedir educação a eles, já que eles parecem não dar a mínima pra isso, pois nunca reclamaram? E continuam vendendo votos e mais se vendendo e sendo alienados. Abra os olhos querida, os únicos vilões aqui são os que estão no poder, esses mesmo que VOCÊS, povo hipócrita, ajudam a eleger 😀
Raul disse:
Alguém já trabalhou como professor em escola pública no EF II ou EM ? Eu já trabalhei. Para ser bem bonzinho, temos 90% de desinteressados que não tem a menor qualificação e que estão sendo aprovados em massa por um sistema que visa apenas vantagens políticas e financeiras com essas aprovações. Não existe a menor motivação para que isso mude, nem por parte do Estado, E NEM POR PARTE DA MAIORIA DOS ALUNOS !!! Se não fosse assim, já teríamos uma situação pelo menos um pouco melhor para o ensino público. Com a aprovação do novo sistema de cota o governo conseguirá que quer: muitos votos dos beneficiados e alunos que não terão a menor preocupação com sua formação básica, pois sua vaga está garantida.
Eu acredito que uma ajuda aos alunos vindos da escola pública mais esforçados é bem vinda, como faz a Unicamp no seu sistema de vestibular.
Acordem !!!!! Precisamos mudar essa estrutura podre, e não ficar “remendando” com medidas eleitoreiras.!!!
Raul disse:
E digo mais: é por isso que por aqui faz sucesso: Tchu Tcha Tchê Ai Ui Vem Vem, Mãozinha pra cima,etc. É o máximo que o povo compreende de uma letra de música.
Jéssica Paraguassu disse:
É óbvio a estratificação da nossa sociedade, em que os negros e outras etnias são menos favorecidas financeiramente, mas para chegarmos a isso temos que ter um entendimento histórico de como se chegou a isso ao longo dos mais de 500 anos que temos de história.
Primeiro o que aconteceu no Brasil ocorreu em diversas outras colônias de exploração, escravos, índios massacrados e todos subjugados aos brancos conquistadores, bem é muito mais complexo que isso, mas o que eu quero que vocês entendam é o seguinte: A construção cultural, histórica e social que o Brasil possui está toda baseada nessa subjugação, concorda ?!
Ótimo, assim com a evolução da história temos a seguinte situação : No Brasil a maior parte da população negra e indígena é pobre, não tem acesso a educação, saúde, saneamento, moradia e uma série de outras coisas que de acordo com os direitos do cidadão são primordiais. Isso porque quando a escravidão terminou, não houve uma política de inserção a essa população, gerando favelas, marginalidade e uma série de outros problemas, causados pelos governos da época e os seguintes, até o dos dias atuais.
Agora você realmente acredita que isso tudo vai se resolver do dia para noite porque, meu Deus, agora nós temos cotas que tornam mais fáceis a entrada dos menos favorecidos na universidade ? A educação é um ponto primordial para o desenvolvimento da sociedade, mas dessa forma nada vai ser resolvido.
Concordo plenamente não é sobre os alunos de classe média brancos, é sobre como isso deve ser feito. É visivelmente uma medida paliativa, que vai reforçar o discurso estamos diminuindo a desigualdade social, mas não estão sabe porque ?
Porque o aluno para se sair bem na faculdade precisa mais que uma vaga, ele precisa ter um lar, ter saúde, não ter que largar os estudos para ganhar dinheiro, precisa de uma escola que realmente dê uma base sólida para ele, isso demora muito ?!
Eu sei, mas não vejo o governo tomando medidas realmente eficazes para que isso aconteça, o que eu vejo é uma forma de estabelecer uma plataforma política de um partido que já vem construindo através de medidas sociais pouco eficazes. Um governo que está querendo cada dia mais sucatear a educação e em resposta a isso diz: mas estamos dando oportunidades aos pobres.
Sabe quem escreveu esse texto não sabe do que está falando, não é sobre economia ?! Por favor… o racismo existe ?! claro que existe, mas não é assim que funciona, quem é negro afinal ?! Minha bisavó era filha de escrava e tenho origens indígenas também, mas nem por isso fui privada do direito de estudar e entrar para universidade, nem por isso sofri preconceito e a maioria de nós brasileiros tem essa miscigenação.
Então sim é sobre o grande abismo entre ricos e pobres e para encobrirem isso existem discursos como esse acima, que comovem, mas no fundo não dizem nada, pois são superficiais e não representam a realidade.
Vamos ser comprados por isso, ou queremos uma mudança real ??
Cairo disse:
Foda-se o que lhe comove, eu estou interessado no meu sonho e no que vai formar os melhores profissionais no futuro e, portanto, no que vai fazer a sociedade se desenvolver melhor. Foda-se se vc não se comove, essa conversa não é sobre vc. Essa conversa é sobre milhares de vestibulandos que estudaram anos e que merecem muito atingir seus sonhos, como qualquer ser humano. Essa conversa é sobre milhões de pessoas, inclusives os pobres, que serão atendidos por médicos/advogados/engenheiros mal preparados por causa de uma faculdade mal feita pq não teve base no ensino médio. Essa conversa é sobre o monte de gente que vai morrer ou ter sua vida arruinada por causa disso. Não me comove se isso vai lhe contrariar, me comove sim a situação das pessoas que não tem oportunidade de realizar seus sonhos, mas não acho que jogar a culpa de um inocente pro outro seja a solução, muito menos acho que seja bonito vc estar enchendo a boca pra defender isso e criticar quem tá defendendo seu direito de realizar seu sonho mesmo não tendo nada a ver com a conversa. Essa conversa é sobre o monte de gente que vai entrar sem merecer e sobre o monte de gente que não vai entrar mesmo merecendo. Essa conversa é sobre a futura piora de todos os serviços, tanto público quanto particulares. Essa conversa é sobre mais um preconceito que será criado contra profissionais negros, pq vai sempre haver a dúvida se ele não entrou por cotas. Essa conversa é sobre a reparação de um erro do passado jogando as consequências pra outros inocences e sobre um monte de gente hipócrita que apoia isso pq é a favor da “justiça social e racial” (e em alguns casos ainda tem a cara de pau de dizer que os inocentes que vão sofrer as consequências agora não tem nada a ver com isso, mesmo tendo muito menos ainda). Essa conversa é sobre quem estuda, não sobre quem escreve besteira num blog. Essa conversa é sobre meu DIREITO, não privilégio. Essa conversa é sobre mim sim. Essa conversa não é sobre você.
Pedro disse:
Não sou mais um vestibulando, mas como assim “essa conversa não é sobre vocês?” As vagas das universidades, mesmo cotas, são sim um assunto de discussão de toda a sociedade, já que o acesso a uma universidade não é assunto exclusivo de cotista negro, pardo, branco, de escola pública, particular, etc. Não sei se vocês têm conhecimento, mas todos podem concorrer a uma vaga nas UF’s, e uma medida dessas provavelmente não iria provocar elogios ou críticas somente do lado beneficiado em questão.
Me sinto o mais discriminado aqui: nem branco, nem negro, classe mér-dia, estudei minha vida toda em uma escola particular (na qual minha mãe se esforçou bastante para pagar, abrindo mão de outras coisas), sem direito a essas tais cotas e nunca lembrado por essas políticas de meia tigela aí.
Quem pode se definir negro num país tão miscigenado como o Brasil? Indivíduos de traços brancos, mas com ancestrais negros também teriam acesso à essas tais cotas?
Uma garota negra da minha sala, que havia estudado todos esses anos comigo, pelo único fato de ser negra, se inscreveu como cotista numa Universidade Federal famosa Brasil afora, e passou. Engraçado desconsiderarem o fato da candidata ser proveniente de uma escola privada, mas …
Depois de 2 tentativas, consegui passar em um vestibular concorrido pela porta da frente, e vi como foi gratificante, embora as federais não sejam esse “sonho de colegial” que a maioria dos estudantes do Ensino Médio almejam. A greve que vivenciamos e que a maioria da população tem conhecimento superficialmente pelos jornais é só a “ponta do iceberg” defasado e crítico que é a educação pública superior brasileira hoje.
Uma medida como esta, só prova mesmo é que o governo assumiu a incompetência e o fracasso escolar do Ensino Público Básico brasileiro, que cada vez mais tende a se fixar nas universidades.
sadysaneto disse:
cota é a desculpa ideal para o governo continuar com sua política de educação sem qualidade.
desculpa a sinceridade, mas é uma imbecilidade sem tamanha defender cota, em vez de cobrar do governo que cumpra sua obrigação – investir em saúde.
é achar que um bandaid resolve o problema de um braço cortado.
Carlos Alberto Medeiros disse:
Uma das coisas engraçadas de que é rico este debate é ver mulheres, autoclassificadas como brancas, atacando as cotas para negros com base no princípio constitucional da igualdade. Ora, o Art. V da Constituição, que contém esse princípio, afirma não apenas que “todos são iguais perante a lei”, mas também que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”. É mesmo? Como explicar, então, a existência, no Brasil, de medidas de discriminação positiva (sinônimo de ação afirmativa) para mulheres? Elas não são iguais perante a lei? É que a interpretação predominante, que possibilita a diferença no tempo de trabalho exigido para a aposentadoria, a cota de 30% nas listas dos partidos e até a existência de vagões para mulheres, em horários específicos, no metrô do Rio, é de que o Art. V não é uma descrição da realidade, o que de resto seria facilmente constatável, mas um objetivo a ser alcançado. O que justifica medidas especiais para não só para negros e mulheres, mas para indígenas, portadores de deficiência, idosos, crianças e adolescentes, pequenos e microempresários, e moradores do Norte e do Nordeste… O que levou alguém a comentar, com muita propriedade, que o problema não é a cota, mas a cor da cota, que é o que de fato incomoda. No mais, todo mundo admite que se dê tratamento desigual aos desiguais.
Outra posição, no mínimo, curiosa é a dos cientistas sociais, principalmente antropólogos, que, tendo estudado relações raciais no Brasil, ganhando com isso verbas (inclusive da Fundação Ford, tão malfalada neste debate) e prestígio acadêmico, os quais reconhecem a existência do racismo antinegro, agora não têm pejo em afirmar que “é impossível saber quem é negro no Brasil”. Ora, se os negros são discriminados é porque é possível identificá-los. Ou será que só podem ser identificados para serem prejudicados, mas não para serem beneficiados? É uma contradição irrespondível. Mas há outra pior: a dos que execram o conceito de raça, propondo excluí-lo até mesmo em seu caráter sócio-histórico, imaginando, como já se disse, poder “matar o fenômeno eliminando a palavra”, mas, não obstante, são capazes de tecer infindáveis loas à “miscigenação” – ou seja, à mistura do que mesmo? Quer dizer, não existem brancos nem negros, mas a mulata é a tal… A ideia de mestiçagem é tributária do conceito de raça e não vive sem ele. E não me venham com a saída da “mestiçagem cultural”. Ou será a mulata, voltando a ela, um tipo físico ou um produto cultural, como o samba ou a feijoada?
Não poderia esquecer-me dos paladinos dos “brancos pobres”, que jamais se preocuparam com o ingresso destes (ou, sejamos honestos, de quaisquer outros pobres) no ensino superior, mas agora os defendem com um ardor que os impede de enxergar que a lei recentemente aprovada no Senado tem como principal alvo os pobres de todas as raças/cores, e só secundariamente negros e indígenas. Mas isso não interessa aos autoproclamados “antirracialistas”, da mesma forma que não interessam as pesquisas mostrando os níveis bastante satisfatórios de desempenho e, sobretudo, evasão dos chamados “cotistas” nas universidades que adotam esse sistema.
Mas o que nos deixa ainda mais curiosos é a mobilização em torno de um tema mais do que decidido. Ou seja: perderam, playboys. Perderam de 11×0 no Supremo; perderam no Senado, para o que contribuiu a defenestração de seu principal porta-voz, o ilibado Demóstenes Torres, que uma certa ex-revista há pouco tempo apresentava como intrépido e destemido principalmente por sua luta incansável contra a ação afirmativa. Agora vocês querem o quê? Promover uma revolução? A desobediência civil? Vinda de vocês uma coisa como essas pareceria ridícula. Só lhes resta engolir e, claro, espernear. É da democracia. Esperneiem, pois.
Nina disse:
Voce deixou claro que não esta falando de aluno de escola particular no final de praticamente todos os paragrafos..
Eu nunca estudei em escola publica, e vou repetir com suas palavras.. ” Não estamos falando de você” que estudou em escola publica. Quando protestamos contra o sistema de cotas não é porque achamos que os alunos não mereçam uma vaga, TODOS merecem, mas a entrada de ninguem deve ser facilitada, e a polemica é OUTRA, é o ensino publico que deve melhorar para todos competirem de igual pra igual..
Quando os alunos da rede privada vai contra o sistemas, não é com a intenção de tirar as vagas de quem não teve condições iguais, e sim para mostrar ao governo que esse tipo de problema não foi criado pela desigualdade de classes e sim pela corrupção, e alias a tão falada desigualdade social é, justamente, uma consequencia da falha do governo..
Eu sei que voce não se comove quando ouve que o aluno pagou mil reais todos meses para passar em um curso concorrido de uma universidade federal, te dou toda a razão, pena não é um sentimento nobre, e por essa mesma razão, você não deveria se fechar só para um lado da moeda e morrer de pena de quem não teve uma edcuação boa e sim lutar pela causa, para que os filhos dos jovens que te comovem hoje possam ter uma educação de verdade, essa seria uma causa justa e nobre..
Leonardo Maia disse:
Podem acreditar que a grande maioria dos alunos de escola particular como eu nao é contra o sitema cotas. Somos contra tirar as nossas vagas, ou seja, podem liberar cotas a vontade, porem com o simultaneo aumento no numero de vagas. No meu estado, Goiás temos apenas 110 vagas para o curso de MEDICINA, o estado de Minas Gerais por exemplo tem cerca de 500 vagas. Abrir mao de 55 vagas para um estado como o meu que tem tao poucas é oque nos revolta, os cursos estao muito concorridos.
Tâmara Freire disse:
“Nossas vagas”: Leia o texto de novo, e de novo, até você encontrar o erro deste frase.
Que vibe, hein.
dilamar santos disse:
e a vaga já são de vocês, como eles tiram?? Não entendi. Mas reclamem também para quem de direito.Vão a luta. Aliás,vamos todos a luta por vagas para todos.
Carlos Alberto Medeiros disse:
E sobre as incongruências e contradições do “antirracialismo”, nem um pio. Ou porque não têm como responder ou simplesmente porque ignoram os argumentos contrários. Não admira as fragorosas derrotas no Judiciário e no Parlamento. Repetindo as “verdades” de senso comum, tipo “o problema é social”, não têm condição de participar de um debate mais qualificado. Agora, quanto ao ato falho, “nossas vagas”, é revelador da verdadeira motivação daqueles que Miriam Leitão chama de “negacionistas”: farinha pouca meu pirão primeiro…
Rosangela disse:
Vocês repararam que a maioria negra que está entrando nas Universidades por cotas é de gente que vem da Classe alta ou média alta? Já existe estatística sobre isso? Ou não convém?
Carlos Alberto Medeiros disse:
No Rio de Janeiro, não é verdade, já que a cota para negros é um recorte da cota social, que é de 50% para alunos de escolas públicas com um limite de renda. Ou seja, é uma cota, fundamentalmente, para pobres – tal como a lei aprovada no Senado.
marceladonini2 disse:
contribuindo pra discussão, uma matéria do Terra sobre a realidade dos cotistas e alunos carentes na universidade pública http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI6044447-EI8266,00-Cotas+desafio+agora+e+garantir+permanencia+do+novo+aluno.html
Tâmara Freire disse:
Caros, as respostas minhas a respeito dos questionamentos e discordâncias surgidas nos comentários já foram deixadas neste post: https://tamarafreire.wordpress.com/2012/08/20/essa-conversa-sim-e-sobre-voces/
Esta caixa de comentários já está muito grande, então, que tal seguimos por lá?
Tâmara Freire disse:
Então, galera, eu achei que tinha ficado claro, mas, pelo visto, não. Todos os comentários deixados aqui já foram respondidos em outro texto.
E os questionamentos que surgiram a partir desse outro texto estão sendo respondidos na caixa de comentários lá. Já chegaram 92 (!) comentários depois desse último que eu deixei aí em cima. Se eu não aprovei esses 92, eu tb não vou aprovar os próximos. Então, por favor, quem tiver chegado a esse texto por algum link, entre nesse outro texto que eu linkei, veja se o seu questionamento já não foi contemplado lá, e aí, então, junte-se a nós para a conversa.
Essa caixa de comentários está enorme, não dá pra acompanhar, nem para entender quem está respondendo quem mais. Então, quem chegar a esse texto, dirija-se ao outro ok?
Não tô querendo cagar regras pra ninguém, não, apesar de esse ser o meu blog, porque a ideia de ter um blog não é bem essa, mas não custa me ajudar a organizar a bagaça né?
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